Opinião

Opiniao 06 01 2015 469

Ajudar crianças carentes só no Natal é disfarce – Marlene de Andrade* É impressionante perceber que algumas pessoas nas festas de final de ano saem distribuindo presentes às crianças pobres achando que isso é caridade, ou seja, sinônimo de amor. Será que crianças de baixa renda só devem ser lembradas no mês de dezembro? Isso não é caridade, e sim uma forma teatral de “ajudar” nossos semelhantes. É também uma tentativa de aliviar o remorso por ter passado meses e meses sem se lembrar que algumas dessas crianças precisaram, no decorrer daquele ano, de pelo menos uma palavra amiga, sem recebê-la. Não adianta oferecer um brinquedo frágil e descartável a uma criança pobre no Natal e não lembrar que ela teve fome o ano inteiro, não só de alimentos, todavia também de nossa atenção, do contrário isso se torna falta de correspondência com a verdade. Muitas delas, às vezes, não estão se alimentando como deveriam, por isso não adianta fazê-las sorrir somente no final de ano e durante o ano todo ignorá-las. Tal atitude não passa de disfarce. Será que não podemos levar algumas crianças para nossa casa pelo menos uma vez por semana e ali oferecê-las entretenimentos saudáveis, amor e carinho? Tal procedimento é obrigação humanitária. Todos nós temos que ajudar nossos semelhantes durante o ano todo e não só em dias de festas de final de ano. Ajudar crianças de baixa renda só no Natal é inadmissível. Para ajudar crianças não precisamos levá-las para morar conosco, pois existem muitas outras maneiras de ampará-las e cooperar com as mesmas. Um bom jeito é demonstrar-lhes nosso carinho, respeito e amor. Sair com elas para uma pizzaria, ou então oferecer-lhes aos domingos um almoço bem gostoso é muito prazeroso. Tem pessoas que trata cachorro como se gente fosse e isso não é errado, mas se gostamos de tratar bem o nosso cãozinho, por que não ajudar pelo menos uma criança carente? Se ajudássemos uma só criança de baixa renda de nossa vizinhança, principalmente aquelas que estivessem passando por uma situação de grande penúria, com certeza, teríamos menos infratores e consequentemente menos delinquentes nas cadeias desse nosso país. Sair da nossa zona de conforto para ajudar, quem quer que seja, é um paradigma honroso, digno e faz bem à nossa alma. “Bem-aventurado é aquele que considera o pobre. (Salmos 41:1) *Especialista em Medicina do Trabalho ——————————————— O Delta do Rio Parnaíba, uma obra fascinante da natureza – Francisco de Assis Campos Saraiva* No final de 2008 e janeiro de 2009, encontrava-me de férias no Piauí com a esposa Nevinha. Em Alto Longá fomos hóspedes do casal amigo Pedro Henrique e Maria de Jesus, na Granja Ipueira, onde passamos parte de nossas férias, degustando aquele peixe saboroso pescado na hora e as frutas deliciosas colhidas no pomar. Que maravilha! Senti que Deus estava me dando à oportunidade de conhecer algumas das maravilhas do Estado Piauiense. Incentivamos o Pedro Henrique, que acolheu a idéia e juntos partimos para a cidade de Parnaíba, porta de entrada do Delta do Rio Parnaíba, um encanto magistral do Criador. Muitos de nossos confrades desconhecem as belezas do nosso Estado. Ficamos, deveras, encantados! O Delta do Rio Parnaíba é o principal destaque do litoral nordestino, um esplêndido encanto da natureza, uma jóia deslumbrante localizada entre os Estados do Piauí e do Maranhão. A cidade de Parnaíba é a principal porta de entrada do único delta em mar aberto das Américas. Espetáculos semelhantes no mundo só são encontrados nos deltas do Rio Nilo, no Egito, e no Rio Mekong, Vietnã, no Sudeste Asiático. Suas cinco desembocaduras e noventa ilhas paradisíacas, cortadas por igarapés, se constituem num santuário ecológico de primeira grandeza. O Delta do Parnaíba foi descoberto, há mais de 420 anos, pelo navegante Nicolau de Rezende, quando navegava pelo litoral nordestino brasileiro, próximo ao extremo nordeste do Maranhão na divisa com o Piauí, onde o Rio Parnaíba deságua no Oceano Atlântico. O Delta do Parnaíba possui originalidade e importância no contexto litorâneo do Piauí e do Maranhão. As dunas costeiras protegem terras continentais, que são reservatórios naturais de água e recursos hídricos únicos, além de servirem como áreas de recreação. As dunas possuem uma vegetação com a função de bioestabilização do campo lunar, diminuindo o processo geomorfogênico de avanço das dunas pelo efeito eólico. O manguezal, por ser um habitat de caráter anfíbio propicia vegetação, abrigo e subsistência para diferentes grupos faunísticos, como mamíferos, aves, répteis, peixes, crustáceos e moluscos, além de contribuir para a manutenção do potencial biológico do litoral, aproveitado pela captura de peixes e crustáceos. Numerosas espécies têm seu ciclo biológico vinculado ao manguezal e seus componentes