Opinião
Opiniao 12 01 2015 488
Puxando o saco de roupa suja – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A verdade é que, sob nomes diversos, nunca fomos governados senão por oligarquias de interesses, pintadas de ideologias. Em dois mil anos, desde Atenas, nada mudou”. (Georges Clémenceau) Eu tinha prometido a mim mesmo, que não iria mais focar na política, pelo menos por um bom tempo. Mas não resisti, e até apaixonei-me pela matéria da Vera Sábio, neste fim de semana. Ela falou tudo o que eu gostaria de falar. Mas não tenho a competência que ela tem para ir batendo devagarzinho na porta do vizinho, e ir entrando de mansinho. Parabéns, Vera. Mas política é isso mesmo. Não seria política se não tivéssemos a competência de criticar sem criticar. Criticar o ato e não quem o praticou. E não há como não criticar quando sabemos que continuamos nadando no pantanal do absurdo. O cidadão de fato e de direito não pode, nem deve, ficar apático ao desmando constrangedor que há no desmando do mando. Continuamos uma sociedade despreparada para ser uma sociedade civilizada. Ainda deixamos que as coisas rolem no carrossel da desonestidade descarada dos que deveriam nos tornar os melhores. A política sempre foi assim. O preocupante é por que não conseguimos mudar. Por que ainda vivemos tentando esconder a verdade sob a sombra da verdade dos desonestos? Por que ainda não nos demos conta de que nunca seremos um povo digno de respeito, enquanto não formos um povo civilizado? E por que não nos civilizamos? Porque os políticos não estão nem aí para nosso crescimento cultural. E continuamos elegendo-os, mesmo sabendo que eles, (nem todos claro), não merecem nosso voto. Simples. Porque ainda não conseguimos nos respeitar como cidadãos. E os políticos que sabem disso e querem até mudar isso não podem fazer nada. Porque eles são eleitos por uma minoria. E como tal, não têm força política para trabalhar no balaio dos desonestos. Simples pra dedéu. Já ouvi boa-vistenses dizerem que votam em determinado político porque ele rouba, mas gasta o dinheiro em Roraima. Pode haver maior idiotice? Tudo bem que esse não é um problema específico de Roraima. É de todo o Brasil, infelizmente. Mas vamos nos conscientizar e procurar melhorar, para sermos um povo respeitado. Vamos nos educar, porque os políticos desonestos nunca irão se preocupar com nossa educação política. Eles sabem o quanto isso os prejudicaria no seu ganho desonesto. É uma lástima em realidade. Quando será que teremos educação política nas nossas escolas? Nunca, enquanto não formos capazes de lutar por isso. Mas isso vai prejudicar os vendedores de votos que são maioria, infelizmente. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ————————————– O vácuo do trágico – Tom Zé Albuquerque* É nítido e notório o estrondoso momento de dependência afetiva presente na sociedade. Esse distúrbio tem gerado uma lacuna entre pessoas, numa competição para disputar quem mais pode estar em evidência na propagação de fatos. Parte do descarrego dessa anomalia está, pasmem, nos aparelhos celulares. Afinal, qual seria o valor de uma foto inédita, exclusiva e de repercussão chocante? Sejam em restaurantes, aeroportos, cinemas, estádios, festas, enfim, qualquer lugar está fértil para um registro de uma novidade, ou mesmo o popular selfie (palavra do inglês britânico, um neologismo, que define o autorretrato, pois, a foto tirada pela mesma pessoa). Em consideráveis vezes notamos pessoas em eventos estão desesperadas em registrar algo novo – e quanto mais impactante à emoção dos outros, melhor ainda. Prioritariamente registram em série, sem parar, deixando o momento festivo de lado. Ao invés de curtirem, vivenciarem o acontecimento, se divertirem de forma integrativa, preferem fixar os fatos com fotos ou filmagens. Estranho esse tipo de comportamento… A pessoa se preocupar em registrar algo para depois publicar, somente pelo prazer de repassar aos demais, esquecendo de usufruir aquele instante. Estranho mesmo. Existem situações cruéis que vão além do racional quando as pessoas enveredam para uma preocupação macabra de registrar ocorrências trágicas, acidentes, inclusive fatais. Sim, as pessoas param o que estão fazendo para, por