Vereadores devem ficar atentos aos trabalhos em salas de aula

A ideologia de gênero e demais questões relacionadas à sexualidade em escolas foram debatidas em audiência pública na Câmara Municipal de Boa Vista na última semana. Agora, a expectativa é que os vereadores estejam mais atentos ao que acontece nas salas de aula da Capital.

Em entrevista à Rádio Folha 1020 AM, no sábado, 02, o vereador Ítalo Otávio (PR) informou que a audiência foi solicitada pela vereadora Miriam Reis (PHS), através de demanda da própria população.

“A vereadora recebeu mães informando que professores de algumas escolas municipais estariam falando sobre sexualidade em sala de aula. Isso teria causado desconforto para os pais e responsáveis pelas crianças. Por conta disso, o debate foi levado para a Câmara”, informou.

Segundo Ítalo, estiveram presentes na audiência pais, mães, professores, pastores, representantes de associações, da comunidade LGBT e de coletivos feministas de Boa Vista que participaram do debate e expuseram suas opiniões.

“A Casa estava cheia e foi muito proveitoso. Alguns de forma mais enérgica queriam impor a sua ideia e outros de forma esclarecida, queriam explicar as coisas”, ressaltou Otávio.

Durante o debate, o vereador informou que foi possível observar a existência de muitas questões a serem desmistificadas e esclarecidas. Entre elas, a existência de suposta cartilha distribuída aos alunos contendo informações sobre relações sexuais, sexualidade e a tentativa de induzir crianças a se comportarem de forma distinta ao seu entendimento de gênero.

“Eu fiz alguns estudos sobre o assunto e isso não existe. Não tem uma cartilha para induzir nada”, afirmou Ítalo. “Os vereadores trabalham com projetos e atendem ao que é estipulado pelo Ministério da Educação”, completou.

O vereador também ressaltou que o debate serviu para entender o papel do parlamentar na questão, de ajudar na situação da melhor forma possível. Para ele, a melhor forma é dar atenção ao trabalho dentro das escolas e na forma como é apresentado.

“Uma criança que entra às 7h30 da manhã na escola e sai às 12h, passa muito tempo em sala de aula. Tudo o que ela vê e absorve, forma o seu caráter. Dizer que a escola não interfere na construção da criança, não dá. É uma complementação com a educação ensinada em casa. A escola tem o papel de alfabetizar, mas de alguma forma influencia a criança na sua formação”, explica.

PROJETOS – Baseado na importância do desenvolvimento de atividades dentro das escolas, o vereador ressaltou que uma das formas do parlamentar melhor atender as unidades educacionais é através de projetos voltados às crianças. O objetivo é conscientizar os pequenos e transformá-los em multiplicadores de conhecimento e cidadãos exemplares.

Ele citou como exemplo alguns dos seus projetos focados na conscientização das crianças sobre a importância da doação de sangue quando atingirem a idade regular, de atendimentos básicos de saúde e o debate da Lei Maria da Penha nas unidades educacionais.

“Temos um projeto para as crianças receberem palestras educativas sobre a agressão contra a mulher, com didática adequada à idade dos alunos. Para que o menino entenda o papel da mulher na sociedade e não se torne um agressor. Esse é o tipo de trabalho que a Câmara vai auxiliar a fazer”, afirmou. (P.C.)