Opinião
Opiniao 18 11 2014 291
Amor incondicional – Walber Aguiar* Só as mães são felizes. Cazuza Era manhã. Ela me pegou pela mão e, lentamente, caminhou comigo até o fundo do quintal. Havia cajus, graviolas, mangas, goiabas, araçás, cocos e o velho pé de abacate. Minha mãe, dona Maria, levou-me para conhecer o infinito. O anjo de pernas tortas estava ali, relaxando no seu quarto. As redes eram velhas testemunhas da presença de dois homens naquele espaço do prazer, naquela geografia do aconchego. Todos, mesmo na idade adulta, carregamos o medo na bagagem. Medo do escuro, do mar, dos desertos, do desconhecido, do dentista e dos demônios que nos assombram o coração e a mente. Incapazes da perfeição, temos medo de pecar e, tomados pela angústia da solidão, buscamos no outro o complemento do amor, a metade que falta. Seu amor era incondicional. Sua vida foi completamente devotada ao marido e aos filhos. Calçava as meias do único menino que teve. Àquela altura o cheirinho de café já invadia toda a casa e o trombone já despertava a todos na velha Coronel Mota. O papagaio pedia café muitas vezes. Educar não era apenas mandar pra escola, para o velho colégio São Francisco. Antes era aconselhar e preparar pra vida. Assim, Maria não era apenas um nome, um refúgio na hora em que o escuro nos assaltava. É dom, ousadia, perseverança. Dom de ser mãe, ousadia de amar e perseverança em continuar existindo. Minha mãe, naquela manhã de maio, me pegou pela mão e me fez descobrir o infinito. Em cada planta, em cada pássaro, em cada detalhe do quintal. Ainda lembro os cheiros de vida. Inclusive, do inesquecível cheiro do seu sovaco… *Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected] ———————————————————– Deus é Onipresente – Marlene de Andrade* Deus é onipresente, atributo este incomunicável e intransferível. Que mistério, somente Ele está em todo lugar ao mesmo tempo! Para Deus não existe passado e nem futuro e tudo está debaixo de Seu Conhecimento em tempo real. Ele sabe tudo que ocorre, tanto no passado como no futuro. “Deus enxerga os confins da terra e vê tudo o que há debaixo dos céus.” (Jó 28:24) Portanto, Deus é onipresente no tempo e no espaço e é o Senhor da história. Ele conhece até os nossos pensamentos. “Porventura sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja?” (Jeremias 23:23-24). Há no céu inúmeros santos, salvos pela Graça Redentora, porém eles não nos ouvem, pois não possuem esse extraordinário atributo da onipresença. E depois, santo é uma palavra que significa estar separado, ou seja, a pessoa se torna santa porque se afastou do mundo ímpio, pecaminoso, secular e se arrependeu dos seus pecados, entregando-se literalmente, a Jesus. Os santos caminham separados daquelas pessoas que andam rumo à destruição, mas isso nada tem a ver com bondade, pois só Deus é bom. “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mateus 4:10). Ser santo é o mesmo que ter sido colocado à parte deste mundo tenebroso e não porque se tornou uma pessoa impoluta e sem pecado. Alguém se torna santo não porque é “bonzinho” e sim porque lhe foi atribuído o perdão de seus pecados, através do Sangue de Jesus e mediante seu sincero arrependimento. Sendo assim, os santos que já estão no céu foram pessoas comuns como qualquer um de nós. Eles aqui na terra, não passaram de simples mortais e por isso não nos ouve. Devido a tal fato, não adianta pedir nada aos mortos, pois estando no céu ou no inferno nada ouvem em relação as nossas orações. Só Deus ouve as nossas petições. “…Senhor… Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces. Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito…” (Salmo 139:2,3,4,7,8 e 15) *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/Anamt www.com/marlene.de.andrade47 ————————————————————- Passo a passo – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Há momentos na vida que para você ser o mesmo tem que mudar”. (Leonardo Boff) Mas tem que aprender a mudar sem mudar. Victor Hugo já disse: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Duas falas com o mesmo significado, mas que demoramos muito a entendê-las. Se não mudamos não progredimos. Mas só progredimos quando mudamos sem mudar. Está entendendo o engodo? No início da década dos sessentas do século passado, a Rádio Bandeirantes, em São Paulo, tinha um programa com o título: “Não diga não nem né”. O programa era apresentado por um