Opinião

Opiniao 17 12 2014 410

As injustiças de um tribunal – Márcio André de Sousa Sobral* Quando eu era pequeno, aprendi com meus pais que valores podem e devem valer mais em nossa vida do que coisas, e dois dos que me chamaram mais a atenção foram a honestidade e o altruísmo. Aprendi que não se devia pegar nada de ninguém sem permissão, e muito menos levar pra casa aquilo que não era meu. Aprendi a dividir com meus irmãos (embora muito pobres que éramos) as coisas de que dispúnhamos. As pessoas, indubitavelmente, valiam mais do que as coisas, e a isso chamávamos de valores familiares, e porque não dizer valores eternos! Pois bem! Cresci, e junto comigo a sensação de que as outras pessoas também eram assim, e resguardadas as exceções, eu descobri que estava enganado. Os homens crescem e junto com eles a soberba, e também a hombridade. Uns procuram o caminho do bem; outros o caminho do mal; outros ainda fazem o mal disfarçados de caminhos corretos, ou retos caminhos. Hoje vejo a inversão de valores. Os homens, agora crescidos, assumem lideranças, ou pelo menos setores importantíssimos de tomadas de decisões, embora alguns sejam desprovidos de uma liderança nata. Alguns subjugam a inteligência do seu vizinho; outros, de posse do poder nas mãos, decidem equivocadamente os rumos de subordinados, minando sonhos de muitos e alimentando a avareza impregnada no sangue de poucos, na política do “tudo pra mim, e para os meus protegidos”. Fazendo uma analogia, e trazendo para a prática do nosso dia a dia, vemos que Órgãos Públicos deveriam funcionar como pais, e seus servidores ou funcionários como filhos, em que os valores da honestidade, da ética e da impessoalidade deveriam ser imperiosos entre os que mandam e os que obedecem. Pessoas deveriam ser valorizadas além das coisas, e isso de forma honesta e linear, em uma busca constante de se fazer justiça dentro de casa. Um órgão público, cujo poder precípuo é julgar e decidir a vida dos outros, não pode se dar ao luxo de não fazer justiça dentro de “casa”, a começar em seu corpo primitivo, com seus pares e “ímpares”, e não somente para alguns, pois a exemplo dos ensinamentos de meus pais, meus irmãos não poderiam ter mais ou menos direitos do que eu, e esse conceito de valores poderia ser plenamente aplicada a qualquer instituição pública ou privada. Pessoas valorizadas são pessoas satisfeitas, constrangidas, naturalmente, a dar o seu melhor (e volto a lembrar as exceções, e por essas, nem todos podem pagar). E para exemplificar um conceito moderno de gestor público, cujo exemplo deveria ser seguido, com esmero, por qualquer Instituição Judiciária, trago à baila os dizeres do desembargador mais antigo do TJRN, Amaury Moura de S. Sobrinho, ao jornal do SISJERN, em Natal-RN, em 2012: “Na TV a gente vê o artista, mas não vê quem o filma. Mas sem o cinegrafista, o ator não estaria lá. Sem os servidores, nós não faríamos nada. (…) Isso aqui não funciona sem eles. O servidor é um elo extremamente importante para que a justiça chegue lá na ponta e ele é quem faz com que a coisa ande, se movimente. (…) ou o servidor tem uma remuneração que lhe dê um mínimo de dignidade de vida ou a coisa não funciona, ou funciona precariamente ou ele vai embora. Não há coisa pior do que se trabalhar com servidor insatisfeito, preocupado em pagar contas para as quais o seu salário não dá, em investir na educação do filho, em privar-se do direito ao lazer. É importante que o servidor tenha uma vida digna e trabalhe com orgulho, com vontade, porque, mal remunerado, mal reconhecido, não se produz nada. (…) É importante investir no servidor, em sua formação intelectual, em sua interligação com o jurisdicionado, e, evidentemente, em sua remuneração. Só eu posso ganhar bem? Quem está me ajudando não pode? Absolutamente incompreensível isso.” Bom, finalizando, posso dizer o seguinte: se um Órgão de Justiça não consegue exercer justiça interna, no modelo gerencial da matriz swot, aplicando bem e devidamente seus recursos orçamentários à valorização de seus servidores, esse órgão tende a ser reconhecido como uma instituição atroz, ou algoz da maioria. Em sendo assim, em detrimento da justiça interna superficialmente perceptível, façamos nós (simplórios servidores), a justiça externa para a sociedade, pois, afinal de contas, alguém precisa dar o exemplo, e normalmente essa responsabilidade recai sobre os que não detêm o poder de decidir; os que aprenderam a lição de casa, lá atrás, com seus pais, ainda tenros meninos e meninas; os que não se deixaram persuadir pelos encantos superficiais da ganância e da individualidade. Não podemos esquecer, porém, que a administração pública não tem dono, e isso é de uma obviedade irritante, embora alguns, investidos de autoridade, ainda não tenham entendido isso. *Técnico judiciário e-mail: [email protected] ———————————————————– O Retorno do Gedi – Waldecir R. Andrade* Como na saga “Guerra nas Estrelas”, o Retorno de Gedi, o grande guerreiro Luke Skywalker volta com toda a força e com seu sabre de luz.     Travando batalhas inimagináveis, fica ferido, cansado, desanimado. Porém, através da sua essência, sente esperança e assim o guerreiro consegue extrair forças, da sua virtude, do seu senso de justiça e principalmente da vontade e dever de salvar os seus semelhantes. Totalmente ao contrário são nossos politiqueiros. Todas às vezes que demos oportunidades do retorno ao poder de um destes mercenários da política pagamos um preço altíssimo.    Pagamos com a nossa vida, com a vida dos nossos filhos. E é um preço exorbitante para manter estes ditos mercenários politiqueiros no poder. Não podemos continuar com o maldito vício da tal “reeleição”.    