Confira a Parabolica de 19 09 2014 42

Bom dia! “Muitas vezes o elogio sincero atinge até o homem humilde; ao poderoso, só chega o falso” – Sêneca NÃO SÓ A respeito da entrevista da pró-reitora de Pesquisa e Graduação da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Rosângela Duarte, na edição de ontem da Folha, Roraima não é apenas o único estado a não ter uma Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa para que possa captar recursos federais e de instituições privadas em todo o mundo para as universidades de Roraima. Também é o único estado a não dispor de uma empresa estatal de assistência técnica, órgão fundamental para apoiar a agricultura familiar. JÁ TEVE 1 Só para lembrar a velha tradição dos que dizem que Roraima é a terra do “já teve”, o Estado tinha a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), que era considerada, na época, a mais bem estruturada e equipada do País. Quando chegou de Brasília, no final da década de 80, nomeado governador, o atual senador Romero Jucá (PMDB) extinguiu esta empresa. JÁ TEVE 2 Em lugar da Emater, o então governador, Romero Jucá, criou uma fundação copiada de Brasília. E ele não deixou por menos: trouxe, também, da Capital Federal, o primeiro presidente daquela fundação, a qual nunca chegou a vingar e da qual muitos nem se lembram mais que um dia existiu no Estado de Roraima. JÁ TEVE 3 Quando o brigadeiro Ottomar Pinto assumiu o governo, depois de eleito em 1990, ele decidiu acabar com a imprestável fundação criada por Romero Jucá. Prometeu recriar a Emater em seu lugar, mas a promessa se perdeu na poeira do tempo. E ainda falam em apoio à agricultura familiar. É mole? O QUE VALE? Em tempo de eleição, o que vale mais para o Governo do Estado? Um evento educacional ou científico ou um show de sertanejo? Pelo que se vê aqui, o sertanejo tem prioridade. Os organizadores da 22ª Feira Estadual de Ciências de Roraima, 4ª Mostra Científica de Química da Amazônia Setentrional e do 5º Torneio Estadual de Robótica Educacional foram avisados de que não mais poderão usar o Forródromo do Parque Anauá para realizar estes eventos por causa do show do artista Gustavo Lima. EXCLUSIVO Os organizadores enviaram ofício desde fevereiro reservando o Forródromo para os três eventos educacionais, que ocorrerão simultaneamente de 25 a 27 deste mês. Mas, na semana passada, foram avisados de que eles serão deslocados para o anfiteatro do parque, ou seja, um local sem qualquer estrutura e que está abandonado, uma vez que o Forródromo foi reservado, exclusivamente, para o show de Gustavo Lima, marcado para o dia 27. REVOLTA A determinação de jogar o maior evento educacional, científico e tecnológico do Estado para um estacionamento do Parque Anauá (pois o anfiteatro é um local aberto, sem estrutura) revoltou professores e organizadores da Feira de Ciências. Não é para menos, pois privilegiar um show em tempo de campanha eleitoral, em detrimento de um evento desta magnitude, não há explicação plausível. MUDANÇA Depois das pesquisas eleitorais que mostram que o ex-governador Anchieta Júnior (PSDB) está na disputa pela única vaga ao Senado, a situação eleitoral dele mudou de figura até mesmo dentro de casa. A ex-primeira-dama Shéridan de Anchieta, que não usa o sobrenome do marido nem a foto dele em seu material de campanha, agora aparece em Horário Eleitoral Gratuito pedindo voto para Anchieta e dizendo que Roraima precisa dele no Senado. Até imagens do ex-governador, agora, passam na propaganda dela. É mole? INFORMAÇÃO 1 Estão sendo ocultados, dos pais e mães brasileiros, os registros de reações adversas quando é aplicada a vacina contra o HPV em meninas de 11 a 13 anos. Embora estas reações sejam sem maiores consequências, o fato vem criando preocupação nos pais das adolescentes, o que pode dificultar as próximas campanhas. INFORMAÇÃO 2 A aplicação da vacina não é obrigatória, mas é importante por contribuir para a redução dos casos de câncer do colo do útero. Por isso, seria necessário que os pais fossem informados que podem surgir efeitos como febre, dor no local da injeção e náuseas. Há relatos, inclusive, de desmaios relacionados à conhecida síndrome vasovagal, por estresse emocional. DESABAFO 1 Cansados de trabalhar no limite, enfermeiros do Hospital Geral de Roraima (HGR) estão usando as redes sociais para desabafar. O que está sendo postado não chega a ser uma surpresa diante do que vem sendo denunciado na imprensa em relação à estrutura e falta de material. Porém, os profissionais estão mostrando que nada melhorou até aqui apesar da intensiva propaganda governamental anunciando avanços. DESABAFO 2 Uma enfermeira desabafou em sua página: “Sabe o que eu quero? Quero condições dignas de trabalho, quero poder fazer pelos pacientes tudo o que pode ser feito para salvar vidas, quero que esta rotina de precisar improvisar e viver com muito menos do mínimo necessário acabe! Sabe por quê? Porque é injusto ver uma placa enorme de ampliação do HGR considerando que falta tudo lá dentro! Desde funcionários a medicamentos básicos que são necessários para salvar vidas. (…) Não costumo reclamar de nada por aqui, mas no único hospital de ‘grande porte’ no Estado de Roraima, hoje, falta tudo!”. DESABAFO 3 Outra colega de trabalho corroborou: “Sei bem o que você está falando. Também vivenciei muitas coisas erradas aí dentro. Sei bem o que é perder uma vida por falta de material. Ser enfermeiro não é fácil neste Estado, onde todo mundo fecha os olhos para tantas coisas erradas que só a gente sabe. É muito fácil ser secretário de Saúde, onde se fica atrás de uma mesa e não se conhece a realidade que vivemos dentro das unidades hospitalares. Desafio qualquer secretário a passar 12 horas de plantão no Trauma. Aí, sim, ele vai ver o que é a saúde”.