Opinião

Opiniao 21 11 2014 307

Orgulho de ser – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Gosto de ver o homem orgulhar-se de seu país, mas gosto também de vê-lo, viver de tal maneira que seu país se orgulhe igualmente dele”. (Abraham Lincoln) É preocupante o desrespeito a que assistimos nos meios políticos do nosso país. Não tão aos poucos, vamos perdendo o orgulho que tínhamos de ser brasileiros. Mas é aí que devemos mostrar nosso respeito por nós mesmos. E quando nos respeitamos não nos deixamos levar pelos que não se respeitam. Votamos, elegemos e não aprendemos. Continuamos no mesmo barco furado da ignorância política. Elegemos políticos nada cidadãos e acabamos pagando o pato do desmando. E quando crescemos culturalmente, descobrimos que nosso desprezo pelos desonestos não passa de mera fanfarra. Porque, afinal, somos nós os responsáveis por eles. Começamos por pensar que as eleições passaram e que tudo não passou de uma passeata pelas urnas. E é aí que caímos no lamaçal do pântano da desonestidade. Continuamos elegendo políticos que são reconhecidos como fichas-sujas, mas não estamos nem aí, porque a justiça está aí, mas não se apresenta. A bandidagem nas ruas está tomando conta do país. Mas mais importante é que não deixemos que ela tome conta de nós. Então vamos fazer nossa parte. Não nos permitamos cair na esparrela de servir como títeres de desonestos. Não precisamos reclamar nossos direitos quando somos pessoas direitas. Quando somos não precisamos dizer que somos. Ir para as ruas gritar, quebrar e bagunçar não é o caminho usado por pessoas civilizadas e competentes. Nossos direitos devem ser defendidos pelos políticos que elegemos. Nós os elegemos para isso. A política é o esteio. Sem ela não seremos nada. Ela está presente em todas as atividades sociais. E se é assim, não podemos ignorar nossa responsabilidade ao eleger nossos dirigentes; eles não são mais do que servidores públicos a serviço do público, independentemente do cargo que ocupam. Nunca se julgue inferior, para que você possa se respeitar como cidadão responsável e orgulhoso do seu País, do seu Estado e do seu Município. Nunca vote num candidato que já foi algemado durante seu mandato anterior, acusado de corrupção. Se você votar nele, você estará sendo tão corrupto quanto ele. Só teremos mais dois anos pela frente para enfrentar novo processo eleitoral. E lá iremos nós, caminhando pelas mesmas veredas tortuosas da ignorância política. Vendendo nossos votos, como se fossem sucata da nossa dignidade enferrujada. E quando ela enferruja desvai-se e caímos no lamaçal de indignidade. E o que vende é tão indigno quanto o que compra. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460       ———————————————————- Fazendo Balanço – Profª. MSc. Selma Mulinari* Ainda falando em política e retrocedendo à tão recente campanha que acabamos de vivenciar, vale a pena lembrar que o governo que aí está ainda é o mesmo. Não existe nenhuma novidade. Afora alguns ratos que abandonaram o navio quando ele começou a afundar de vez, o grupo continua o mesmo, portanto, não adianta vir com fórmulas milagrosas faltando dois meses antes de sair da cadeira e achar que todo mundo é otário. É interessante que durante a campanha eleitoral todos do grupo da atual situação tinham sempre a fórmula mágica para resolver todos os problemas que assolam o nosso Estado. O mais interessante ainda é que durante quatro anos puderam fazer, puderam resolver e nada fizeram. Ao contrário, trabalharam para dilapidar ainda mais o erário público e contribuir com o atual quadro de endividamento que hoje o Estado de Roraima se encontra. É bom que o povo de Roraima realmente esteja atento e que esteja bem acordado, afinal, uma das máximas que valeram nessa campanha foi a de “orar e vigiar”. É fato também que alguns gatunos e oportunistas permaneceram com seus mandatos na assembleia. A esses, cabe à vigília e a cobrança, eles foram eleitos para representar o povo e não para engordar os bolsos. Senhores! Não esqueçam nem um momento das ameaças, do descaso, das filas intermináveis e das macas nos corredores do Hospital Geral, da falta de medicamento, das mortes por falta de oxigênio. Não esqueçam as escolas alagadas, da falta de carteiras e material didático. Não esqueçam os prédios da administração pública sucateados, abandonados, caindo aos pedaços. Não esqueçam os contratos milionários com empresas terceirizadas que só servem pra engordar os bolsos de alguns