vegetacionais. As lagoas costeiras e os estuários estão entre os mais férteis ecossistemas litorâneos, que servem de abrigo e criadouro a muitas espécies de interesse comercial. O Delta atrai muitos visitantes dada sua grandiosa beleza. O turismo é a 3ª maior indústria do mundo, onde o petróleo vem em 1º lugar e a indústria bélica em 2º. Parnaíba é a única cidade onde existe agência de turismo especializada em passeios pelo Delta do Parnaíba. A Empresa Morais Brito Viagens e Turismo é a pioneira nos serviços de passeio pelo Delta. Existem também guias de turismo credenciados pela EMBRATUR. A maior ilha do Delta é a Ilha Grande de Santa Isabel, reconhecida por seu artesanato. A outra ilha em projeção é a Ilha das Canárias, um santuário ecológico de preservação ambiental ao agrado do visitante que chega. A Ilha das Canárias possui melhor estrutura para o turismo ecológico na região. O cardápio local inclui delícias preparadas com peixes, caranguejos, camarões e ostras. A pesca comercial na região não se limita a água doce. Muitas espécies marinhas migram pra manguezais na época de reprodução. Seus filhotes permanecem nesse refúgio até terem condições de aventurar-se em mar aberto. Quando isso acontece, a viscosidade do mar aumenta de forma impressionante. No Delta do Parnaíba este fenômeno também acontece intensamente e sustenta a atividade pesqueira do meio-norte do país. Grande parte do famoso camarão do Ceará sai de águas piauienses. E, clandestinamente, até barcos de outros países da América Latina costumam ir pescar nas proximidades. No Porto dos Tatus tudo se compra a preço razoável: peixe, caranguejo, camarão, para serem revendidos a preços elevados. O caranguejo é o sustento do povo da região e seu comércio gera grandes lucros. É o forte do Delta do Parnaíba. Do Porto dos Tatus saem caminhões lotados de caranguejo, diariamente, com destino, principalmente, ao litoral cearense (90%). Muitas famílias do Maranhão, Piauí e Ceará ganham seu sustento na lama, catando caranguejos. Cerca de cinco milhões de crustáceos são retirados da área pra consumo e comercialização, fazendo a fortuna de muitos atravessadores. A parte do Delta do Rio Parnaíba em território piauiense se constitui na maior superfície de manguezais do Estado. São duas grandes faixas de mangue, uma que fica ao longo da margem direita do Rio Parnaíba e a outra ao longo do baixo curso do Rio Igaraçú. No Delta do Parnaíba, seguindo-se além dos mangues, a carnaubeira é a titular na paisagem. A fauna do Delta é abundante e seus mangues cumprem um papel importante para o equilíbrio ecológico da região, que abriga milhões de espécies e dá abrigo para as que estão em extinção como o guará vermelho e o peixe boi, que é o maior mamífero marinho herbívoro em extinção. Nada em águas claras e rasas alimentando-se principalmente de capim, algas e folhas manguezais. O adulto chega a pesar 800 kg e 4 metros. Encontra-se no Brasil de Alagoas em Maceió e no Piauí em toda faixa litorânea. Estima-se que em todo o litoral brasileiro exista cerca de 400 peixes bois. O curso do Rio Parnaíba faz a divisa entre os Estados do Piauí e do Maranhão. Nasce na Chapada das Mangabeiras, a 700m de altitude e percorre cerca de 1.850 km, até desembocar no Oceano Atlântico, onde se dá um dos espetáculos mais atraentes da natureza. As dunas formadas na região em que as águas do Parnaíba se encontram com o Oceano Atlântico chegam a atingir 40 metros de altura e armazenam em seu interior, a água doce das chuvas. Esta é, apenas, uma das surpreendentes paisagens do conjunto, considerado “uma obra de arte da natureza.” Do total das 73 ilhas, apenas as do Grande do Paulino, Caju, Canárias e Santa Isabel, ocupam cerca de 80.000 hectares e são dezesseis vezes maiores que a zona urbana de Teresina. Embora tenha sido eleito o cartão postal do Piauí, estima-se que, apenas, 35% do Delta do Parnaíba encontram-se em território Piauiense. Os outros 65% no Maranhão. No Delta do Parnaíba, quem não é pescador vive de catar caranguejo. Se essa atividade não requer força para remar mar adentro para pescar, exige destreza e disposição, pois não é fácil passar boa parte do dia atolado na lama mal cheirosa ou equilibrando-se em raízes aéreas dos manguezais, cercado por guerrilhas de pernilongos e mosquitos, que geram muito sofrimento. Esta é a sugestão para quem quer visitar locais exuberantes do nosso Brasil. Esperamos que todos tenham um ano novo de mil esperanças e inusitadas realizações. “O que anda em integridade será salvo, mas o perverso em seus caminhos cairá logo.” (Provérbios 28.18). *Oficial R1 do Exército, empresário, titular e dir. téc do Lab. Lobo D’Almada, membro da ALB e da ALLCHE E-mail: [email protected] ——————————————   Buscando a liberdade – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Não há liberdade sem