Opinião

Opiniao 30 12 2014 452

Feliz ano velho – Walber Aguiar* Vou sentir tua dor derradeira, adeus, até nunca mais… Era o fim. Na verdade, começo do fim. Derradeiro suspiro de um ano acabado, insepulto, mas que continuava marcando e teimava em espernear, insistia em permanecer de pé, embora o calendário nervoso e apressado o empurrasse para o abismo das coisas velhas, para o purgatório em que se depositam os anos. Feito mar em fúria, o ano de 2014 continuava a se debater diante  de fatos e desejos mensuráveis, concretos, palpáveis.. Gemia numa convulsão histórica, numa espécie de náusea e gozo entremeado de cólicas. Embora dando sinais de cansaço, o amontoado de datas, dias, meses e horas, imprimira qualquer coisa de saudade, angústia e alegria. Ano em que pipocaram manifestações de revolta, num incontido sentimento de brasilidade. Isso porque a  política e a economia do país davam sinais de visível atraso e decadência. A partir da velha e conhecida corrupção, o copo d’água transbordou e a tempestade anunciada virou um tsunami social, capaz de mexer com as estruturas adoecidas e com o brio daqueles que se acomodaram com a presente ordem de coisas. Enquanto o velho ano ainda acenava da janela dos dias, com o último olhar de um condenado, perdemos um pedaço significativo de nossa grandeza e capacidade  de resistir. Tristemente partiu Robin Williams e tantos outros fazedores de sonhos, como o poeta da terra e dos passarinhos Manoel de Barros. O homem que brincava com a simplicidade das palavras, enquanto cumpria seu papel de peregrino, cuidador e cantador da natureza. Também o inesquecível Rubem Alves, acendedor de lampiões na alma dos homens e chupador incansável de jabuticabas, algo imensamente maior que estar imerso em reuniões que nada reúnem, convenções que nada convencionam e concílios que não conciliam coisa alguma. Também se foi João Ubaldo Ribeiro, o escritor que soube muito bem traduzir em palavras a angústia e o prazer do povo brasileiro.. Afora as convulsões sociais, a vida foi marcada a ferro e fogo pela agonia e glória de 2014. O sentimento aflorou mais do que nunca nas redes sociais, onde anônimos viraram heróis e o amor passou a ser a tônica dos seres em busca de si mesmo. Poetas, profetas, boêmios, santos, hipócritas e loucos se fizeram ouvir enquanto discorriam sobre temas os mais variados. Tempo de derramar o coração, de manifestar os mais quentes afetos. Momento de pensar o impensável, vencer o inexpugnável, tocar o intangível. Assim, os romances shakespearianos, carregados de enorme dramaticidade, experimentaram o poder libertador da desilusão, da força destruidora que, ironicamente  nos fortalece, embora tenha o poder de matar. Por isso, entre os mortos afetivos e os feridos pela tragédia existencial, salvaram-se quase todos. Infelizmente, muitos foram tragados pela dor da perda, pelo pântano enganoso das bocas. Era o fim.  Naquela geografia da reflexão, naquele espaço nostálgico e melancólico da lembrança, o novo despontava nas cortinas alaranjadas do ocaso. Restava ao velho ano a oportunidade de um último aceno. E a nós, a possibilidade de sermos mais livres, justos e humanos. De tecermos fio a fio um ano mais novo e mais feliz… *Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Leras. [email protected]       ————————————————— Natal, festa de Jesus ou do Papai Noel? – Marlene de Andrade* Jesus não nasceu em dezembro e isso não é uma novidade bombástica, contudo e ainda assim, quase o mundo inteiro “festeja” o aniversário dEle nessa data. Cristo nasceu há cerca de mais de dois mil anos em uma época em que não se fazia registro de nascimento, sendo assim, não se registrava o nome do lugar onde a pessoa nasceu, o dia e nem a hora do nascimento da criança. Mas apesar de tanto glamour, para uma grande parte das pessoas o Natal não passa de uma festa comum de final de ano. Ocorrem nesse dia algumas situações que Deus não gosta como, por exemplo, uso de bebidas alcoólicas em excesso, acidentes de trânsito, brigas, assassinatos e assaltos. No Natal, “rolam” mesmo inúmeros atos pecaminosos com muita festa, “cervejada”, roupa nova, cachaça, peru, bacalhau e um grande “alto astral”. Também pudera, boa parte das pessoas está bêbada e aí tudo fica mágico mesmo. Alguns viajam em excepcionais cruzeiros com muito glamour. Beijos e abraços? É o que não faltam por todos os lados por onde quer que se vá. Nesse dia fica tudo vermelho, quer dizer, tudo azul, ou seja, “vai tudo bem e todos ficam de bem com a vida”. Glamour é uma palavra inglesa que entre outros sinônimos significa encantamento e/ou feitiço. O Natal festejado por uma grande parte das pessoas é isso, é como se elas mergulhassem em um mundo encantado cheio de feitiço e encantamento. Por sua vez, mulheres elegantes dão um brilho “especial” a essa “festa de aniversário” de Jesus. Nesse dia, grande parte das pessoas viaja para um mundo de fantasia e mágica, onde tudo é muito colorido, bonito e sem “maldade nenhuma”. E o mais interessante é que, na verdade, quem é mesmo ovacionado é o Papai Noel, o qual tomou o lugar de Cristo. As crianças o adoram e muitas delas creem profundamente que o “bom velhinho” traz presentes e a todos o amam de verdade. À meia-noite ocorre a tradicional ceia, mas Jesus não é lembrado durante a festa tudo fazendo crer que o Natal não passa mesmo de uma grande festa pagã. Nesse dia quase ninguém se lembra que