Opinião

Opiniao 28 10 2014 205

Lições de outubro – Walber Aguiar*  Eu sou cavalo selvagem, não tenho crina cortada, não sou bicho de curral…                                                                                                                                              Eliakin Rufino Era o mês de outubro. Milhares se acumularam na praça do garimpeiro. Estavam lá trabalhadores e mendigos, adolescentes e aposentados crianças e gente esbagaçada pela realidade. Também estavam os vendedores ambulantes, vendendo qualquer coisa que pudesse ser vendida e consumida com voracidade. Muita gente amontoada em torno do monumento ao garimpeiro, do velho garimpeiro cansado, que dia após dia, via suas riquezas serem garimpadas por gente nociva, hostil e inescrupulosa. Era o décimo mês do ano. Tempo de celebrar a vitória sobre a ditadura Jucariana, de saber que podemos garimpar o melhor da terra de Macunaima;  de perceber que aqueles que saquearam o dinheiro público vão fazer as malas e partir para longe dos interesses da maioria do povo roraimense. Ainda alguns vão continuar. Gente que se coloca debaixo do coturno dessa ditadura, nos trazendo à memória o apóstolo da traição, aquele que se vendeu por trinta moedas e entregou Jesus à cúpula da religiosidade judaica e ao dominador expansionista. Infelizmente, ainda vão ficar os rebotalhos, as almas sebosas, os meninos que correm sempre atrás da mesma coisa: dinheiro e poder. Um dia eles vão sair pela urina da história e o povo, vitorioso, vai continuar dançando na praça do velho garimpeiro. No meio daquela multidão de guerreiros, de gente com brilho no olhar, estavam roraimenses e roraimados. Estava o grande imortal Dorval de Magalhães, olhando de cima a manifestação esfuziante, a vitória do simples garimpeiro contra os donos do poder e das mineradoras, das empresas em nome de laranjas, de terra, de gente e de gado. Simplesmente, os que vibravam naquele borbulhamento existencial, à semelhança dos índios macuxis da “Praia do sangue”, resistiram bravamente. Cansaram de ser pisados por uma ditadura que parecia não ter fim, pelas botas sujas da corrupção e do sangue de inocentes. A praia, manchada de vermelho, foi lavada pela resistência de milhares de macuxis, armados de força, grandeza e dignidade.  Passado o episódio da resistência, da insubmissão, passado o evento macabro da desgraça, do medo, da tragédia e da desesperança, estavam todos ali. Dessa vez o inimigo fora derrotado, batera em retirada, com seu veneno, sua nocividade, suas armas carregadas de medo, opressão e desumanidade Os “cavalos selvagens”  agora corriam livremente nos campos de asfalto, diante do sagrado monumento ao  garimpeiro, que só queria garimpar a riqueza de sua terra com fé,  galhardia e esperança. Corram “cavalos selvagens”, sem as crinas cortadas, sem os freios nos beiços nem cabresto. Corram cavalos sem sela; olhem pra Deus e sigam sempre rumo à imensidão… *Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras  [email protected] ——————————————————- Magistério: profissão penosa – Marlene de Andrade* Gostaria de render uma homenagem toda especial, mesmo atrasada, aos professores, uma das categorias, principalmente a de ensino fundamental, que mais sofrem as consequências diretas do caos social instalado em nosso país de norte a sul e de leste a oeste, principalmente devido ao crescimento não planejado das cidades, baixos salários, salas de aula sem conforto térmico, e entre outros, ausência de microfone nas salas. Não fosse isto o suficiente, o professor tem também a árdua função de passar para os alunos os conteúdos, não só os programáticos, mas tentar educá-los, pois em grande parte, são malcriados, desobedientes e até por que não dizer, violentos? Além desse caos, as escolas, principalmente as da rede pública, possuem alunos que chegam à maioria das vezes ao colégio, com fome e estressados pela desestruturação familiar, oriunda da falência total dos pais, que por motivos vários estão sempre ausentes. Existe ainda a dificuldade do professor ter que exercer suas atividades laborais em duplas jornadas de trabalho, corrigir as tarefas dos alunos em casa, preparar aulas e organizar festas e eventos culturais. Convenhamos, é muita tarefa para um profissional só! Como não existem microfones em todas as escolas, os professores necessitam falar bem mais alto do que o normal, a fim de que os alunos mal educados os ouçam, adquirindo assim a famosa rouquidão crônica, uma grave doença do trabalho. É um caos total!  Outro problema seríssimo são as brigas dentro e fora dos muros da escola, quando então os professores acabam tendo que interferir, antes que ocorra, quem sabe, até mesmo um assassinato. Antigamente ser professor era glamoroso e essa categoria gozava de muito prestígio na nossa sociedade. Hoje, além de serem mal remunerados, são desconsiderados pela maioria dos governos estabelecidos por este Brasil afora, o que concretamente é muito lamentável. Oxalá o Poder Executivo que se estabelecerá em nosso país ano que vem, em todos os estados e no Governo Federal, venham respeitar mais essa categoria tão importante de nossa sociedade e resolva ser solidário com esses profissionais. Quem sabe também, se o Poder Legislativo em vez de ficar discutindo o “sexo dos anjos” em suas tribunas recheadas de blá, blá, blá, blá, passem a cumprir o seu papel