progresso, sem aperfeiçoamento, sem harmonia”. (Rui Barbosa) Ainda não vivemos a liberdade que desejamos e merecemos. Sinto que estamos caminhando para uma ditadura. Sobretudo, quando sabemos que nunca vivemos uma democracia de fato e de direito. Tudo que vivemos em termos de democracia não foi mais do que mero e enganoso ensaio. Não se constrói uma democracia sem educação. E educação é uma das coisas mais difíceis de penetrar na mente dos nossos políticos. Ontem, assisti a uma entrevista com o novo Ministro da Educação, que foi realmente decepcionante. E como queremos e sonhamos ser um povo vivendo uma democracia? Mas este é um problema nosso, e só nosso. Então vamos nos mexer. Vamos fazer nossa parte. Mas, pelo que vejo, ainda vamos esperar, pelo menos, mais uma década para dar início ao processo. No âmbito federal e no estadual, não vejo perspectiva nenhuma em melhoras. Os pensamentos que estão sendo levados ao ar, não são nada diferentes dos dos tempos passados. O novo Ministro ainda pensa no pensamento do Presidente José Mojica: “Quem quiser ganhar dinheiro não deve procurar o serviço público”. Acho que os dois não sabem quanto ganha um de seus auxiliares, em relação a um professor. Mas, quer mesmo um conselho de amigo? Não perca seu tempo com arrotos verbais dos defensores da política tida como democrática. Faça sua parte, preparando-se para as próximas eleições. Mas prepare-se. Você tem dois anos para se preparar para as eleições municipais. É tempo curto para quem estiver a fim de mudar os rumos de governos desorientados. Lembre-se de que você nunca viverá em liberdade, se não se preparar para a liberdade. E você só irá conseguir, com muita responsabilidade e harmonia. Erga sua cabeça e olhe no horizonte do seu futuro. Pense em que futuro você pensa. O que você realmente quer para você e seus filhos, e demais descendentes. Não construímos a felicidade com futilidades nem com arrogância. A Margareth Thatcher já nos disse que “Estar no poder é como ser uma dama, se precisar dizer que é não é”. E todos nós estamos no poder, mesmo quando não nos sentamos nas cadeiras confortáveis dos poderosos que pensam que são. Você só vai ser feliz quando se amar de verdade. E quando nos amamos fazemos de tudo para obter o que realmente merecemos. E merecemos respeito e consideração, o que não nos têm dado nas governanças. Vamos fazer nossa parte, construindo uma política como alicerce de uma democracia que ainda não alcançamos com nossos governos. Vamos eleger políticos politicamente mais preparados. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460   ——————————————- ESPAÇO DO LEITOR RETROCESSO 1 O leitor Antônio Amaral afirmou que nos últimos quatro anos a educação de Roraima passou por um retrocesso, ao comentar sobre a publicação da matéria “Escola vira quartel do Gate”. Ele disse que uma das escolas mais tradicionais da Capital, Diomedes Souto Maior, no Centro, foi abandonada e agora suas ruínas serão aproveitadas pela Polícia Militar. Ele afirmou que, em alguns casos como o da escola, foram liberados recursos para a reforma do prédio que sequer foram devidamente aplicados. RETROCESSO 2 Na avaliação do leitor, enquanto outras cidades preservam o patrimônio histórico de suas unidades escolares, que por décadas formaram nomes de destaque na sociedade, Roraima dá um péssimo exemplo e ignora o acervo histórico com a depredação de prédios públicos. “Deixo minha indignação, pois como roraimense tive o prazer de concluir meus estudos naquela unidade escolar, que por sinal foi por muito tempo referência no ensino público. E com tristeza tenho que testemunhar este descaso do governo estadual com a história e o patrimônio de nossa cidade”. SAÚDE As mudanças na gestão, anunciadas pelo secretário de Saúde, Kalil Coelho, na Rádio Folha, segundo o internauta Guilherme Alves, já demonstram uma boa vontade em eliminar “vícios” que existiam em setores estratégicos daquela pasta. A notícia do reforço na atenção básica dos municípios, conforme ele, beneficiará a população da região Sul que, apesar de contar com o Hospital de Rorainópolis, sofre com a escassez de remédios básicos. “Sempre quando a população necessitava, era informada que estava sendo providenciado”, frisou. SAÚDE 2 Outra observação do leitor é com relação à unidade de atendimento hospitalar do Município de São Luiz do Anauá, Francisco Ricardo de Macedo, que necessita de profissionais para que seja prestado um melhor atendimento à população. “A unidade passou por diversas intervenções da Vigilância Sanitária, chegando até ser interditada, tamanho o descaso da gestão anterior, deixando a população sem nenhum atendimento, tendo que recorrer ao Hospital Geral de Roraima. Espero que o novo secretário tenha a sensibilidade de priorizar o atendimento às famílias que residem no interior”, destacou.