Nem para presidentes, senadores, governadores, prefeitos, deputados e vereadores. Pois não podemos mais ficar coniventes e alheios a esta situação de total orgia existente em todos os setores. Não só com a verba pública, mas com a saúde, educação, segurança, infraestrutura etc… Pelo poder que damos a estes mercenários, eles endeusam-se, embriagam-se e refestelam-se em seus maiores delírios, esquecendo que são meros mortais. Cabe a nós, “o gigante adormecido” (povo), acordar! Somente deste modo acabaremos com o filme de terror que vivemos. *Terapeuta corporal e membro do Conselho da Pessoa com Deficiência e-mail: [email protected] Cel.: 991664844 —————————————————— Trânsito do bem – Pedro Cardoso da Costa* Quando não se conhece algo e isso nos traz uma preocupação somente as coisas negativas são ressaltadas. Dirigir um automóvel sempre fez parte dos meus desejos de realização, assim como sempre foi destacado por mim. Nunca me imaginei dirigindo. Depois de quase dois anos de acompanhamento psicológico, este ano de 2014, enfim, passei a ser mais um dos motoristas brasileiros a conviver com os problemas inerentes, antes imperceptíveis. Durante o longo período de inatividade só foram acumulados os malefícios dessa atividade, pois, para mim, sair com um carro era como se me preparasse para entrar numa guerra. Não era um medo tão injustificado assim. No Brasil, mata-se mais no trânsito do que em qualquer guerra declarada no mundo. Se o número de mortes é grande, o de feridos é incalculável. Sem retirar nenhuma das restrições, na rua existe colaboração entre as pessoas, e não só a tragédia imaginada. As pessoas colaboram mais do que a gente percebe quando não faz parte dessa loucura de dirigir. A mania de levar vantagem indevida em tudo está muito presente nas atitudes dos brasileiros em geral. Com os motoristas não poderia ser diferente e talvez isso seja uma das maiores causas dos acidentes. O sinal amarelo serve para avisar que a velocidade deve ser reduzida para abrir passagem ao outro lado. Aqui, é quase unanimidade a aceleração automática do carro para alcançá-lo no início do vermelho. Tanto que é comum o congestionamento aumentar devido ao bloqueio dos cruzamentos. Não há quem gosta de ser acossado por outro, mas existem ultrapassagens feitas em momentos emergenciais. Quando um motorista pede passagem, a tendência do outro é encarar isso como uma afronta, um desaforo, uma provocação e aí vem a grosseria, o revide, em lugar de cortesia ou colaboração. Também há o vício de se encarar o trânsito como uma disputa automobilística, como afirmação de superioridade. Isso se constata pela diferença do tratamento privilegiado dado a quem tem carrões daqueles que têm carros simples ou verdadeiras “latas-velhas”. Como todos os demais segmentos, o trânsito é reflexo do comportamento e da cultura de cada sociedade. Mas, sem dúvida, há demonstração de solidariedade a todo instante nesse universo até então desconhecido para mim. Ainda é preciso que as pessoas agradeçam mais quando recebem apoio, já que não é habitual; um farol, uma buzinada, um aceno qualquer. E se cada novo motorista se autovigiar para não adquirir o hábito da pressa, um passo importante será dado para diminuir essa carnífice que teima em não arrefecer. Parece contraditório ou uma dicotomia extrema. Ou não? Como diria um famoso baiano. *Bacharel em direito ————————————————— ESPAÇO DO LEITOR REMATRÍCULA Um leitor, que pediu para não ser identificado, questionou a exigência da carteira de identidade para renovação de matrícula na Escola Estadual Carlos Drumond de Andrade. “Para tirar a identidade preciso esperar duas semanas por conta do agendamento. A renovação acaba esta semana e não dará tempo para o documento ficar pronto. Será que esta é uma imposição da Secretaria de Educação?”, questionou. DO PRODUTOR “Quero reclamar da administração da Feira do Produtor. Os feirantes, não satisfeitos com o espaço que já possuem, agora estão armando barracas no estacionamento. Já era difícil estacionar, agora está ficando pior”, reclamou um leitor, que pediu para não ser identificado. PCCR “Não dá para acreditar na palavra desse senhor [vereador Léo Rodrigues], pois corremos um grande risco de que o PCCR seja aprovado na surdina ou até mesmo em alguma sessão extraordinária. Infelizmente, a política nesse país funciona como um produto de barganha. Os políticos vendem seus votos ou até mesmo são obrigados a votar a favor dessa senhora Teresa Surita para que não sejam perseguidos. Mas como isso acontece? Simples! A grande maioria tem o rabo preso com alguma arbitrariedade e se vêem ameaçados por quem tem mais poder do que eles”, comentou Mônica da Silva Peixoto sobre a apresentação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos servidores municipais. ESCOLA 1 Sobre a nota “Palhoça”, publicada ontem, a Divisão de Educação Indígena (Diei) da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) informou que a Escola Estadual Indígena Komini, na comunidade Yanomami Erikó, no Município do Amajarí, foi criada a pedido da própria comunidade, mas que agora surgiram as diligências para construção de um prédio e que está integrada no Plano de Ações Articuladas (PAR), do Governo Federal, em fase de cadastramento. ESCOLA 2 Ainda segundo a nota, até o momento não houve repasse de verbas para construção da escola, uma vez que quem realiza levantamento e aprova a construção é o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação. “De forma alguma a Seed aprova a permanência de uma estrutura como essa”, frisou.