Opinião
Opiniao 13 01 2015 496
Festa em fevereiro – Walber Aguiar* Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz… Gonzaguinha Se janeiro é um mês triste, esperemos por fevereiro, pelo mês de Dorval de Magalhães. Ano em que fará 101 anos. Mas, afastada a possibilidade da presença física, ainda nos resta o sonho, a lembrança, a menção utópica, o “delírio” de ver as coisas funcionando de forma ética e efetiva. Dorval Magalhães era um cidadão da polis, um ser urbano, um homem que buscava aplicar o comunismo, a teoria de que tudo poderia ser dividido de forma igualitária. O comunismo dorvaliano era derivado do comunismo dos primeiros cristãos, onde quem tinha muito não sobejava e quem tinha pouco não carregava sobre os ombros a necessidade. Assim, se o mestre Dorval não tivesse partido nos ombros largos da noite, ele ficaria enojado com essa política imunda e capenga, a que Rui Barbosa trata de politicalha. De gente sem referência, sem princípio e sem respeito, de homens sem caráter, sem escrúpulo, sem visão da alteridade. Não se considera o outro, quando se trata de estender a mão, de trabalhar pelo coletivo. Enxerga-se apenas quando se trata de tirar ou obter alguma vantagem, seja ela financeira ou eleitoral. Ora, ele continua entre nós. Pela forte espiritualidade que carregava no peito, embalado pelo afeto e maltratado pelas frustrações inevitáveis. Diferente da espiritualidade mercadológica, mãe da perversa teologia da prosperidade. Daquela que transformou pastores em lacaios e evelhas em lobos. Assim, Dorval Magalhães era de uma espiritualidade que congregava todos os as aspectos, não apenas o cuidado com o espírito, mas, sobretudo com o corpo que precisa ser acariciado, cuidado, bem alimentado. O homem da terra, o aglutinador do gênero humano e portador de extraordinária esperança amava a Terra de Macunaima. Não fazia as vezes de oportunista, antes queria que todos fossem portadores de cultura e dignidade. Diametralmente oposta é a proposta dos ratos que mamam nas tetas do poder, saqueiam o estado, se locupletam dos bens públicos e tratam nosso querido Roraima como se fosse apenas uma geografia da circunstância, onde, de passagem, se carrega tudo que as mãos e as contas bancárias podem carregar. Homem digno, o mestre da Academia Roraimense de Letras defende que a Terra de Macunaima seja administrada por seus filhos, por gente que se preocupa com os miseráveis e desgraçados que foram ficando à margem do caminho, conformados com peixe podre, bucho, rede e uma esmola social que recebem de vez em quando. Por tudo isso o agrônomo e poeta plantava buritis e palavras; pois sabia que nem só de pão vive o homem, mas daquilo que embala sua alma, que o faz suspirar por dias melhores, que o guinda na direção da grandeza e da dignidade… *Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras [email protected] 9144-9150 ———————————- ¬Feliz Natal, Feliz Ano Novo! – Marlene de Andrade* A gente vive dando bom dia às pessoas de uma forma tão corriqueira, banal e trivial que chega ser algo, se pensarmos bem, sem sentido nenhum. Falam-se palavras, às vezes, sem que elas venham realmente do coração. Sabe aquela coisa de falar por falar e porque virou costume? Outro jeito muito comum e de forma automática é a gente perguntar como a pessoa está passando e ela responder que está tudo bem. Mas o curioso é que um grande número delas responde que estão bem, sem estarem realmente bem. Sobra o que depois disso? É cada um no seu quadrado, tchau, tchau e nada mais. Será que estamos, verdadeiramente, preocupados com nossos semelhantes? Pensando em tudo isso, neste final de ano resolvi não desejar “Feliz Natal” e “Feliz Ano Novo” a ninguém. Essa decisão a levei ao pé da letra, pois percebi o quanto é, de fato, automático desejar Feliz Natal e Feliz Ano Novo aos nossos fronteiriços, quando nem sempre estamos preocupados em saber como estão indo de saúde, se estão desempregados, passando por conflitos familiares e entre outros, sem dinheiro para se alimentar satisfatoriamente. Abstraindo, refleti bastante acerca dessa coisa tão maquinal de desejar votos de felicidades, muitas vezes, ditos somente de “boca para fora”, os quais não passam mesmo de clichê e chavão sem nenhuma importância. Fiquei refletindo que tudo isso é só costume e um meio de nos expressarmos, pois será que estou mesmo conseguindo ter empatia, ou qualquer tipo de afeição pelos meus semelhantes? Será que tenho um desejo enorme de entendê-los melhor e de compartilhar com eles a sua dor ou lhes dar mais atenção em momentos de intenso conflito existencial? Reveillon em francês significa despertar e foi isso que ocorreu, eu despertei para essa questão. Renovação de hábitos, de atitudes, quero que sejam as palavras de ordem à minha vida sempre e cada vez mais. E como renovar? A partir de uma tomada de nova consciência. Assim sendo, chega de chavões, ou seja, de palavras repetidas a ermo. Chega dessa coisa estereotipada, lugar-comum e cheio de rótulos. Pensando novo, achei melhor, de fato, não desejar Feliz Natal e nem Feliz