Opinião

Opiniao 08 01 2015 476

Ajudar crianças carentes só no Natal é disfarce – Marlene de Andrade* É impressionante perceber que algumas pessoas nas festas de final de ano saem distribuindo presentes às crianças pobres achando que isso é caridade, ou seja, sinônimo de amor. Será que crianças de baixa renda só devem ser lembradas no mês de dezembro? Isso não é caridade, e sim uma forma teatral de “ajudar” nossos semelhantes. É também uma tentativa de aliviar o remorso por ter passado meses e meses sem se lembrar que algumas dessas crianças precisaram, no decorrer daquele ano, de pelo menos uma palavra amiga, sem recebê-la. Não adianta oferecer um brinquedo frágil e descartável a uma criança pobre no Natal e não lembrar que ela teve fome o ano inteiro, não só de alimentos, todavia também de nossa atenção, do contrário isso se torna falta de correspondência com a verdade. Muitas delas, às vezes, não estão se alimentando como deveriam, por isso não adianta fazê-las sorrir somente no final de ano e durante o ano todo ignorá-las. Tal atitude não passa de disfarce. Será que não podemos levar algumas crianças para nossa casa pelo menos uma vez por semana e ali oferecê-las entretenimentos saudáveis, amor e carinho? Tal procedimento é obrigação humanitária. Todos nós temos que ajudar nossos semelhantes durante o ano todo e não só em dias de festas de final de ano. Ajudar crianças de baixa renda só no Natal é inadmissível. Para ajudar crianças não precisamos levá-las para morar conosco, pois existem muitas outras maneiras de ampará-las e cooperar com as mesmas. Um bom jeito é demonstrar-lhes nosso carinho, respeito e amor. Sair com elas para uma pizzaria, ou então oferecer-lhes aos domingos um almoço bem gostoso é muito prazeroso. Tem pessoas que trata cachorro como se gente fosse e isso não é errado, mas se gostamos de tratar bem o nosso cãozinho, por que não ajudar pelo menos uma criança carente? Se ajudássemos uma só criança de baixa renda de nossa vizinhança, principalmente aquelas que estivessem passando por uma situação de grande penúria, com certeza, teríamos menos infratores e consequentemente menos delinquentes nas cadeias desse nosso país. Sair da nossa zona de conforto para ajudar, quem quer que seja, é um paradigma honroso, digno e faz bem à nossa alma. “Bem-aventurado é aquele que considera o pobre. (Salmos 41:1) *Especialista em Medicina do Trabalho —————————————— Urge revogar exigência de visto – Constantino Karacostas* O mapa do turismo mundial, depois de consolidados os resultados medidos em 2013, revela números e indicadores de notória magnitude. No ranking dos destinos mais visitados, a França figura em primeiro lugar – recebeu 84.7 milhões de visitantes. EUA (69.8 milhões); Espanha (60.7 milhões); China (55.7 milhões); Itália (47.7 milhões); Turquia (37.8 milhões); Alemanha (31.5 milhões); Reino Unido (31.2 milhões); Rússia (28.4 milhões e Tailândia (26.5 milhões) completam os ‘top-ten’ receptivos internacionais.  Segundo previsão da OMT (Organização Mundial do Turismo), o crescimento da movimentação turística no mundo ficará entre 4% e 4.5% em 2014. Mesmo sob os efeitos de um cenário ruim, o fluxo turístico em território francês deve expandir 2%. Para acrescentar mais um recorte, cabe salientar que o contingente de chineses em visita à França aumentou 23.4% em 2013; o de indianos chegou a 15.7%. Isso deixa evidente que a França leva a sério a política do turismo e cuida do ativo econômico extraordinário que o setor representa. Quando verificamos o desempenho pífio do receptivo brasileiro (6 milhões de visitantes ou 14 vezes menos que o resultado francês), impossível não sobressair o paradoxo: somos um país continental, dotado de recursos naturais fartos e diversificados, capazes de encantar viajantes do mundo todo. Somos o Brasil da Amazônia, do Cerrado, das Chapadas, dos Lençóis Maranhenses e das Serras Gaúchas. Litoral imenso, multiclimático e policultural. Fora isso tudo, outro ativo valioso: a forma simpática e cativante do brasileiro receber o visitante estrangeiro – fato plenamente confirmado por ocasião da última Copa do Mundo. Ante esse quadro, o momento é oportuno para se questionar a insistência da