Opinião

Opiniao 04 12 2014 355

Uma candidatura, 2014, algumas reflexões – Robert Dagon* Um amigo provocou a intenção de fazer algumas considerações sobre o processo eleitoral deste ano, particularmente na votação para deputado estadual. Foi uma derrota que fechou as portas para um futuro promissor? Até que ponto são reais as possibilidades em um novo pleito? Bem, comecemos por apontar alguns fatos bastante interessantes: 1) o elevado número de candidatos a deputado estadual que solicitou inscrição: 416.  2) Os mais votados obtiveram a cifra de sete mil votos (poucos).  3) O alto valor gasto nas campanhas dos eleitos apresentado oficialmente. 4) A rejeição e derrota de muitos que detinham mandato. 5) A diferença entre as votações majoritárias e proporcionais, que demonstra, por um lado o desconhecimento e, por outro, a indiferença dos eleitores. Bem, uma candidatura que soma 1.462 votos (0,6% do total) em relação com o quadro acima, obviamente derrotada, pode ser apresentada como positiva se levarmos em conta alguns elementos, a saber: a) A modesta quantia gasta, que somou R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), obtida por meio de doações de alguns colegas de trabalho, amigos, bem como uma feijoada realizada em um dia de domingo. b) A dificuldade de deslocamento para outros municípios além de Boa Vista, por falta de recursos financeiros e logísticos. c) A impossibilidade de agregar outros candidatos, pois a liberação do trabalho para uma campanha eleitoral sempre traz alguns transtornos e problemas financeiros. Porém, uma análise mais aprofundada exige mais espaço e este não é o meio mais apropriado. Um pequeno texto como este pode apenas dar uma rápida pincelada em algo mais gritante: a realidade política, sindical e popular de Roraima, uma vez que, como em todo o nosso País, o movimento popular e sindical é “chapa branca” em sua maioria esmagadora, ou seja, agregado ao Governo e ao Estado. Há muito tempo não vemos as grandes manifestações sindicais reivindicatórias, mesmo em período de campanhas salariais. Quando ocorrem, são sufocadas pelas próprias “direções”, em nome da realidade, da tempestividade, das eleições, da governabilidade. Acrescente-se, ainda, o verdadeiro “divórcio” entre várias diretorias sindicais e os filiados: de norte a sul e de leste a oeste muitas greves são realizadas pela chamada “base”, que atropela os outrora chamados “pelegos”. O que isto tem a ver com a campanha eleitoral? Simples: no movimento popular e sindical pode-se aprender a importância da organização livre, autônoma, democrática, independente. Aí podem ser aprendidos e apreendidos os primeiros passos rumo a uma consciência libertadora, que construirá futuros lutadores da causa dos que vivem do trabalho. Aí se pode aprender a viver a solidariedade, a diferenciar entre democracia direta e representativa, aprender a fazer de mandatos popular ou sindical um instrumento de luta, ferramenta fundamental e imprescindível para mudar o Mundo. *Bancário [email protected]  (95)-99121-8268 —————————————————————- O segredo de uma educação pública de qualidade – Antonio de Souza Matos* A revista Época (10/11/2014, pp.62-66) publicou a reportagem “Depende Dele”, mostrando o resultado de pesquisas recentes sobre os fatores que mais contribuem para a aprendizagem dos alunos. O professor, é claro, aparece em primeiro lugar, ratificando aquilo que vimos dizendo desde os primeiros artigos publicados neste jornal. Com base na experiência de países que aparecem no topo das avaliações internacionais dos últimos anos, Finlândia, Coreia e Polônia, a reportagem oferece sugestões para promover a valorização do professor. O que esses países fizeram para tornar seus professores melhores e, desse modo, elevar os índices da educação básica? Em primeiro lugar, mudaram a forma de recrutamento. Eles selecionam os melhores estudantes da educação básica para serem professores. No Brasil, a maioria dos que optam pelos cursos de licenciatura e/ou pedagogia está entre os 20% com as piores notas do Enem. Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, o Curso de Pedagogia é o único que aceita candidatos com pontuação inferior à metade da prova do vestibular. Além disso, 90% dos professores brasileiros se formam em faculdades de baixa qualidade. Os melhores alunos do País seguem carreiras mais atraentes, tais como medicina, direito e engenharia. Na Coreia e na Finlândia, ao contrário do que ocorre aqui, os 20% melhores é que ingressam nos cursos de Pedagogia. Em segundo lugar, tornaram a carreira do magistério mais atraente. Os salários dos professores são maiores ou iguais aos das carreiras tradicionalmente mais valorizadas, tais como medicina e engenharia. No Brasil, os salários, de norte a sul, são vergonhosos e, portanto, afastam os melhores alunos, que poderiam ser brilhantes professores e promover uma verdadeira revolução na educação pública. Quem vai deixar de ganhar um salário de 10 mil reais como médico, no início da carreira, para ganhar 3 mil reais como professor, no fim da carreira? Em terceiro lugar, qualificaram melhor quem já estava no sistema. De que maneira? Realizando avaliações periódicas, a fim de descobrir eventuais falhas e promover a qualificação profissional. Não se trata de estabelecer diferenças entre os profissionais, mas de equalizar o sistema, garantindo melhor formação àqueles que apresentam deficiência no que diz respeito a conteúdos ou à didática. Em quarto lugar, melhoraram o currículo das faculdades de formação de professores. Assim, ao invés de investirem na transmissão de conteúdos teóricos, as faculdades estão trabalhando prioritariamente as