Opinião
Opiniao 11 12 2014 383
Um sonho de Natal sublimando o meu viver – Francisco de Assis Campos Saraiva* Ontem fui dormir contente, com muita paz, razão maior de minha existência. Em minha mente repassava a doce lembrança de que o Natal estava se aproximando, singularmente bem diferente das demais datas transcorridas durante o ano. Tudo passa depressa demais e em nossa mente se perpetua a recordação das grandes datas e das pessoas queridas que já estão na eternidade. Um misto de alegria e saudade dos entes inesquecíveis que não mais compartilham das atividades diárias que nos envolvem. A noite foi generosa para comigo, dando-me o ensejo de reviver momentos sublimes de minha infância querida. Quanta felicidade e ternura no precioso quadro a que me encontrava envolvido! De súbito senti a inusitada sensação de alegria deslumbrante, que me conduziram a legendária cidade de Belém. Ali, numa manjedoura, estava o Menino Jesus pleno de graça e sorrindo para o mundo, espargindo felicidade no Universo Terreno. Maria Santíssima e José complementavam esplendorosamente a ornamentação paisagística de misteriosa pureza e humildade. No Oriente uma estrela fulgurante aparecia com seu clarão fascinante, orientando e guiando os três Reis Magos, levando-os até a gruta onde estava o Menino Salvador do Universo. Diante Dele se prostraram e renderam-Lhe graças louvando aos céus pela vinda do Messias prometido. Naquele momento sublime todo o Universo parou para contemplar a beleza magistral manifestada singularmente na humildade redentora de Jesus. Tudo era festa em derredor da terra e até os animais bradavam, dando uma ornamentação de singularidade e de um colorido festivo inusitado, numa espécie de orquestração de fé, como se naquele momento sentissem o desejo de falar e reverenciar o testemunho de sua exaltação. No firmamento luzes multicolores despontavam como num lampejo reluzente e a sinfonia de vozes angelicais entoadas pelos Arcanjos, Querubins e Serafim, num eco vibrante de aleluia em adoração ao Rei de Judá, que dali mesmo se encarregou de sublimar as agruras do mundo em sofrimento. De súbito um silêncio profundo em volta da terra, seguido de uma manifestação contagiante projetada na face iluminada de todos, irmanados na sublime mensagem do Natal que estava acontecendo num momento superno de raro resplendor. Beijos e abraços de confraternização e mãos entrelaçadas num gesto carinhoso de amizade e fraternidade, neutralizando a ação pungente da discórdia, do rancor e do ódio e cedendo lugar ao amor e perdoando uns aos outros, revividos na crença de um mundo fraternal e puro e fortalecidos na fé viva que engrandecerá para sempre as gerações do universo. Há mais de dois mil anos tudo isso aconteceu e cá na terra a mensagem sublime do natal se renova de ano para ano, com a mesma esperança de paz, amor e fraternidade entre as pessoas, rejubilando-se com o mesmo entusiasmo e a esperança de um mundo cada vez melhor, mais humano e mais fraterno para todos. Uma mensagem de fé deixada pelo Nazareno é revivida no coração de todos, “que amem uns aos outros como eu vos amei.” Cada Natal passado em meu viver foi sempre de uma esperança verdejante renovada no auguro de um mundo melhor, mais humano, mais fraterno e justo para com todos. Volta Jesus, outra vez a terra. O mundo está em desespero minado pelo ódio, de irmãos tirando a vida de irmãos, como se nada de ignóbil tivesse praticando. Volta Jesus o mundo está pecaminoso demais, por que perderam a fé e mergulharam na insensatez e na desobediência insana. Ninguém parece lembrar mais do meu Senhor e de seus sábios ensinamentos. Só o Senhor poderá usar de piedade e salvar o mundo em aflição. Muita maldade, muito ódio, muito rancor e nenhum perdão. E a palavra do Senhor manda: Amará ao Senhor Deus de todo coração e ao próximo como a se mesmo. A desobediência é total meu Amado Mestre. É uma infringência selvagem de fazer dó. É o pai matando o filho. É o filho tirando a vida do pai ou da mãe. O irmão do próprio irmão. São atos nefandos que estão acontecendo pelo mundo afora. A juventude está perdida e mergulhada na droga. É um desequilíbrio disseminado pelos quatro cantos da terra. São atitudes animalescas que estão acontecendo por toda parte, com violências e requinte de crueldade sem limite. Ninguém mais acata e nem respeita o princípio da autoridade. São bandidos fortemente armados tirando impiedosamente a vida de criaturas indefesas. O descontrole é fatal e a mortandade é devastadora e desumana por onde passa. A pessoa de bem não tem mais sossego e está trancada em sua residência como pode, tentando evitar a ação deletéria desses marginais travestidos de gente. Parece que estamos vivendo na época da pedra lascada, em que pese à evolução tecnológica dos tempos hodiernos. Volta, Jesus, o Natal está se aproximando e assim poderemos nos sentir fortalecidos e acariciados pela Sua ternura, pelo Seu amor e protegidos pela Sua misericórdia. Obrigado, Papai Noel, pelo lindo presente que o senhor nos trará, que será a presença do Senhor Jesus, Redentor e Salvador de todo o Universo. É de Sua paz, Jesus amado, que estamos sentindo falta e da Sua proteção Divina que nos acudirá sempre. Obrigado, Senhor meu Deus, por ter enviado a Terra o Seu Filho Unigênito, para alegria e redenção de toda humanidade. Aleluia a todos que estão irmanados na fé, na oração