comentarista de futebol, da Bandeirantes. Do nome dele não me lembro. Mas isso não interessa. O que importa é o sentido do programa; que era fazer com que as pessoas não se viciassem com a expressão, “né”? O programa era assim: o candidato se apresentava e o apresentador começava um papo com ele. Era um papo descontraído e solto. Mas o candidato não devia usar as palavras não, nem né. Era superinteressante. Poucas pessoas conseguiram chegar ao término da conversa sem usar o não nem o né. E a coisa tornou-se praticamente um vício. Ontem, assistindo a um programa de entrevistas pala televisão, lembrei-me do programa e gostaria que ele voltasse. Uma senhora que estava sendo entrevistada não parava de dizer, né? Foi muito interessante. Praticamente cada palavra que ela pronunciava, falava: né? Já reparou como isso está comum? Nem se presta mais atenção a isso. Mesmo que o cara que fica o tempo todo sentado no meu ombro esquerdo tenha dado um tapa na minha orelha, continuei observando. Quando ele bate na minha orelha é pra eu parar de ficar observando as pessoas. Mas já sou viciado e continuo. E ouvi um monte de coisas meio esquisitas, se se levar em consideração que se está usando um microfone que está levando nossas palavras Brasil afora. É uma responsabilidade imensa. Não é o “né” que vai pesar na balança da responsabilidade, mas as pronúncias. E cada vez que o entrevistador ou o entrevistado pronunciava uma palavra indevidamente, eu meneava a cabe. E aí o cara chato no meu ombro me dava um tapa na orelha. Acho que a orelha já estava ficando vermelha e resolvi parar. Fique zangado comigo não. Sei que sou chato, mas em vez de você se aborrecer, lembre-se de que falar em público é algo muito sério que deve ser levado a sério. E nada dói mais no tímpano do que você ouvir alguém falar, pela televisão, ou pelo rádio, claro: “Pode vim que o ingresso é gratuíto”. Dói pra diabo. Dói mais do que o tapa do cara chato que fica sentado no ombro da gente, nos policiando o tempo todo. Pense nisso. [email protected] 99121-1460 ————————————————————– ESPAÇO DO LEITOR MOBILIDADE 1 Sobre o Plano Municipal de Mobilidade e Acessibilidade Urbana, que não saiu do papel, o leitor Walter da Costa Ferreira disse: “2015 vem aí. Logo a seguir, 2016. Portanto, eleições a vista. Com certeza o tal plano deve começar a ser implantado. Quem viver, verá”. MOBILIDADE 2 “E o bairro Centenário, prefeita? Em seus discursos, seria o bairro modelo de Boa Vista. Para onde foram os repasses dos convênios com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com o Ministério do Turismo? Grande parte do bairro é composta por ruas de terra e com muito mato”, comentou o internauta identificado como XPS. ENEM Para André Sousa Vidal, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não é a forma mais democrática de ter acesso ao Ensino Superior. “Mas temos que ser justos. Todo ano tem mutreta nesse Enem. Parece que nem com o Exército fazendo a guarda das provas adianta. É melhor fazer a seleção por currículo escolar. Isto, sim, é justo e democrático”, opinou. MEDICINA1 “É muito triste ver deputados estaduais defenderem a implantação de um importantíssimo curso, como Medicina, enquanto negligenciam a situação precária em que se encontra a educação estadual e a UERR [Universidade Estadual de Roraima]. Salários baixos dos professores e com atrasos, infraestrutura deficiente, cursos como agronomia e engenharia florestal sem registro no conselho profissional, falta de combustível para visitas técnicas, gestores cabos eleitorais, enfim, diversas mazelas que corroem a instituição”, comentou Carlos Calheiros. MEDICINA 2 “Essa foi mais uma promessa eleitoreira dos nobres representantes do povo. Todos sabem que a UERR não tem estrutura física nem mesmo recursos humanos para oferecer um curso de Medicina. (…) Os cursos não têm laboratórios nem para formar professores quanto mais para formar médicos. Equipamentos de última geração estão mofando em depósitos por falta de instalação elétrica adequada”, disse o internauta Jaime. MATERIAL A leitora Francisca Sônia Freitas da Silva comentou sobre o material escolar sendo destruído pelo tempo no município. “Tantas crianças, adolescentes e até professores precisando. É triste. Onde estão as autoridades deste Estado? Tomem providências. Distribuam esses materiais antes que não sirvam mais para nada, afinal esse dinheiro é nosso”, escreveu.