um motivo qualquer e de forma inexplicável, fixar em seu aparelho àquele ou outro fato, como ouvi dias desses de um amalucado rapaz após filmar o esfacelamento de corpos no asfalto: “vai bombar”. E pior, quando as pessoas carecem de ajuda, socorro ou amparo qualquer, o expectador da situação prefere registrar a angústia e o transtorno das pessoas naquele momento, a atenuar o sofrimento do próximo. Em questão de minutos, aquele “furo de imagem” já está sendo compartilhado por milhares de pessoas na rede mundial, através das redes sociais. Creio que alguma pessoa que se sente bem em registrar uma tragédia (exceto profissionais de imprensa) é alguém que precisa urgentemente de tratamento psiquiátrico. Um afogamento… Tudo registrado! Uma colisão com vítimas fatais e despedaçadas… Momento gravado! Um suicídio… Imagens na íntegra! Filmar ou fotografar um atroz momento deste é típico e originário de pessoas pequenas; uma pessoa repassar essas imagens, então, é algo doentio, uma insanidade. A quem faz bem esse tipo de visualização? Que energia nebulosa é essa de alguém que absorve para si uma imagem tosca de uma morte funesta, voraz aos corações generosos? Faltam nesses tempos nobreza de sentimentos, respeito ao próximo, seja qual for a situação que ele se encontre. Falta equidade de muitas pessoas na era atual. Falta piedade para com o sofrimento das pessoas. Há muita ausência da sociedade, precisam os seres humanos agirem de forma caridosa; falta afeição, mas sobra egocentrismo. Boa parte da população precisa praticar a faculdade de se colocar na posição do outro. Estamos cercados de enfermos espirituais, pessoas que não se importam com o que está a acontecer, nem o padecimento a causar às famílias, amigos, colegas… São pessoas muito doentes numa tara descomunal escoada em um registro ao celular. O mundo é cíclico, a colheita obrigatória e o livre-arbítrio aponta sempre para a causalidade. Esse é o consolo único. *Administrador [email protected] ———————————— Minha carreira em 2015: quatro passos para chegar lá – Eduardo Shinyashiki* Você está com a sensação de que encerrou o ano com poucas mudanças efetivas na sua carreira? Talvez a engrenagem profissional não tenha funcionado como previsto por falta de planejamento – ação ideal para quem deseja se encontrar profissionalmente ou subir degraus na carreira. Por meio dos quatro passos a seguir é possível fazer reflexões que podem ser o start de um excelente ano profissional. Confira: – Onde quero chegar? Saberia responder, de maneira rápida e segura, qual é a próxima posição que pretende ocupar dentro da sua organização ou em que empresa quer estar no médio prazo? Se a resposta for “não”, cuidado, pois a primeira etapa para a formulação do seu planejamento é, justamente, traçar os objetivos e sonhos que tem para a sua carreira de forma clara e detalhada. Deixe o senso comum de que “é preciso crescer” e reflita profundamente sobre o que de fato vai lhe trazer a plenitude, possível para quem alcança a realização no trabalho e, por meio disso, consegue dar conta de suas necessidades. Imagine tudo o que deseja para o seu novo ano, tendo apenas o cuidado de não estabelecer metas inatingíveis, pois isso irá contribuir para a aparição de frustrações que podem ser evitadas. Quando temos em mente o nosso destino, fica mais fácil projetar o melhor caminho para se chegar lá. Pense sua carreira como uma estrada e esse momento como a escolha do endereço no seu GPS do planejamento. – Onde estou? Talvez essa questão pareça simples demais num primeiro momento, mas respondê-la de forma precisa é fundamental para quem quer dar os próximos passos. Afinal de contas, não podemos falar do futuro se não conhecemos o presente bem o bastante. Por isso, identifique suas principais características e deixe tudo anotado de maneira organizada para que possa consultar mais tarde. Além do cargo que ocupa na empresa, atividades que desempenha no cotidiano e o salário dê atenção especial aos pontos cegos, ou seja, aquilo que poderá dificultar sua caminhada. Para crescermos é preciso reforçar os pontos fortes e trabalhar continuamente para diminuir as fragilidades. Uma dica interessante é consultar seus colegas de trabalho para descobrir