e na exaltação do amor ao próximo, com paz na terra aos homens de boa vontade. “Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem.” (Atos 17.29). *Oficial R1 do Exército, empresário, titular e dir. téc. do Lab. Lobo D’Almada, membro da ALB e da ALLCHE E-mail: [email protected] —————————————————– Você se lembra de nós? – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Da mesma forma que não quero ser escravizado ou espoliado, não quero nem escravizar nem espoliar. Tal é minha concepção de democracia. Tudo o que dela difere não é democracia”. (Abraham Lincoln) Numa democracia todos têm o direito de protestar, reclamar, exigir. Mas temos que ter o senso de democracia. Não deveríamos, ainda que possamos, sair por aí gritando por direitos que nem sabemos se se coadunam conosco. A humanidade sempre foi assim e, pelo que me parece, vai continuar assim, sabe-se lá até quando. São problemas que não podem ser resolvidos de uma década para outra. Mas nunca serão resolvidos se não começarmos o processo de aperfeiçoamento. Então vamos começar. E não vamos nos aperfeiçoar sem aperfeiçoar nossos pensamentos, nossa maneira de agir. Boa Vista é uma cidade sem monumentos. Não temos monumentos que marquem nossa história. E pelo que vejo, não há ninguém interessado nisso. E por isso surgem, vez por outra, protestos que apenas ratificam nosso descaso pelo nosso passado. Já vivemos momentos ridículos nesse passado. Conhece aquele painel de parede, na parede do Ibama? Eu construí aquele painel em 1985. Nem o Ibama sabe que fui eu que fiz o trabalho. E por isso, apesar de ter minha assinatura na base do painel, ainda hoje não me pagaram pelo trabalho. Nunca recebi. Depois que passamos à condição de Estado, fui convidado pelo governo para elaborar um programa de construções de monumentos nas praças da cidade. Mas quando a conversa terminou, a secretária me alertou: – Mas o senhor tem que cobrar bem barato senão meu pai não paga. E pai, aí, era o então governador. E por isso nunca mais voltei para uma nova conversa. E continuamos assim. Os prédios antigos, que mesmo sem características histórica são históricos, estão abandonados, degradados, e ameaçados de destruição pelo poder público que os destruiu historicamente. Poder que mesmo quando os restaura, os descaracteriza. Mas a pena mais lastimável é querer destruir o único monumento da cidade, “O Garimpeiro”, que, queiram ou não, faz parte da história deste Estado. Cá entre nós, vamos ser, pelo menos, mais responsáveis pela nossa história, independentemente de combinarmos ou não, com sua origem. O cosmopolitismo na sociedade roraimense não é pequeno. E isso faz com que os roraimenses nativos tomem mais cuidado na sua colaboração pela preservação da memória do Estado. E não vamos garantir a memória presos e asfixiados com o coronelismo. O avanço do Estado nesses quarenta anos não pode ser visto, senão como um avanço incomum. E a responsabilidade é nossa. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460- ——————————————————– ESPAÇO DO LEITOR GARIMPEIRO1 Sobre a proposta de demolição do Monumento ao Garimpeiro, o leitor Alysson Mota Ferreira desabafou: “João Catalano precisa respeitar a origem e as famílias que desenvolveram o Estado. Essas pessoas homenageadas no monumento são de famílias tradicionais e pioneiras aqui. Sem elas jamais teríamos um desenvolvimento econômico do Estado. Ele deveria criar um projeto mais viável para a Funai se desenvolver melhor, dar assistência à saúde dos indígenas”. GARIMPEIRO 2 “Haja paciência com a Funai. Como fazer tábula-rasa da garimpagem na história desse país? O monumento apenas representa a lembrança de um aspecto histórico. Sou absolutamente contra a extração ilegal de minérios e apoio todas as operações policiais de combate a esse crime organizado, em virtude dos males que dela defluem, seja no aspecto humano quanto ambiental. Contudo, não desprezo a importância histórica dessa atividade para o Estado de Roraima”, comentou o internauta Rodrigo Colares da Costa. GARIMPEIRO 3 Para o internauta Isaías de Andrade Costa, o coordenador da Frente de Proteção Yanomami, João Catalano, está equivocado. “As nações indígenas merecem todo o nosso respeito e a nossa luta em defesa de seus direitos. No entanto, nada justifica tratar o principal monumento de nossa cidade como apologia ao crime. Se há crime sendo praticado hoje, este deve ser coibido. (…) Parabéns ao município por ter oficializado, ainda em 2007, aquele monumento como símbolo histórico de nossa bela cidade. Parabéns aos desbravadores que conquistaram com justiça aquela homenagem”, afirmou. GARIMPEIRO 4 “Eu, particularmente, não concordo com essa atitude, pois é um marco histórico de nossa cidade. Espero que nossas autoridades não aceitem essa ideia ridícula. Tem coisas muito mais importantes a serem feitas”, comentou Marinett Soares de Oliveira. REMARCAÇÃO “O meu amigo [o paciente Ademir do Carmo Mendonça, 60 anos] saiu de Campos Novos, em Mucajaí, para vir a Boa Vista para uma consulta com ortopedista no Hospital Coronel Mota. Mas a consulta tinha sido marcada para o dia 8 de dezembro, feriado municipal, dia que o hospital não funcionou. Ontem fomos com ele ao hospital novamente para tentar remarcar a consulta e nos informaram que não há previsão para que ele seja atendido de novo. Isso é um absurdo”, relatou a leitora Perpétua Dias.