Bom dia, “A justiça inflexível é frequentemente a maior das injustiças” – Terêncio SALÁRIO 1 Antes de findar seu mandato como presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), o deputado Chico Guerra (Pros) assinou o decreto legislativo que concedeu reajuste salarial aos deputados estaduais, fixando o subsídio em 75% do que recebem os deputados federais, ficando o valor em R$25.275,00. Antes eles recebiam R$20.075,00, um reajuste de 25,90%. Os integrantes da Mesa Diretora ainda receberão, conforme o decreto, 33% do salário dos deputados como indenização pelo cargo que ocupam. SALÁRIO 2 Outro decreto legislativo, no apagar das luzes, reajustou os subsídios da governadora, do vice-governador, dos secretários estaduais e equivalentes. O salário de Suely Campos (PP) ficou em R$30.900,00 e o do vice-governador Paulo César Quartiero (DEM) em R$27.780,00. O salário de governador do Estado era de R$26.700,00, o segundo mais alto do país, sofrendo um reajuste de 13,59%. O salário de secretário ficou em R$23.175,00 e o dos adjuntos e outros diretores equivalentes passou para R$16.222,00. MAIS AUMENTO Os vereadores de Boa Vista também reajustaram seus subsídios. Eles aumentaram a verba indenizatória e a de gabinete em 80% e ainda criaram uma gratificação para membros das comissões permanentes, o que totaliza um recurso de R$80 mil por mês no bolso de cada um. O aumento da verba indenizatória ocorreu ainda no início de dezembro passado, quando o valor ressarcido aos vereadores era de R$ 24,5 mil e saltou para R$35 mil. GRATIFICAÇÃO A verba de gabinete dos vereadores era de R$ 21,9 mil e, por meio de um projeto de resolução, o valor passou a ser de R$ 30 mil. A Mesa Diretora da Câmara ainda criou uma gratificação para os membros das comissões permanentes, que totalizam sete e são compostas por três parlamentares cada uma, sendo o valor de R$5 mil para o presidente, R$4,5 mil para o relator e R$4 mil para o membro. EXEMPLO Os reajustes dos subsídios ocorreram em um momento em que o Estado de Roraima, o mais pobre do Brasil, passa por um período conturbado. Em Mato Grosso do Sul, assim que tomou posse, o novo governador Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), em um discurso emocionado, anunciou que reduzirá o próprio salário em 50%. E lá, ele irá administrar um orçamento de R$13 bilhões e comandará uma máquina composta por 66 mil servidores públicos estaduais. Seu vencimento deverá ser reduzido para R$ 16,4 mil. EMPREGO Outro ex-secretário do então governo de Chico Rodrigues (PSB) deverá ganhar emprego na Prefeitura de Boa Vista para que não fique de mãos abanando. Trata-se do então super secretário de Planejamento, Sérgio Pillon, que está sendo cotado para assumir a Empresa Municipal de Habitação e Urbanismo (Emhur), onde surgiram estranhamentos desde as eleições do ano passado. CANARINHO Antes de entregar o cargo, o governo de Chico Rodrigues (PSB) se preocupou em oficializar o sétimo termo aditivo ao contrato com a empresa Coema – Paisagismo, Urbanização & Serviços Ltda. responsável pelas obras de revitalização do Estádio Canarinho, Flamarion Vasconcelos. Conforme o extrato do contrato assinado pelo então secretário de Infraestrutura, Wagner Bríglia Rocha, o valor do contrato ficou em um pouco mais de R$30,6 milhões. ADEQUAÇÕES Conforme a matemática da justificativa publicada no Diário Oficial do Estado, houve “a reprogramação de planilhas com reflexo financeiro da obras de engenharia”. A partir dos valores “readequados” de R$ 29,1 milhões, somados à cifra de R$ 3,7 milhões, que corresponde ao que foi “acrescido e suprimido”, ocorreu o impacto financeiro de R$ 1,5 milhão, alterando o valor do contrato para R$ 30.673.198,22. Pelo menos é o que está publicado no extrato do contrato. FOCOS No sistema prisional surgiram focos de descontentamentos entre os agentes penitenciários desde que surgiu a especulação de nomes para assumir a direção do Departamento do Sistema Penitenciário. Eles afirmam que um dos cotados já foi detido acusado de extorsão e, como advogado, tem vários presos clientes, o que seria incompatível para ocupar o cargo. O assunto ainda promete render. RACHADOS Na Polícia Civil, o clima entre os delegados também não anda bem. A classe está rachada ao meio entre os que lutaram por mudanças e os que estavam no poder desde o então governo Anchieta Júnior (PSDB), quando foi criada uma “classe especial”, caso este que foi parar na Justiça, que decidiu que a promoção desse grupo foi ilegal e terá de ser refeita. Existem sindicâncias internas e inquéritos civis no Ministério Público apurando supostas irregularidades nas promoções. RECONCILIAÇÃO A ida do grupo de delegados à Presidência da Assembleia Legislativa do Estado buscar apoio soou mais como uma reconciliação, pois o deputado Jalser Renier (PSDC), à época, apoiou a mudança na Lei Orgânica da Polícia Civil que permitiu que delegado de qualquer classe da carreira pudesse assumir a Delegacia-Geral. O então governador Anchieta vetou o dispositivo, mas os deputados derrubaram o veto, garantindo a alteração na lei, que foi proposta pelo deputado Coronel Chagas (PRTB). IMUNDO A governadora Suely Campos (PP) visitou ontem o prédio da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), no bairro Mecejana. Lá encontrou um auditório imundo, que deveria servir para qualificação e reunião de servidores, mas virou depósito semelhante ao que foi encontrado no antigo Conjunto dos Executivos. No local, por exemplo, estão máquinas de costuras e cadeiras de rodas que poderiam estar sendo usadas em ações sociais.