diplomacia brasileira na política de reciprocidade. As razões evocadas para a exigência de visto de entrada para determinado país não servem para outro, considerando realidades e circunstâncias diferentes. O fato de os EUA manterem a exigência de visto (inclusive para brasileiros) e todas as precauções decorrentes da tragédia de 11 de setembro de 2001 não justifica procedimento recíproco do Brasil. Por que criar dificuldade e desestimular a vinda de turistas norte-americanos, que são muitos milhões e também detentores de alto poder de compra? Se o turismo impacta direta e indiretamente 52 segmentos da economia, por que abrir mão de milhares de empregos e de divisas preciosas para equilibrar a balança comercial brasileira? Se a exigência de visto de norte-americanos bate de frente em nossos interesses econômicos, haveria motivação de caráter doutrinário e ideológico na manutenção renitente da obrigatoriedade de visto para o Brasil? As indagações que ora fazemos levam em conta o contexto da reeleição da presidente Dilma Rousseff, que manifestou preocupação com o fluxo de investidores no país. A ABAV-SP, enquanto entidade representativa dos agentes de viagens no território paulista, quer acreditar na abrangência do compromisso de mudança anunciado no discurso da vitória eleitoral de Dilma Rousseff. Hoje, é comum um turista americano entrar numa agência de viagens interessado em viajar para o Brasil e ouvir do consultor: “Você não quer ir para Buenos Aires?” Motivo: a obtenção do visto demora até 10 dias. E a Argentina, embora cobre a taxa de reciprocidade, dispensa a obrigatoriedade do visto. *Presidente da ABAV-SP e diretor da agência de viagens Exxclusive ————————————- Somos iguais, sim – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais”. (Bob Marley) Nas relações humanas aprendemos que somos todos iguais nas diferenças. E são as diferenças que fazem a diferença. O importante é como encaramos igualdade e diferenças. Por que ficar rindo de alguém por ele ser diferente de nós? Se fôssemos todos iguais sem diferenças, o mundo não seria habitável. Não ria de mim que eu não rio de você. Vamos viver nossas vidas dentro do nosso grau de evolução racional. Que é isso que faz com que sejamos diferentes na igualdade racional. E para não complicar esse assunto, vamos mudar de assunto. Você se considera uma pessoa feliz ou gostaria de ganhar na loteria para ser feliz? Machado de Assis disse: “Dinheiro não traz felicidade para aqueles que não sabem fazer bom uso dele”. O que significa que nem todos os endinheirados são felizes. Assim como nem todos os lisos são infelizes. Ser feliz ou infeliz é uma questão de opção. Tudo o que acontece em nossas vidas é resultado dos nossos pensamentos, e estes, do livre arbítrio. Não fosse assim, e não seríamos donos dos nossos destinos. Até mesmo quando as coisas acontecem súbita e inesperadamente, vêm por conta dos pensamentos. Já reparou em como você perde muito tempo pensando ou recordando coisas que lhe desagradaram? Evite isso. Alguém já disse que não conhecemos ninguém que tenha morrido no passado nem no futuro. Todos nós morremos no presente. Já prestou atenção a isso? É porque não analisamos as coisas simples do nosso dia a dia, que não valorizamos tanto a vida. E é nesse balaio de caranguejos que não encontramos uma explicação racional para a procura da felicidade. Aí saímos procurando-a por aí afora, sem nem perceber que ela está dentro de nós mesmos. E continuamos catando ervas daninhas no quintal, sem perceber nem dar atenção à felicidade que está do nosso lado, esperando que acordemos. E o pior é que não acordamos. E porque não acordamos não somos felizes, independentemente de quanto dinheiro possamos ter. Deixe a erva daninha aí, e vá cuidar de você. Procure viver a vida como ela realmente deve ser vivida. Você pode fazer isso se achar que pode. Porque se achar que não pode, nunca fará, e logo, nunca será feliz. Tudo vai depender de você e de mais ninguém. Não reclame nem se martirize. Você tem todo o poder de que necessita para ser feliz. E igual a todos, felizes ou não. E isso faz de você uma pessoa superior, sem precisar dizer que é. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460