Opinião

Opiniao 15 11 2014 285

Suely e a saúde do povo e do Estado – Jaime Brasil Filho Como suspeitávamos desde o princípio do ano: a máquina perdeu. Nunca antes o candidato governista havia perdido uma disputa para o executivo estadual. É que de tão roubada a máquina governamental, tão enferrujadas que estavam as suas engrenagens, depois de tantas mentiras para enganar o povo, tanto abandono, tanta corrupção, tanto desamor, a velha lógica de que o coronel do momento é quem manda já não existe mais. A eleição de Suely foi um recado a todos os políticos de Roraima, inclusive à própria Governadora eleita. Se pisar na bola, não vai ficar. As coisas não acontecem da noite para o dia. São inúmeros os fatores que foram se acumulando para que o paradigma político, de sempre o poder estadual ganhar, fosse superado. Podemos enumerar alguns deles: 1.    Saturação da lógica clientelista, de troca de favores e dinheiro por votos. Isso porque os níveis de corrupção e o número de corruptos aumentou tanto que já não sobrou dinheiro para a manutenção do sistema de dependência eterna. 2.    Uma nova geração, já adulta, nascida em Roraima, filhos e filhas dos migrantes que aqui chegaram entre o final da década de 1980 e toda a década de 1990, insatisfeita com a realidade circundante, já que se tornou clara a estagnação das ofertas de oportunidades de crescimento, e mesmo das políticas assistencialistas, aquelas que inicialmente atraíram grandes levas de brasileiros. Essa juventude quer mais do mesmo, quer ascender do ponto de vista humano e material. 3.    Criação e ampliação de novas universidades e faculdades que melhoraram em muito a capacidade crítica e de visão de mundo de grande parte da população. 4.    O surgimento e organização de uma grande parcela de servidores concursados, a partir do governo Flamarion, que possuem estabilidade e não necessitam dos favores políticos para se manterem nos empregos. 5.    Caos administrativo. Incapacidade mínima de gestão. Endividamento e, consequentemente, comprometimento dos recursos públicos necessário ao pagamento dos salários dos servidores, bem como ao incremento dessas remunerações. 6.    Desconfiança e desconforto institucional, com o atraso no repasse do duodécimo dos Poderes e Órgãos do Estado. Fato este sem precedentes. 7.    Gestão duvidosa no IPER. 8.    Indícios de grilagem de terras, com participação de agentes do Governo, por meio do Iteraima. 9.    Crimes e corrupção envolvendo o Órgão ambiental do Estado. 10.    Esgoto, e lodo, nos igarapés e no Rio Branco, derramados pela própria CAER. 11.    Má qualidade dos serviços públicos essenciais. Paremos por aqui com as enumerações, mas poderíamos ir muito mais adiante. O fato é que a nova governadora terá uma herança administrativa e econômica de difícil assimilação e resolução. Certamente há questões mais complexas e que demandarão mais tempo. Outras podem ser mais rapidamente resolvidas. Dialeticamente, a mesma determinação da maioria do eleitorado que fez com que Suely ganhasse, pode se voltar contra ela, caso ela insista nos erros cometidos e que vêm se acumulando no passar dos anos. Insistir na monocultura extensiva, o chamado agronegócio, é um erro. O agronegócio em Roraima tem um custo de produção ainda mais alto que nos demais estados da Federação. Esse pessoal vive de financiamento público, de isenções fiscais e de subsídios, ou seja, a riqueza que eles produzem é paga pelo povo, e permanece concentrada nas mãos de meia dúzia de pessoas. Agronegócio em Roraima é apenas destruição e contaminação dos nossos mananciais hídricos, do solo, e do ar. A agricultura familiar é muito melhor, esta, sim, que produz comida e não commodities, além de gerar muitos empregos e distribuir a riqueza, tem o custo/benefício muito melhor para Roraima. Deixar a CAER como está, seria outro grave erro. Antigamente a CAER era a empresa pública mais querida pelo nosso povo. Dizia-se comumente que poderíamos beber água direto da torneira, sem problemas. O preço cobrado pela água era justo e o serviço minimamente decente. Nos últimos anos a CAER se tornou uma marionete nas mãos daqueles que queriam manipular o dinheiro público para fins inconfessáveis, e isso à custa da saúde da população, sem falar nas discrepâncias na cobrança das contas de água, onde há pequenas casas que pagam muito e mansões que pagam pequenas taxas fixas. Não há sequer uma lei em sentido formal que estabeleça o percentual a ser pago pelo serviço de coleta de esgotos. Não havendo lei em sentido formal essa cobrança se torna ilegal. E é o esgoto o principal problema. O governo estadual endividou o nosso Estado porque não queria captar recursos via