práticas em sala de aula. No Brasil, por exemplo, quem cursa uma licenciatura perde muito tempo estudando conteúdos que nunca vão ser aplicados no exercício da profissão, nem no ensino fundamental nem no médio. Já nos países citados, o estágio tem a duração de um ano, no mínimo, propiciando ao futuro professor a vivência da realidade concreta dos alunos e dos conteúdos com os quais trabalhará. Em quinto lugar, pagam mais ao professor que apresenta melhor desempenho do que ao que tem mais tempo de serviço. Entretanto, para evitar injustiças, o sistema conta com diretores bem qualificados, que não somente cobram resultados, mas também dão suporte necessário a cada um dos profissionais, de modo imparcial. No Brasil, fala-se em meritocracia mais com a intenção de punir do que de ajudar os professores que sofrem por conta da má formação inicial e das péssimas condições de trabalho. Por que o Brasil – e Roraima – não copia esses bons exemplos? Por uma simples razão: falta vontade política. É melhor manter o povo na ignorância para mais facilmente manipulá-lo com discursos e ações populistas. *Professor.E-mail:[email protected]. ——————————————————— Haja luta… – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Nossa maior glória não reside na ausência de fracasso, mas no fato de nos erguermos sempre que fracassamos”. (Confúcio) Mesmo porque quando nos erguemos depois do fracasso, ele deixa de ser visto como um fracasso, mas como uma lição de vida. Pelo menos é como veem as coisas da vida os que sabem viver. A vida, como já sabemos, é luta renhida. Quando paramos deixamos de viver, mesmo que estejamos vivos. Lembra-se do que falava o mestre Chacrinha? Ele sempre dizia: “O homem é como a bicicleta, se parar cai”. E nem sempre percebemos que caímos e tentamos continuar no mundo da ilusão. Nossa vida somos nós que a dirigimos. E não podemos dirigir parados. “Navio parado no cais não ganha frete”. E não pense que estou a fim de brincadeira numa quinta-feira. Estive ali fazendo um trabalho simples e pensando nas coisas simples que me aconteceram ultimamente. Aí larguei as coisas simples que estava fazendo, e vim bater esse papo com você. Claro que não vou contar o que me chamou atenção ontem pela manhã. Você não vai acreditar e me chamar de mentiroso ou de ET. E nem sou uma coisa nem outra. Mas não vou mudar de assunto. Você é que deve mudar sua maneira de agir e aceitar os trancos. Não acho que eles devam ser considerados agentes do fracasso. Nós é que fracassamos. E se é assim, nós é que somos agentes dos nossos fracassos. Se Edson não pensasse assim não teria criado a lâmpada elétrica. É bem verdade que ele nunca me disse que pensava assim, mas pensava, sim. Senão não seria conhecido como é. Do mesmo modo que alguém já disse que se Colombo tivesse desistido no caminho, ninguém o teria criticado por isso, mas ele não seria lembrado por nós, hoje. Nunca pensou nisso? Nunca se deixe abater pelos acontecimentos maus que possam lhe acontecer. Chute o balde e deixe o mal correr pelo lixo que é o lugar dele. Não sei se você vai acreditar, mas estou rindo que nem um boboca, aqui, ao computador. Ocorreu-me um acidentezinho desse tamanhozinho, bem cedo, mas está incomodando pra dedéu. E estou rindo porque não acredito que deixei aquilo acontecer. Foi muita burrice. E há coisa mais ridícula do que você se sentir ridículo? Com certeza, vou passar o dia todo rindo. Mesmo porque estou começando a pensar que estou envelhecendo. Sempre que pergunto à dona Salete, se estou, ela me olha de soslaio, faz bico e não responde. E isso me deixa realmente preocupado. Mas, pensando mais sério, vou me cuidar; porque o que me aconteceu pela manhã, só acontece com velho ou com desligado. E não me sinto como um cara desligado. Apesar de péssimo fisionomista. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460        ——————————————– ESPAÇO DO LEITOR ABUSO 1 O internauta José David Monteiro Fernandes pede que a imprensa não deixe cair no esquecimento o caso dos policiais militares que invadiram uma casa e agrediram uma família no bairro Jardim Olímpico. “Busquem sempre correição para atos abusivos”, afirmou. ABUSO 2 “Artigo 5: a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro ou, durante o dia, por determinação judicial. Ou seja, isso se configura abuso de poder. Se for realmente comprovado, esses policiais militares terão que ser afastados ou até mesmo exonerados”, opinou o internauta Neto. CASSAÇÃO “Acredito que a instabilidade política gerada pela decisão tardia do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima era previsível. No entanto, sem causar preocupação naqueles que deveriam, num tempo anterior, proceder da forma que culminou na cassação do governador Chico Rodrigues”, comentou Natal Altair. DEMOLIÇÃO 1 Sobre a demolição do Mercado Municipal Laura Pinheiro, o internauta Carlos Calheiros comentou: “Como é fácil jogar o dinheiro público na lixeira da incompetência e do descaso, desses irresponsáveis gestores da coisa pública. Uma obra, que foi edificada há 15 anos com recursos federais da Suframa, oriundos dos impostos pagos pelos trabalhadores e empresários, vai virar um amontoado de entulho por falta de fiscalização e obrigação daqueles que deveriam cuidar do patrimônio público”, comentou. DEMOLIÇÃO 2 “Estamos diante do maior desrespeito à população e, principalmente, no mal uso do dinheiro, ou seja, transformá-lo em lixo. Basta o surrupiamento das finanças na saúde, educação e infraestrutura e, agora, demolir um prédio que apresenta as suas estruturas físicas em condições de reformá-las. Isto não é um caso de Justiça, mas de polícia”, complementou Calheiros.