Jessé Souza

A palavra e protagonismo 11 11 2014 262

A palavra é… ‘protagonismo’ Jessé Souza* Quando o curso de Comunicação Social foi criado na Universidade Federal de Roraima, em 1991, um dos grandes desafios era criar um jornal-laboratório para que a teoria se aproximasse da prática, para que os alunos pudessem sentir na pele um pouco do que eles iriam encontrar quando entrassem para o mercado do trabalho. Anos se passaram, com algumas experiências bem sucedidas e outras não, agora temos aí a internet com suas inúmeras possibilidades de ser um laboratório gratuito e com a vantagem de ser aberto ao mundo. Hoje qualquer pessoa do jornalismo pode exercitar suas habilidades por meio de um blog, no caso da escrita, ou de um canal YouTube, no caso de vídeo, ou mesmo uma rádioweb. Não há mais as amarras de imprimir um jornal em papel, que é um processo caro e cada vez mais limitado em virtude do avanço tecnológico. Nem qualquer empecilho para se produzir algo em vídeo, o que pode ser feito hoje por um celular qualquer. Sendo assim, a palavra deste século passou a ser “protagonismo”. Qualquer pessoa pode ser o ato principal de suas conquistas ou de seu desenvolvimento intelectual em se tratando de uso da mídia para seu aperfeiçoamento profissional, campanhas, pesquisas, programas ou atividades educacionais. A blogosfera é o imenso laboratório a “céu aberto”, onde qualquer adolescente pode experimentar o que aprendeu em sala de aula na transformação da teoria para algo concreto. Quando estudante, na adolescência, na escola por onde passava eu tratava logo de criar um jornalzinho ou um informativo. Eu já protagonizava minhas aspirações e jamais parava nas primeiras barreiras. As esquinas estão cheias de gente dizendo que é impossível, que não dá, que o mundo já tem dono. É por isso que o protagonismo é importante na construção de uma nova realidade, na qual a pessoa se sente responsável por construir seu caminho, sentindo-se importante dentro da grande engrenagem da realidade devoradora de gente. Na política, por exemplo, muitas pessoas começaram a perceber que suas opiniões pessoais foram importantes no processo de discussão e que elas podem fazer muito apenas se posicionando. Descobriram que seu protagonismo pode vencer barreiras importantes, como a liberdade de se expressar sua opção política, mesmo que isto provoque atritos ou desagrade quem está no poder. Cada adolescente em sua escola pode ajudar a abrir novos horizontes educacionais usando as redes sociais para mostrar sua escola, as boas ações, os problemas, divulgar programas e projetos que podem servir de exemplo para mais pessoas. Esse é o protagonismo que vai ajudar a melhorar a sociedade. Ninguém pode ficar mais esperando por um líder, por um ídolo ou por um governo. As novas mídias que estão aí, de graça, são esse grande caminho aberto para quem quer dar sua contribuição por um mundo melhor. Basta querer ser protagonista. *Jornalista [email protected]