Jessé Souza
Sem magicas e truques 07 01 2015 471
Sem mágicas e truques Jessé Souza* Há muita expectativa em torno da nova administração que assumiu o Governo do Estado no dia 1º. Não poderia ser diferente mediante o governo desastroso que vem se arrastando desde as eleições de 2010, quando os serviços públicos definharam e os órgãos fiscalizadores apontaram vários esquemas de corrupção no Estado. Porém, essa atual administração não irá fazer mágicas ou milagres, como muitos acreditam. Os números não são favoráveis, mediante uma dívida astronômica deixada pelas administrações anteriores e os recursos são cada vez mais limitados que deixam os administradores de mãos amarradas. O momento é de apertar os cintos, cortar regalias, frear os desperdícios, estancar a corrupção e colocar o Estado acima dos interesses pessoais e de grupos políticos. E quando se fala em tomar decisões amargas, isso significa arrocho para o povo e dias amargos para todos até que os rombos sejam controlados. Mas haverá interesse e coragem dessa administração em cortar na carne e renunciar regalias e favores políticos nesse momento em que o toma-lá-dá-cá é a forma de compor uma base aliada? A atual administração vai colocar o dedo no suspiro de esquemas antigos que engolem recursos públicos na saúde e educação, principalmente? O que se viu, até aqui, são os alaridos em busca de cargos ou a manutenção deles. A retaliação política do governo é regra na composição política, o que significa que o “meu pirão primeiro” antes de encarar as grandes questões que afligem o povo, a exemplo das filas nos hospitais. Como se trata de menos duas semanas de governo, então é necessário que os novos administradores tomem ciência do que receberam e localizem os buracos espalhados por todos os setores. Esse tempo é necessário antes de começar a fazer as cobranças mais incisivas. Mas que ninguém se iluda que Roraima viverá, a partir de agora, dias de pão e mel, sonhos e valsas. A conjuntura política e econômica do Brasil não indica dias melhores, o que implica em uma turbulência à vista e necessidade de remédios amargos se quisermos pensar em melhorias. Porém, que esta conjuntura nacional não seja desculpa para deixar de arrumar a casa em Roraima, pois há situações explícitas de incompetência administrativa e falta de vontade política para resolver questões pendentes em vários setores. O povo elegeu esse grupo que aí está para consertar os estragos, então é isso que se espera da nova administração, que conserte. Significa dizer que antigas práticas não serão mais toleradas pela sociedade, que está aprendendo a caminhar nos meandros dessa política que levou o Estado ao atoleiro. As máquinas governamentais derrotadas no pleito passado são esse sinal a ser observado pelos administradores públicos a partir de agora. E esse é o recado a ser dado: consertem o Estado que vocês terão o respeito do povo. Caso contrário…. *Jornalista [email protected]