Parabólica
Confira a Parabolica de 11 09 2014 22
Bom dia, “O valor de alguém não é medido por eventos excepcionais de sua vida, mas pela sua conduta no dia a dia” – Blaise Pascal Até aqui, no período eleitoral, o governo está conseguindo manter os detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) sem fugas. Mas não tem sido fácil conter a situação no sistema prisional, a exemplo do que ocorreu, no mês passado, quando dez detentos conseguiram fugir pela porta da frente da Cadeia Pública, no bairro São Vicente, zona Sul da cidade. Mas a pressão é muito grande e não se sabe até quando os policiais e agentes penitenciários conseguirão resistir, pois a ordem é manter o controle da situação de forma rigorosa até acabar a campanha eleitoral. Porém, é possível prever o que pode acontecer depois de novembro, quando o pleito terminar e se não forem adotados investimentos de verdade para mudar esse quadro. A noite de terça-feira e toda a madrugada desta quarta-feira foram de tensão na Pamc, onde houve registros de várias tentativas de fuga, com apedrejamento das guaritas externas por presos que tentavam escapar, inclusive eles conseguiram quebrar o cadeado da ala 13. A tensão prolongou durante o dia. O fato é que o sistema prisional está se tornando uma “bomba relógio” que pode explodir a qualquer momento. No final de semana, um preso visivelmente drogado se jogou do telhado de um dos prédios da Penitenciária, depois que alguns detentos tentaram contê-los, sob olhares inclusive de policiais, mostrando que o acesso a entorpecentes continua fácil. Sem contar que há presos lá dentro com telefone celular, mantendo contato de forma livre para comandarem crimes fora do presídio ou fazerem negociações. Diante desse quadro, que os órgãos fiscalizadores estejam atentos, pois o cenário que se desenha é que, sem investimentos, o sistema não conseguirá levar essa situação até novembro. O alerta vem sendo dado há certo tempo. DADOS O programa Ronda no Bairro, da Polícia Militar, utilizou as informações do programa Roraima Legal, responsável pela regularização de terras dentro do Município de Boa Vista, para nortear suas ações. Para este fim, foi essencial o banco de dados do Centro de Georreferenciamento do Estado, que funciona na Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), onde há informações dos moradores. MAPA Porém, fontes enviaram correspondência eletrônica para a Parabólica chamando a atenção para um possível uso indevido dessa estrutura para campanha eleitoral com a finalidade de mapear eleitores. O alerta foi dado depois da realização de reuniões que ocorreram no próprio Centro, com a presença de pessoas que coordenam campanha eleitoral e de servidores do Estado. Com a palavra, os órgãos fiscalizadores… PRESSÃO Professores e coordenadores de escolas da rede pública enviaram informação para a Coluna dando conta de que estão recebendo pressão quase que diariamente de seus diretores para que participem de reuniões políticas e declarem votos para determinados parlamentares. O motivo para tanto empenho de diretores é que eles são cargos comissionados e que por isso também são pressionados a se tornarem cabos eleitorais. CABRESTO Conforme a informação, as escolas estariam loteadas para políticos e um deles teria o comando de pelo menos oito unidades, mantendo o famoso “voto de cabresto”. Os diretores dessas unidades são ameaçados de perderem seus cargos, caso não consigam levar o maior número de professores e familiares dessas pessoas para as reuniões previamente marcadas. Um professor relatou que, na terça passada, houve uma reunião na casa do parlamentar “dono” de oito escolas. É mole? MOLEQUES O final de semana foi de intensas reuniões e comícios de candidatos no interior do Estado. Em São João da Baliza, no Sul do Estado, o ex-governador Anchieta Junior (PSDB) decidiu desabafar e não mediu palavras para contra-atacar as falas do senador Romero Jucá (PMDB), que tem jogado a culpa dos problemas que o Estado enfrenta no governo de Anchieta. No palanque, o ex-governador, que é candidato ao Senado, afirmou que só saiu do governo por achar que tinha feito acordos com homens. “Mas hoje eu percebi que fiz acordo com moleques”, polemizou. RESPOSTAS Depois que a Coluna retratou a insatisfação de internautas com relação a não entrega do fardamento escolar, denúncia da falta de estrutura em escolas e a insatisfação da não conclusão do Plano de Cargo Carreira e Remuneração (PCRR) dos servidores municipais, a Prefeitura de Boa Vista e a própria prefeita Teresa Surita (PMDB) fizeram um esforço ontem para não deixar as postagens feitas no perfil dela sem respostas. E, claro, negando qualquer problema nas unidades escolares. DELETADO Pelo menos uma postagem foi apagada, a de uma internauta que questionou onde havia escolas municipais com professores usando microfone sem fio para dar aula, como aparecia na foto postada pela prefeita em que ela elogia suas ações no setor educacional. Como é óbvio que essa realidade não existe nas escolas, onde não haja montagem para tirar fotos para propagandas, o preferível foi deletar a postagem a deixá-la sem resposta. NOVEMBRO Com relação ao PCCR dos servidores municipais, a Prefeitura alegou o projeto será entregue no início de novembro deste ano e que estudos estariam em andamento. A prefeita, por sua vez, usou o argumento de que estaria sendo trabalhado o “impacto da folha de pagamento e pontos que ainda precisam ser estudados”, além de justificar que, por causa do período eleitoral, ela não queria que o PCCR fosse “usado de forma errada durante a eleição”. Mas não respondeu por que a promessa de concluir tudo em julho não foi cumprida. FARDAMENTO A resposta para o atraso na entrega do fardamento foi uma mostra da incompetência administrativa. A Prefeitura e prefeita afirmaram que os fardamentos estariam na Coordenação de Tecnologia da Prefeitura “em fase de cadastramento individual dos chips”. E que a previsão para entrega dos kits é até o fim deste mês de setembro. Ou seja, as fardas que custaram milhões só vão chegar às mãos dos pais de alunos praticamente quando o ano letivo já estiver na reta final. E ninguém explicou o motivo desse atraso.