Ano Novo a ninguém e me comprometer, comigo mesma, fazer tudo que puder para ser cada vez mais útil aos meus semelhantes e não somente desejar votos de felicidades a quem quer que seja, mecanicamente. “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” (Efésios 4:24) *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47 ————————————– Dentro dos limites – Afonso Rodrigues de Oliveira* “O único meio de se descobrir os limites do possível é ir além dele, alcançando o impossível”. (Arthur Clarke) Pensando bem, nada é impossível quando acreditamos e vamos além do possível. A verdade é que quando chegamos onde queríamos chegar, ficamos satisfeitos e nos esquecemos de que poderíamos ir muito além. É como parar na caminhada rumo ao horizonte quando descobrimos que ele é inatingível. E é aí que deixamos de alcançar o que queremos, por não saber que ele está exatamente no meio do caminho. É como a árvore caída, do Raimundinho. Se ele não fosse esperto não pularia pu riba. Vamos falar sério. Que é o que estou fazendo. Não leve isso em brincadeira senão você vai cair do cavalo. Todos nós caímos dele todos os dias e nem percebemos. Que é exatamente quando deixamos de fazer o que gostaríamos de fazer por achar que é impossível. Nunca duvide de sua capacidade. Só os pobres de espírito não são capazes. E continuam na gangorra do desenvolvimento a passos lentos. Se você não quiser continuar a caminho do horizonte inatingível, continue caminhando em busca do que você quer. Mas já dissemos, não basta querer, tem que querer querer. E a caminhada é curta. Todo o seu poder para alcançar o que realmente quer, está dentro de você. Nenhuma força é mais poderosa do que o seu subconsciente. É só você saber usá-lo. E é fácil pra dedéu. Mas é muito difícil. Requer muito treinamento, dedicação, crença, fé e entusiasmo. O resultado depende de sua crença em você mesmo, ou você mesma. Tudo o que você tem que fazer é acreditar em você, fazer o que deve e tem que ser feito, e só. Aprenda a conversar com seu subconsciente. É muito legal. Mas mantenha essa técnica com você mesmo, mas sem egoísmo. Se tiver que passar seus conhecimentos para alguém, faça-o com entusiasmo e sinceridade. E não se preocupe com os resultados nas suas diferenças. Cada um sabe o que quer. E a felicidade de cada um reflete-se na sua personalidade e desenvolvimento racional. Para se ser feliz não se tem que ser exibicionista. Os recursos exigidos pela felicidade nem sempre estão no poder econômico ou social. Estão em cada um. Ser feliz é uma riqueza incomensurável. Não há medidas para ela. Se você for uma pessoa feliz pode fazer milagres sem exibi-los como milagres. Porque é aí que está a felicidade. Não se esqueça de que ao amor é o esteio fundamental para a felicidade. Mas tenha cuidado para não misturá-lo com os desequilíbrios da paixão e do ciúme. Estes são dois desequilíbrios, emocional e mental. Não os confunda misturando-os, senão você nunca será feliz. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ——————————– ESPAÇO DO LEITOR CAER O Governo do Estado encaminhou nota referente à publicação do leitor Ronilson Silva informando que, na manhã de sábado, 10, houve um rompimento na rede que sai do Centro de Reservação e Distribuição (CRD) do bairro Raiar do Sol para trabalhos de recuperação às 13 horas daquele. No entanto, devido às condições do local, só às 22 horas a equipe finalizou o serviço e, em razão disso, foi necessário o desligamento de dois sistemas: Raiar do Sol e Pintolândia, atingindo ainda os bairros Santa Luzia, Pintolandia, Senador Hélio Campos, Silvio Botelho, Jardim Tropical, Conjunto Cidadão, Raiar do Sol, Araceli Souto Maior, São Bento, Nova Cidade, Bela Vista, Operário, Pérola do Rio Branco e Manaíra. TERCEIRIZADAS O leitor Augusto Santos comentou as declarações do ex-governador Neudo Campos ao participar do programa Agenda da Semana. Disse que o Governo do Estado pretende gerenciar as refeições que são servidas na Penitenciaria Agrícola e no Hospital Geral de Roraima, acabando com a terceirização no fornecimento destas alimentações. Segundo ele, seria uma atitude sensata, uma vez que a imprensa vem noticiando o descontentamento dos presos e pacientes com a qualidade do alimento que é servido. “São pessoas que merecem um tratamento digno. O Governo do Estado, ao cancelar o contrato com estas terceirizadas, além de economizar no custo, tem a oportunidade de gerenciar estas refeições”, comentou. RESTAURANTE Raimundo Costa comemorou o anúncio feito por Neudo, que até o final deste semestre, o governo estadual pretende reabrir o Restaurante do Trabalhador localizado no bairro Pintolândia, fechado há mais de três anos. “Esperamos por muito tempo a oportunidade de voltar a funcionar este espaço com o fornecimento de refeições a preço popular. Recordo-me que até o ex-ministro Patrus Ananias, quando visitou Roraima em 2013, lamentou a situação em que encontrou o espaço, totalmente depredado, deixando de atender à comunidade carente. É uma conquista importante que atenderá inúmeras famílias”, escreveu.