apaniguados. Não esqueçam o orçamento faraônico da Assembleia Legislativa, que é maior que o da Secretaria de Agricultura. Enfim, não devemos esquecer muita coisa para podermos cobrar. Quem esquece suas mazelas tende a compactuar com o descaso e não é isso que merecemos. Quanto ao novo governo, mesmo recebendo uma herança sinistra, deve honrar os votos que recebeu e trabalhar com afinco para devolver a cidadania tão merecida ao nosso povo. Povo que ousou sonhar e que demonstrou através de seu voto todo o descontentamento com tudo e todos que comandam a atual situação que hora atravessamos. Pra bom entendedor meia palavra basta, quem não percebeu o recado se assunte. Quem entendeu coloque suas barbas de molho e repensem suas fórmulas, estratégias e tenha acatamento, respeitem as pessoas. O povo não é besta!!! *Mestra em História Social [email protected] ————————————————————— Penas para “oiá” – Fernando Rizzolo* Na verdade fazia tempo que eu não pegava a estrada e ia para lá. Caminho tão antigo, com tantos contornos conhecidos, tão familiares que fui, eu mesmo, me perguntando o porquê de não arranjar tempo nem vontade de ver como andavam as coisas naquela pequena fazendinha. O sítio – como muitos o chamam – pertence a nossa família e fica em Itapecerica da Serra, cidade antiga, bem perto da capital paulista, numa região chamada de Potuverá, à beira da rodovia Régis Bittencourt, no caminho para o Paraná. No trajeto pensava em quanto é bom se distanciar da capital, do movimento das ruas, dos embates políticos, das passeatas, da violência… E mergulhar dois quilômetros na Mata Atlântica secundária (como chamam os especialistas), sentindo o cheiro do mato e pensando na vida. Logo que cheguei, a imagem da antiga casa, do gramado, das flores, me fez lembrar minha infância e adolescência, os amigos, geralmente filhos de caseiros que, de uma forma ou de outra, me ajudavam a selar os cavalos sem raça definida que mais socavam do que andavam. Bem ao lado do sítio existe até hoje um vilarejo muito antigo chamado “Vila dos Freitas”. O lugar tem esse nome simplesmente porque, há mais de 200 anos, viveu lá o casal Freitas – hoje vivem lá seus descendentes, tanto que todos ali têm o sobrenome Freitas, inclusive o nosso caseiro, Antônio. Aliás, caseiro não, ele é “tomador de conta” do sítio, como ele gosta de dizer. Descobri com o tempo que existem nos sítios da região duas modalidades de “tomador de conta”: os que trabalham de fato e os que são contratados apenas para “oiá”. Portanto, a primeira pergunta que fazem ao serem consultados é: “É pra trabaiá ou só pra oiá?”. Logicamente existe diferença de preço: “oiá” é bem mais barato; mas é mais uma particularidade da região. Caminhando pelos jardins e pelas plantações de eucalipto, que há meses não visitava, senti uma enorme satisfação ao ter novamente o contato com a natureza, envolto ao cheiro de mato e ao perfume emanado das altas árvores. Naquele instante, pus-me a refletir sobre a necessidade do ser humano de estar em contato com a natureza, com os pássaros, com a calça grudada de mato, terra nos sapatos, ou seja, um imenso contraste com a vida na cidade. Já quase me despedindo, como sempre, fui pegar no carro meu iPad para tirar uma foto do jardim, que postei no famoso Facebook. Foi um sucesso total, muita gente “curtiu”; e isso por um momento me fez pensar que meu dom talvez seja a fotografia – e não a literatura. Mas a grande verdade é que todos como eu estamos cansados, exaustos de falar em política, corrupção, eleição, impeachment, volta da ditadura, MST e essas coisas pesadas que acabam sugando nossa energia. A vida simples está na moda e está aí o presidente do Uruguai, o José Mujica, que não me deixa mentir. A palavra é despojamento e a ordem do dia é ir para o campo, contratar um caseiro só pra “oiá”, evitar os jornais e jamais pensar em escrever sobre política. Talvez fosse bom, se eu conseguisse, mas, inevitavelmente, tenho de retornar à realidade do dia-a-dia e enfrentar um país complicado. Não é fácil, e mais, do jeito que as coisas andam, logo pouco emprego teremos, restando a nós apenas a modalidade de alguns da “Vila dos Freitas”, que é só observar, só “oiá” as coisas acontecerem, porque emprego mesmo vai rarear e a saída será a desilusão com a política para ficar apenas curtindo fotos de jardim. Cá entre nós, é bem mais saudável e nos deixa bem menos irritados… *Advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais, membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos OAB-SP —————————————————————— CONTRA A VIOLÊNCIA SEXUAL – Vera Sábio* O sexo com responsabilidade e repleto de amor é o melhor bem que oser humano recebeu do criador. Outros seres vivos realizam o ato sexual para propagação da espécie.Só sentem o extinto sexual em momentos férteis e não praticam o ato se afêmea estiver gestante. Enquanto o ser humano tem a benção indescritível do orgasmo, tirando-o da realidade e levando-o a níveis de adrenalinas que são capazes de melhorar vários mal-estares, diminuindo problemas físicos e mentais. Tudo isto é possível se a atitude sexual puder ser denominada como um gesto de “fazer amor”. Só dá para fazer amor com muito amor, doação, partilha, liberdade e proteção. O que infelizmente é destorcido pelos atos irresponsáveis daqueles que não tem respeito nem amor pelo próprio corpo, quanto mais pelo corpo de outra pessoa. Quem não ama, não sabe doar amor; e este mal acaba forçando aquele que não compartilha do mesmo egoísmo, fazendo o que não quer, da forma que não quer, no dia que não quer e sem qualquer respeito pelo que quer. A violência sexual ocorre não somente mediante um ato de estupro puramente classificado nas leis vigentes. Mas também quando a pessoa próxima, a qual esteja indisposta, doente, magoada etc. Ou seja, por diversos motivos, não compartilha do mesmo prazer do parceiro, e não é respeitada em sua vontade; sendo forçada a fazer sexo. Esta violência pouco divulgada, muitas vezes escondida, acarreta problemas psicológicos, os quais torna a pessoa por eles acometida, mais retraída, sem libido, triste e depressiva. O ato sexual bem resolvido e com vontade e disposição de ambas as partes; forma cidadãos realizados, tranquilos, desestressados e fáceis de conviver. Enquanto a violência sexual é um crime que deve ser constantemente combatido. Por tanto amai-vos uns aos outros da mesma maneira que desejam ser amados. Entendam que dois erros nunca fazem um acerto, e que precisamos expor, denunciar, e combater todos os tipos de violência em prol de uma sociedade mais humana, amorosa e solidária. *Psicóloga, servidora pública, esposa, mãe e cega  CRP: 20/04509 [email protected] cel. 991687731 ——————————————————————– ESPAÇO DO LEITOR ASSALTO “Onde o Estado é ausente, a violência impera. Daqui a pouco, vai haver gente enforcada em praça pública e ninguém vai achar estranho. Parabéns à Polícia Militar, que se desdobra em mil, sem recursos, e ainda consegue cumprir satisfatoriamente seu papel na sociedade!”, disse o internauta José David Monteiro Fernandes sobre assaltos na Capital. FUNAI 1 Sobre a denúncia de que produtores de uma região em Rorainópolis estariam sendo coagidos por funcionários da FUNAI, o internauta identificado como Barreto disse: “Essa região é uma das vicinais mais habitadas de Roraima, com uma produção grande de pupunha e cupuaçu, e agora a Funai vem com essa de uma nova tribo? Roraima já tem 70% de seu território com terras indígenas, floras federais, estaduais e municipais. As autoridades não podem deixar isso acontecer”. FUNAI 2 O internauta Lucival de Oliveira Castro acredita que querem fazer a mesma coisa que fizeram com a reserva indígena Raposa Serra do Sol. “Trazer os índios para perto das fazendas e dos lotes para depois dizerem que já moravam há anos no local”, afirmou. CALL CENTER A leitora Deoniz da Silva Marques relatou a dificuldade para transferir a filha na rede municipal de ensino. “Esse 0800 não está funcionando como deveria. Fiz uma solicitação de transferência para minha filha em outubro e até hoje não obtive resposta da Prefeitura de Boa Vista. Toda vez que ligo no 0800, em busca de alguma informação, a resposta que me dão é que tenho que esperar. Só que dia 30 encerram-se  as matrículas e até hoje nada de resposta para confirmar ou não a transferência de minha filha”, denunciou. PROJETO O internauta Sérgio Pereira sugeriu um projeto de lei para o senador Romero Jucá (PMDB). “Diminuir em mais de 80% os salários dos senadores, deputados federais e demais autoridades dos outros poderes. Isso provocaria efeito cascata em todos os níveis: União, estados e municípios. A ideia é congelar os salários por, no mínimo, uns 20 anos e aumentar o salário mínimo em 250%. Ou o senhor senador acha que os funcionários públicos não têm contas a pagar? Não precisam trabalhar? Ou senador acha que os funcionários só trabalham no máximo seis horas durante dois dias na semana como a maioria dos políticos eleitos?”, questionou.