de bons legisladores e fiscalizadores do povo e venham lutar por esta classe de trabalhadores tão importante para a sociedade em geral, inclusive para os filhos deles mesmos. Há quem diga que isso é impossível, no entanto Deus vem e nos diz: “Tudo é possível ao que crê.” (Marcos 9:23) *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT www.com/marlene.de.andrade47   ————————————————————— ‘A vida é luta renhida’ – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Há homens que lutam um dia e são bons. Há homens que lutam muitos dias e são melhores. Há os que lutam anos e são excelentes. Mas há os que lutam toda a vida e são os imprescindíveis”. (Bertold Brecht) Já citei varias vezes, a fala simples do velho Chacrinha: “O homem é como a bicicleta, se parar cai”. Por que parar? A vida é uma luta constante. Nossa luta pela vida se inicia já nos primeiros meses de nossa vida. É quando levamos o primeiro tombo, na primeira tentativa para caminhar. Já pensou se desistíssemos na primeira queda? Nunca aprenderíamos a andar. É nos tombos e solavancos que aprendemos a resistir. E quando resistimos vencemos. Mas procure tirar a venda dos olhos quando estiver lutando. Nunca se preocupe com a possibilidade de errar. O importante é que você aprenda com o erro, caso ele aconteça. É assim que nos tornamos imprescindíveis. Seu valor está no que você faz e não no que você deixa de fazer. Sua habilidade aprimora-se no treinamento. E quando sabemos viver estamos treinando para a nova vida. E esta se renova a todos os momentos. Não fique triste com sua derrota. Procure ver onde você errou e prepare-se para a próxima caminhada. Temos um número incalculável de grandes vencedores que viveram inúmeros momentos de derrotas, mas que não as consideraram derrotas, mas sim resultado de um treinamento que não foi devidamente adequado. Nunca se desespere. Seja em que linha for sua perda, não a considere perda, mas vitória. Thomas Edison nos ensinou isso. Ele nunca errava, apenas aprendia como não fazer. E não é à toa que ele foi, e é, um dos cientistas mais respeitados do mundo. Busque sempre seus valores dentro de você mesmo, ou você mesma. Eles estão ai, esperando que você seja capaz de explorá-los. Explore-os, seja e sinta-se capaz. Sabe qual é o maior empecilho na caminhada para o sucesso? É a falta de crença. E a maior delas é não acreditarmos em nós mesmos. É quando não acreditamos que somos capazes, que somos realmente incapazes. Afinal, somos o que pensamos. Nem mais nem menos. Ou acreditamos e alcançamos ou não acreditamos e fracassamos, na tentativa vã. Afaste de sua cabeça pensamentos que não lhe interessam. É uma tarefa difícil pra dedéu, mas muito simples. E o segredo está em você ser capaz de acreditar no seu poder. Só quando nos julgamos inferiores é que partimos para a luta pela igualdade. Não lute pela igualdade, mas pela superioridade. E só quando nos sabemos superiores, sentimo-nos no que somos. E é aí que respeitamos a inferioridade nos inferiores. Senão nos nivelamos a eles. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460         ———————————————————— ESPAÇO DO LEITOR ALAGAMENTO Um leitor, que pediu para não ser identificado, denunciou o risco de alagamento nas ruas do bairro Buritis, principalmente na Rua Raimundo Filgueiras. “Tem água empossada em frente das casas e em frente à Escola Municipal Francisco Lemos. Sem falar que na Rua Raimundo Filgueiras existe muito lixo jogado e falta pavimentação, o que dificulta o tráfego dos carros. Já acionados a Central 156 da Prefeitura de Boa Vista, mas até agora nada foi resolvido”, disse o leitor. VITÓRIA 1 “A vitória de Suely Campos demonstra o repúdio que a população tem ao grupo do governo PSDB, PMDB e PSB, que levaram o Estado a bancarrota nesses seis anos de gestão. Unindo as famílias, jovens, estudantes, profissionais, trabalhadores do campo, sociedade organizada e políticos, formaram o grande bloco para o saneamento do Estado”, comentou Carlos Roberto Bezerra Calheiros. VITÓRIA 2 Ele disse ainda: “Agora essas forcas políticas devem permanecer unidas para implementar um novo ciclo de resgate da nossa história republicana, visando exclusivamente o atendimento da população aos serviços públicos essenciais. E não esquecer que para a implementação das propostas elencadas no programa de governo é necessário fazer uma auditoria independente nas contas públicas”. MUDANÇA O internauta Govanni Trajano de Lima espera que a situação do Estado melhore com a eleição de Suely Campos. “Mas acredito que mudaram seis por meia dúzia. Mas tudo bem. Vou ter que esperar, e a população tem que ficar calada sem reclamar de nada durante quatro anos”, afirmou. PAMC Sobre a rebelião e fugas registradas na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo,  Railandio da Silva Gaia comentou: “Já virou rotina tanto as fugas quanto essas rebeliões. Deveriam produzir seus próprios colchões. Nossos impostos estão sustentando criminosos e uma segurança falida. Mas o governo está há apenas seis meses no poder e ainda não enxergou a gravidade do problema”. FILA Uma leitora, que pediu para não ser identificada, reclamou que não conseguiu uma senha preferencial para ser atendida no Banco do Brasil ontem. “Fui trocar o meu cheque e o funcionário disse que a agência estava muito lotada e que era melhor eu voltar na próxima semana”, relatou.