Política

Xingu afirma que oposição na ALE não está fechada com nome de Teresa Surita

Deputado do bloco de oposição ao Governo do Estado diz que ele é um dos que não aceitará provável candidatura da prefeita de Boa Vista

Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, 13, o deputado estadual Jânio Xingu (PSL) afirmou que as candidaturas ao Governo do Estado para as eleições de 2018 devem começar a ser discutidas em breve, mas disse que o grupo de oposição na Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR) não é unânime em apoiar o nome da prefeitura Teresa Surita (PMDB) para governadora.

Segundo ele, o grupo de 16 deputados que formam o bloco de oposição à governadora Suely Campos (PP), do qual faz parte, ainda não escolheu o nome que entrará na disputa pelo cargo de chefe do Executivo. O grupo de oposição no poder Legislativo, liderado pelo deputado Jalser Renier (SD), conta com o apoio do senador Romero Jucá (PMDB). Segundo os bastidores políticos, o senador pretende lançar a candidatura de Teresa Surita (PMDB).

Porém, conforme Xingu, a escolha de Teresa não seria certa. “Ainda não estamos em época de definir nomes, estamos nas conversas ainda. É verdade que o grupo conta com o forte apoio do senador Romero Jucá, mas isso não quer dizer que é ele tenha a autonomia de escolher o candidato que iremos apoiar. Cerca de 90% dos deputados que integram este grupo são contra esse nome [Teresa]. Nós a apoiamos nas eleições municipais de 2012, ela foi eleita, mas em nenhum momento, depois disso, ela abriu as portas para nos receber”, afirmou.

O deputado ressaltou que, caso Teresa seja candidata ao governo, ela não contará com o apoio político dos municípios de Cantá, a centro-leste do Estado, e Caroebe, a sudeste, onde ele mantém suas bases eleitorais. “Essas duas prefeituras fazem parte do meu grupo político, que ainda conta com mais 26 vereadores em diversos municípios. Caso a candidatura dela se confirme, o que ainda não é certo, pois isso será decidido bem mais à frente, nestas localidades ela não terá apoio”, destacou.

Quanto à atual gestão do Governo do Estado, Xingu declarou que muitos erros estão sendo cometidos e que é necessária uma mudança. “Esse governo assumiu prometendo renovação, mas não é o que vemos. Muitos erros estão sendo cometidos e investigações por meio de Comissões Parlamentares de Inquérito [CPI] estão aí pra comprovar isso”, explicou.

Deputado diz que governo nega informações para CPI das Terras

Membro da CPI das Terras, o deputado Jânio Xingu (PSL) ressaltou que ela ainda está no prazo e que tem um prazo de três meses, podendo ser prorrogado por mais três. “Nossa maior dificuldade no momento é pegar informações. O governo nega informações. Iremos nos reunir para que possamos usar o poder de polícia da CPI para ter as informações que precisamos”, explicou.

Ele informou que há algumas semanas foi solicitada a quebra de sigilo fiscal e bancário da Federação das Associações de Moradores de Roraima (Famer). A entidade, encabeçada por Faradilson Sampaio, invadiu terras no município do Cantá, na região do Haras, e em Boa Vista, nas proximidades do Matadouro Frigorífico de Roraima (Mafir), no trecho sul da BR-174, na saída para Manaus (AM).  

“Não podemos afirmar nada no momento, mas temos fortes indícios de que a Famer recebia dinheiro do Governo do Estado para praticar essas invasões. Além disso, também temos denúncias de que eles cobram uma mensalidade dos filiados. Este dinheiro também é usado para promover invasões. Só poderemos afirmar algo a partir da próxima semana”, detalhou.

SISTEMA PRISIONAL – Xingu informou ainda que o relatório da CPI do Sistema Prisional está nas mãos de órgãos de controle, como a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) e Ministério Público Federal (MPF). “Aos olhos da população pode parecer que a CPI não deu em nada, mas essa não é a realidade. Daqui para o fim do ano os responsáveis serão punidos”, disse.

PCCR – O Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores da área tecnológica está em andamento na ALE-RR. Com um dos relatores, Xingu acredita que a matéria irá beneficiar 250 pessoas e proporcionar isonomia e reparar injustiças.

Segundo ele, hoje o salário de um engenheiro agrônomo da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) é bem maior proporcionalmente do que o mesmo profissional na Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). “Queremos reparar essas injustiças. Esse problema só vai se resolver quando tivermos um governo que faça uma reforma administrativa de verdade, mas ninguém ainda teve coragem para isso. Sei que não vai ser fácil, mas não vamos desistir”.