Polícia

Vigilância eletrônica deixa de funcionar e traficantes dominam rua no Cambará

No ano passado, a Rua Gideão se destacou por ter a maior quantidade de bocas de fumo da Capital e situação segue a mesma

A Rua Gideão, no bairro Cambará, zona Oeste, se destacou no ano passado por ter a maior quantidade de bocas de fumo da Capital, segundo o Serviço de Inteligência da Polícia. E para tentar inibir a ação de traficantes, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) instalou uma câmera de vigilância nas imediações, mas, passado um ano, o equipamento não funciona mais e o tráfico voltou a todo vapor naquela região. Moradores entrevistados pela Folha, ontem à tarde, disseram que se sentem acuados dentro de suas próprias casas.

A rua é escura, mas quem passa por lá logo percebe a movimentação de alguns rapazes na frente de uma pequena igreja evangélica, na Travessa Gideão, entre as ruas Gideão e Calebe. Mas, na verdade, esses jovens não estão orando. Eles estão servindo como “aviões” do tráfico de drogas.

O entra e sai na travessa se intensifica quando anoitece. O local vira uma feira livre de drogas. Lá se vende maconha, cocaína e crack. “Os traficantes assumem seus postos e nós nos trancamos em casa toda vez que anoitece. De vez em quando a gente escuta tiro e gritaria. Convivemos com medo e insegurança”, lamentou uma moradora, que não quis se identificar por medo dos traficantes.

No meio do trânsito parado da Rua Calebe, que passa por obras de drenagem, traficantes circulam entre carros e motos com as mãos carregadas de papelotes de droga. Na calçada e na frente das casas, quem passa também é abordado pelos vendedores que oferecem maconha e crack. O comércio ocorre de forma escancarada, a qualquer hora do dia.

A “feira-livre” das drogas também é ponto de encontro de adolescentes. Enquanto os traficantes oferecem as drogas, em um vaivém que começa ao anoitecer e termina só ao amanhecer, jovens consomem cocaína e maconha sentados na calçada. Alguns tomam cachaça.

“Já denunciamos e a Polícia Militar sempre passa, mas eles voltam. O problema é que a maioria dessa gente é traficante e faz de sua casa uma boca de fumo”, denunciou outro morador da rua Gideão, que também preferiu não se identificar por medo dos traficantes.

PM diz que intensificou rondas na zona Oeste

O Comando-Geral da Polícia Militar informou, em nota, que o policiamento ostensivo foi reforçado na zona Oeste por guarnições da Força Tática e do Canil. O comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Humberto Damasceno, responsável pelo policiamento na zona Oeste, informou que o trabalho da PM neste setor obedece a um planejamento realizado conforme o Relatório Estatístico do Comando de Policiamento da Capital (CPC).

Com base no referido relatório, segundo o tenente-coronel, o 2º Batalhão emprega diuturnamente o policiamento ostensivo ordinário no atendimento das chamadas emergenciais do 190, Ronda Maria da Penha, Programa Crack é Possível Vencer, Corredores Comerciais, Reforço Setorial, Policiamento Escolar, Monitoramento nas Escolas Militarizadas, Operação Matriz e Operação Visibilidade Noturna.

O comandante do Batalhão ressaltou ainda a importância da participação da comunidade na segurança pública e solicita aos cidadãos que entrem em contato pelo telefone 190 para que a Polícia Militar realize o atendimento conforme a ocorrência, ou procurem o 2º Batalhão de Polícia Militar, na Avenida Nazaré Filgueiras, no bairro Pintolândia, zona Oeste.

POLÍCIA CIVIL – Policiais civis investigam o tráfico de drogas no bairro Cambará, mas não deram mais detalhes para não comprometerem as investigações. (AJ)

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