convênios federais. E, porquê? Porque com dinheiro emprestado as obras e o uso do dinheiro não estariam submetidos à fiscalização federal. Boa parte desse dinheiro foi para ampliar a rede de esgotos, e isso em tese seria ótimo, não fosse o fato de que o esgoto está sendo jogado diretamente em vários cursos d’água sem tratamento. Cheguei, também, a denunciar aqui nesta coluna o derramamento de lodo, proveniente do tratamento da água, que deveria ser tratado antes de ser despejado no Rio Branco, mas não estava sendo. Outro absurdo criado em um passado recente. Chegamos a esta monstruosidade: a empresa que mais contamina as águas em Roraima é a empresa pública de águas. Água é a base da vida, e ela deve ser limpa e transparente, como transparente e limpa deve ser a gestão da nossa companhia de águas. Há muitos outros temas para abordarmos, que não caberiam em um só artigo. Mas, começar cuidando da saúde da população, ou seja, garantindo-lhe um meio-ambiente saudável, poderia ser um bom começo para Suely. Defensor Público —————————————————– RESPEITANDO E VALORIZANDO AS DIFERENÇAS – Vera Sábio A partir da conscientização de que somos seres humanos, falhos e multáveis, entende-se com isto, que todos somos distintos. Porém a “Consciência Negra”, não tem nada de diferente da “consciência branca”; ou seja consciência não tem cor.  E não é a cor, os contornos e os adereços que constroem a personalidade e o caráter dos seres humanos. Portanto embora cada um com suas características externas e suas valorizações internas. Possuímos diferenças que ultrapassam quaisquer raças, cores, gêneros, etnias, deficiências, culturas e credos. Desta forma, com esta conscientização, precisamos valorizar, respeitar e compreender cada ser humano na sua totalidade e com suas diferenças. O Brasil está cada vez mais tornando-se um país dos remendos e isto é muito preocupante. Pois invés de proporcionar educação de qualidade e oportunidades capazes de ensinar cada um de acordo com sua capacidade de aprendizagem, e em seu tempo de aprendizagem; com os recursos adequados para que realmente aprendam. O que fazem na verdade são remendos fornecidos pelas cotas. Concordo que até fornecerem todos os recursos adequados e acessíveis para uma equiparação de oportunidades no campo do trabalho e nas universidades; existam, com maiores critérios e para aqueles de fato prejudicados, “cotas” que os possibilitem uma maior inclusão. Mas sabemos que esta classificação não é feita rigorosamente, e que sempre o jeitinho brasileiro acaba fornecendo “bolsa família” para quem de fato não está na linha da miséria; “cotas em concursos e faculdades”, para aproveitadores, que de fato não tenha uma deficiência severa ou uma condição “escrava”, que não lhes permitiram alcançar os níveis dos considerados brancos; pois agora cada um denomina a cor que tem; aumentando o número dos “folgados”; aqueles que não querem ser diferentes nem exclusos, a não ser na hora de prestar algum concurso. Desculpe, mas estes privilégios por várias vezes tira a credibilidade de um profissional com deficiência severa, porém “ótimo” profissional, que não fez da sua deficiência, uma “profissão”; mas que realmente se especializou e desenvolve com autonomia seu trabalho. Acaba este profissional, desvalorizado, pois muitos o procuram apenas para “fazer uma caridade”, não pelo título suado que conquistaram.. Falo com experiência de pessoa com deficiência que sente na pele a desvalorização, quando chamam um palestrante de outro Estado, mas não ousam chamar a “ceguinha” aqui. O mesmo ocorre com um ótimo Terapeuta Corporal, o qual, todos aqueles que tiveram a coragem de procurá-lo com dores na cabeça, na coluna e outros problemas diversos, saíram de lá bem melhor do que chegaram. Todavia, ao informar a outra pessoa que melhorou com o tratamento do “cego”, a outra pessoa preconceituosa, em sua grande maioria, não acredita e não tem coragem de ir se tratar com uma pessoa que não enxerga. Com estes testemunhos, pergunto a você leitor: – Caso saiba que o profissional “negro”, que irá procurar, chegou a este patamar, pelas cotas a ele destinadas. Acreditará que realmente ele é bom no que realiza, ou simplesmente está fazendo aquele trabalho, pois teve cotas para isto?  Pense nisto, e lutem para um ensino de qualidade com respeito às diferenças de cada um…  Brasil não pode ser Brasil se for nação excludente.  Faça nossa Pátria mãe ser um país perfeito. Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega  CRP: 20/04509 [email protected] ————————————————————— Faça por você mesmo – Afonso Rodrigues de Oliveira “Essa filosofia de olho por olho, dente por dente, é uma política em que todos acabam cegos”. (Gandhi) A violência é uma característica do ser humano. Faz parte de sua evolução. Mas não vamos evoluir se não fizermos nossa parte como ela deve ser feita. E isso só é possível quando nos conhecemos, a nós mesmos. Que é onde está o problema. Muitas vezes agimos, tomando atitudes que não refletem nosso caráter, porque estamos seguindo exemplos de caráteres diferentes do nosso. Pensa que isso é filosofia? É não é não. Muitas vezes somos grosseiros e agressivos com alguém, porque alguém foi grosseiro e agressivo conosco. E é aí que deixamos de ser nós mesmo e passamos a ser o outro. É muito difícil agir de maneira diferente. Precisa de muito preparo racional. E a racionalidade é nosso princípio. Só ainda não somos capazes de entender isso. O processo de racionalização é muito lento. E por isso mesmo, praticamente incompreensível. Você já observou que estamos vivendo um processo de violência muito forte em todo o mundo? Mas isso não e novidade. Sempre fomos assim. Mas seria bom que começássemos a evoluir. Não devemos, embora possamos, continuar marchando sobre o mesmo terreno, como se fossemos meros elefantes de circo. E você está procedendo assim, sempre que procura se vingar de alguém. Não está levando em conta que quando procedemos como o outro, estamos nos nivelando a ele. Estamos caindo na mesma cegueira. A violência tem infinitas máscaras. E são máscaras perigosas. Todos os dias, estamos assistindo a programas televisivos que nos levam, quando não somos capazes de evitar, a caminhos tortuosos da formação humana. Há um problema que não é visto como tal e que está crescendo, de acordo com nosso crescimento social: estamos fazendo um angu insosso com um trio famoso: amor, paixão e ciúme. Um crescimento que está se tornando ridículo. Ciúme, paixão e amor são três coisas que não se combinam. E quando as misturamos criamos o maior problema na evolução do ser humano. Quando sentimos ciúme, não nos valorizamos. O ciúme é um desequilíbrio mental. Na medida em que o alimentamos perdemos o nosso controle sobre nós mesmos. E ele é sempre alimentado pela paixão que não é menos do que um descontrole emocional. E quando perdemos nosso controle emocional caímos no descontrole mental. E este, quando cresce, leva-nos à cegueira do olho por olho. O crime levado pelo ciúme não é mais nem menos do que uma revanche. No ciúme só se mata para se vingar. Logo, você nunca vai ver uma pessoa ciumenta, racional e mentalmente equilibrada. Pense nisso. [email protected]     99121-1460 ————————————————————- ESPAÇO DO LEITOR DEMORA “Em agosto do ano passado, eu precisei de uma cirurgia de vesícula. Como eu não conseguia, em novembro do mesmo ano, fui ao Ministério Público estadual pedir ajuda. Graças a Deus eu falei com o médico em janeiro deste ano e ele me operou. Somente em agosto, quase um ano depois, o MPRR me chamou pra saber se eu já tinha sido operado. Eu falei que sim. Em setembro, eles me ligaram outra vez me perguntando sobre a cirurgia e falei a mesma coisa: ‘já me operei’. Esta semana, eles bateram na porta da minha casa com um papel pra eu assinar para arquivar o processo que inclusive não adiantou de nada pra mim. Eu só quero que o MPRR me deixe em paz, já que eles não fizeram nada por mim. Nunca mais eu os procurarei”, reclamou um leitor, que pediu para não ser identificado. CALÇADAS O leitor Luiz Aquino denunciou o descuido da empresa Renovo ao fazer a obra de esgoto no bairro Alvorada. “A empresa quebrou todas as calçadas que tinham na frente das casas e deixou sem consertar. Se fosse no Centro ou em um bairro da zona leste da cidade, com certeza, no outro dia já estavam consertando. Mas como a zona Oeste da cidade é conhecida como ‘Mau Vista’ e não Boa Vista, ficam danificadas as calçadas sem ninguém da empresa aparecer por lá. A quem devo recorrer?”, questionou. VIÁRIO1 Sobre os recursos repassados à Prefeitura de Boa Vista após a conclusão da obra do Contorno Oeste, conhecido como Anel Viário, o internauta Carlos Calheiros disse: “Mais uma obra marcada pelo superfaturamento e erros de projeto. Essa obra foi conveniada em 2000, próximo de R$ 12 milhões, composta de todos os serviços de engenharia. Correções no projeto e aditivos foram feitos a partir de 2001, justamente, no segundo mandato de Teresa Surita, passaram a serem observados pelo TCU como obra superfaturada”. VIÁRIO 2 “Mesmo, assim, teve todo o seu recurso liberado pelo Dnit e com sérios problemas de projeto. Logo, mais essa dinheirama chega na Prefeitura. Para quê? Precisamos que os órgãos de controle federal fiscalizem a aplicação desse convênio para que não seja diluído no ralo da corrupção”, destacou Calheiros.