Cultura

Voluntárias fazem polvos de crochê para bebês prematuros

Para bebês prematuros, os mais delicados estímulos podem significar um crescimento do tamanho da própria vida. Nascido na Dinamarca, o Projeto Octo vem ajudando bebês recém-nascidos prematuramente a se sentirem mais seguros e confortáveis nas incubadoras das maternidades através de algo simples, eficiente e bastante fofo: polvos feitos de crochê.

O projeto também vem sendo realizado em Roraima por voluntárias.

A técnica de enfermagem Betânia Magalhães aprendeu a fazer as peças com muito cuidado e carinho. Por trabalhar na Maternidade e ter contato com vários recém- nascidos, foi motivada a fazer algo pelos nenéns.

Segundo ela, ao se abraçarem no brinquedo, os nenéns remetem ao cordão umbilical através dos macios tentáculos dos polvos.

“Eu recebo as linhas que são doadas e faço. E doo meu trabalho pra maternidade, os pequenos tem a sensação de que eles ainda estão na barriga da mãe deles, então eles se sentem aquecidos e protegidos, com essa tranquilidade o bebê se desenvolve melhor, porque quando são prematuros qualquer coisa, até o choro, pode atrapalhar no crescimento deles”, explica.

De acordo com a pediatra Ana Carolina Brito, a equipe médica vem registrando melhoras nos bebês que fizeram amizade com os polvos de crochê.

Ela explica que os polvos são doados para auxiliar na recuperação de recém-nascidos, que por algum motivo precisam ficar na incubadora.

A médica conta que os polvos de crochê deixam os bebês mais calmos e consegue diminuir a frequência cardíaca deles.

“Os polvinhos foram idealizados e confeccionados inicialmente em 2010, num projeto de atenção humanizada voltada para prematuros, chamado projeto Octopus”, conta.

Segundo a especialista, as mães se sentem mais felizes vendo que seus bebês são presenteados, e a equipe de cuidadores participa, não apenas dos cuidados de saúde, como também desse momento mais ameno.

“Foi observado que a presença do brinquedo dentro da incubadora trouxe aconchego ao bebê, deixando ele mais confortável, principalmente para aqueles que não podem ser colocados no colo de suas mães. Além de trazer um ambiente lúdico para a frieza da UTI”, explica.

Para que o polvo possa dividir espaço com os bebês na incubadora é preciso seguir uma série de cuidados com o objetivo de evitar possíveis infecções e problemas de saúde.

Caso a internação seja mais prolongada, há uma rotina de higienização. Uma vez por semana a mãe lava e depois os polvinhos são esterilizados em autoclave.

Qualquer pessoa pode fazer as doações de linhas na Maternidade Nossa Senhora de Nazaré. “Cada polvinho é doado a um bebê e permanece com ele até a alta”, finaliza.