Jesus existe. O Natal pode ser festejado sim, porém Jesus deve ser lembrado nessa festa e receber todas as honras que lhe são devidas. Festejar o Natal não é errado, o errado é deixar Papai Noel tomar o lugar de Jesus. É importante também que estejamos sempre nos lembrando que Jesus voltará e todo olho o verá. “Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo”. (Apocalipse 1:3). *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT www.facebook.com/marlene.de.andrade47 —————————————————– Como fazer – Afonso Rodrigues de Oliveira* “É fazendo, que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer”. (Aristóteles) Mais um ano a menos. Todos os anos, ficamos o ano todo esperando o fim do ano. É como se passar o ano fosse uma diversão e não uma experiência. Como você passou seu ano de 2014 no seu ambiente de trabalho? O que você fez de melhor no que fez durante o ano todo? Só quando realizamos o que desejamos realizar festejamos com ânimo o fim do ano. Mas o mais importante é que, tenhamos ou não feito o melhor, não há mais como corrigir o malfeito. O que podemos, e devemos, é procurar fazer o melhor no ano que vem. Não podemos fazer o melhor presos ao pior que foi feito no passado. O mais inteligente é aprender a fazer, com os erros do que foi feito no que foi feito. Então deixe pra lá o que não lhe interessa e viva cada momento no festejo de final de ano, e se prepare para fazer o melhor no que fizer no ano que vem. Somos todos vendedores, independentemente do que fazemos fora ou dentro do campo das vendas. Quando nos conscientizamos disso nos preparamos para a importância do comércio em nossas vidas. E o mais importante é que não confundamos o comércio na vida com o comercio espalhafatoso nas comemorações festivas dos natais e anos novos. Entregamo-nos tanto à euforia do consumo que nem percebemos os prejuízos que ele nos traz. Pura euforia inconsequente. Mas sabe o que há de melhor em tudo isso? É que isso nos faz feliz. E o mais importante é que sejamos felizes e vivamos a vida como ela deve ser vivida. Mas cuidado com o descontrole emocional. A importância do comércio natural e instintivo em cada um de nós, é que a todo o instante estamos tentando vender a nossa imagem. E isso é importante porque quando queremos vender, queremos dar o melhor. E se você é vendedor ou vendedora, pense nisso. Procure fazer o melhor no que você deve fazer melhor, para alcançar o melhor. E saber que a venda é natural no ser humano já é uma sabedoria que pode levar você a um mundo de prosperidades. Porque o mundo das vendas exige o sentimento de prosperidade, com um comportamento de liderança. E isso é válido mesmo para quem não atua no mundo dos negócios. O negócio é ser feliz; e só somos felizes quando sabemos que estamos fazendo o melhor no que fazemos. Pense leve livre e solto. Aproveite cada momento deste final de ano para uma reflexão sobre o que você fez de melhor durante o ano. O que fez de pior não interessa. O importante é que os erros sirvam como orientação para o que você não deve fazer na próxima tentativa. O erro é uma lição para os que sabem aprender. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460     —————————————————– ESPAÇO DO LEITOR CRIMINOSO 1 “É um absurdo! Meia dúzia de bandidos colocando medo na população, enquanto as autoridades de segurança do Estado não estão nem aí para o que está acontecendo. Mentindo para a população, dizendo que esses fatos são casos isolados sem significância. Chega de enganar a população”, comentou o internauta Alexsandro Nogueira Bezerra sobre ônibus queimados em Boa Vista. CRIMINOSO 2 A leitora Mônica da Silva Peixoto relatou que nenhum ônibus ou lotação passou pelo bairro Cidade Satélite ontem. “Tinha muita gente na avenida precisando ir trabalhar e não tinha como sair. Cadê a segurança que o senhor Chico Rodrigues tanto pregou nos cinco meses de governo dele? Só mentiras. E vocês, bandidos, têm que se voltar para o governo, e não para a população que não tem nada a ver com os problemas”, comentou. CRIMINOSO 3 “Se começarem a arrochar na Penitenciária Agrícola, quero ver se esses marginais revoltadinhos não criem vergonha na cara! Enquanto famílias lutam para ter uma vida digna, esse bando de projeto de gente faz o que faz sem ter uma causa. E os políticos estão mais preocupados em mamar nas tetas do Estado do que com o povo”, comentou Sônia Maria Arruda Oliveira. ANO NOVO Carlos Alberto da Silva Oliveira sugeriu que o Ministério Público impetrasse um pedido de liminar para cancelar a festa da virada no Parque Anauá. “Eles deveriam exigir a compra de remédios para doentes no HGR. Festinha de fim de ano com o caos na saúde, segurança, educação é inaceitável”, opinou. TELEFONIA O policial federal Rui Machado Junior denunciou a falta de sinal da operadora Vivo em Pacaraima, na região Norte do Estado. “Passamos três ou quatro dias sem poder ligar ou mandar mensagem. Pedi que amigos meus de Boa Vista ligassem para a Vivo. Eles disseram que era um problema na ‘bateria’. Mas isso não tem lógica. Demorou muito para o sinal do telefone voltar”, relatou. “Eles não dão nenhuma explicação plausível para a falha. A Vivo é a principal operadora de telefonia no município e a falha na prestação de serviço afeta milhares de consumidores locais”. Ele disse que, em novembro, os munícipes passaram pelo mesmo problema e ficaram quase uma semana sem sinal nos celulares.