como você está sendo visto por aqueles que trabalham ao seu lado, o que irá te dar inputs diferentes dos gerados por sua autoanálise. Lembre-se que quanto mais informações forem levantadas nesta etapa, mais fácil será definir suas estratégias para 2015. – Como chegar lá? Depois de ter traçado seus objetivos e visualizado o que pode te atrapalhar, chega a hora de estabelecer quais serão os caminhos que irão levá-lo até o futuro desejado. Em outras palavras, é aqui que irá decidir se deverá investir em um curso de especialização na sua área ou alcançar a fluência em um segundo idioma. Tudo vai depender dos tipos de desafio que deverão ser vencidos ao longo dos próximos 12 meses. Além do desenvolvimento de suas competências pessoais e profissionais, já pensou no que mais pode contribuir para trazer os resultados esperados? É importante ter em mente que, com certeza, você deverá contar com o suporte de outras pessoas para colocar suas ideias em prática e isso exige que tenha claro como ativar sua rede de relacionamento. – Como estou evoluindo? Como tem feito para medir a “velocidade” da sua carreira? Para muitos, o indicador é a remuneração, mas esse não é o único ponto que deve ser analisado. Ter espaço para ser criativo e fazer parte de uma organização com a qual se compartilha valores e objetivos também são itens fundamentais para quem quer chegar ao sucesso. Sendo assim, cruze suas metas e estratégias para criar as formas de avaliação do seu trajeto. Faça isso com muita atenção e desenhe os indicadores de forma customizada para os objetivos que estiverem em pauta. Por último, crie checklist gerais, que podem acontecer a cada dois ou três meses, para fazer uma avaliação 360°, identificando em quais perspectivas teve progresso e em quais deverá investir mais tempo. Com essas ações, você saberá encontrar o que fazer para que 2015 seja realmente um ano de realizações! *Palestrante, consultor organizacional, especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes ————————————- ESPAÇO DO LEITOR SEM ÁGUA O leitor Ronilson Silva ([email protected]) denunciou a falta de água no bairro Nova Cidade, na zona oeste de Boa Vista, no sábado, 10. “Houve interrupção do fornecimento de água das 7h às 20h30. Não é de hoje que esse serviço público é interrompido. Todos os dias falta água aqui no Nova Cidade. Outro problema é que a Central de Atendimento da CAER, pelo 0800-280-9520, só funciona em horário comercial. Se se liga à noite, não atendem. Em resumo, é um serviço público de má qualidade”, relatou. PAGAMENTO 1 Sobre o pagamento dos salários atrasados dos servidores estaduais, o internauta J. Vilsemar Silva comentou: “O certo é que o salário de centenas de funcionários públicos da saúde, entre outros, serão pagos com atraso de vários dias. Isto já está acarretando atraso em cartões de crédito, com juros escorchantes, facilitando a vida dos donos dos cartões e de banqueiros; atraso no pagamento de outras contas; dificuldade na compra de remédios essenciais para algum membro familiar e, até mesmo, provocando dificuldades na própria qualidade de alimentação de muitas famílias (…)”. PAGAMENTO 2 O internauta Patrick concorda com a decisão do Governo do Estado em pagar os servidores no início de semana. “Super coerente! Doa em quem doer, ele falou a verdade. Há servidor que recebe na sexta-feira e ‘torra’ o dinheiro”, disse. SECRETARIADO “Senhora Governadora, minha mãe sempre dizia que não devemos dar o braço a torcer aos outros, ou seja, não permitir que as pessoas fiquem apontando o dedo para você por algo de errado que você fez. Então, seja digna, demita alguns de seus parentes, procure alguém com capacidade ajudar a senhora e não permita que as pessoas lhe julguem antes mesmo de mostrar seu trabalho! O povo que a escolheu não merece passar vergonha nacional”, recomendou o internauta Sousa à governadora Suely Campos. IRREGULARIDADES “O Crédito Social tem que ser para as pessoas que de fato precisam dele, ou seja, pessoas com baixa ou sem renda. Conheço pessoas que ganham mais de R$ 2 mil e estão cadastradas a receber o Crédito Social”, comentou o internauta Igor Queiroz Weber sobre a suspensão do pagamento do benefício após indícios de irregularidades.