Opinião

Opiniao 26 01 2015 543

Em busca da cidadania – Afonso Rodrigues de Oliveira* “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”. (Miguel Couto) Lembra-se de que recentemente falei do Adoval Rodrigues? Era meu irmão mais novo. Ele eraquinze anos mais novo do que eu. Faleceu há três anos, em São Paulo. Certo dia, quando ele me pegou no aeroporto e íamos para sua casa, ele me perguntou se eu queria ler o jornal. Se quisesse ele iria comprar. Perguntei se ele não estava mais assinando o jornal, e ele me respondeu, sério, mas me pareceu brincadeira: – Não… É que sempre que quero me atualizar fico, pelo menos, seis meses sem ler jornal nem ver televisão. E estou me atualizando. Assistindo ao Jornal Nacional, ontem, lembrei-me do eu irmão. Desliguei o televisor e fui ler um pouco sobre astrologia, assunto que me fascina. Mas não desliguei o televisor para imitar meu irmão, mas pelas futilidades que eu ouvia e já estavam me aborrecendo. E nada me aborrece mais do que o histrionismo carregado nesse assunto da falta de água no Brasil. Pode haver coisa mais ridícula do que as “explicações” das autoridades sobre o assunto? Há sim. A atitude dos cidadãos na preocupação em economizar água. Ainda não somos cidadãos capazes de entender que o problema da falta de água está concentrado na inexplicável incompetência dos administradores públicos. Será que, pelo menos, alguns dos administradores nunca viajaram num desses grandes navios de turismo, pelo mundo? Se já viajaram, será que procuraram saber de onde vem a maior parte da água que eles utilizam durante as viagens? Será que já ouviram falar em dessalinização? E nem precisa ser inteligente nem culto, pra perceber isso. Até eu consigo perceber. E consigo, também, perceber que não teremos nenhum resultado positivo sobre tais problemas, enquanto não formos um povo realmente educado e esclarecido na condição de cidadãos. Porque enquanto não formos, não seremos capazes de entender que continuamos elegendo políticos despreparados. Que eles têm o dever de nos fornecer a água que estamos comprando e pagando um preço bem elevado. Que temos, enquanto cidadãos, o direito à água, à luz e a tantos outros serviços que são obrigação deles, políticos. O desmatamento continua, a devastação das matas ciliares continua, aliada a outros descontroles ignorados pelos administradores públicos, enquanto nós, que pensamos ser cidadãos, temos que limitar nosso banho de chuveiro. Temos que pagar a gasolina mais cara porque os caras estão roubando o dinheiro da Petrobras. Mas somos brasileiros. Fazer o quê? A menos, é claro, que prestemos mais atenção ao alerta do Miguel Couto. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ——————————- O tráfico da vida – Tom Zé Albuquerque* Há alguns dias o país se deparou com uma barbárie ao assistir o desenrolar da execução de um brasileiro preso, julgado e condenado na Indonésia por crime de tráfico de drogas. Mesmo diante dos esforços diplomáticos do governo brasileiro, a pena de morte fora inapelavelmente aplicada. Malgrado o fato, a rigidez da punibilidade daquele país é algo a observar atentamente sob mais de um prisma. Assassinar um ser humano como forma de apená-lo não é justificável em hipótese alguma. Tirar a vida de alguém é algo extremo. Os países ou estados que aplicam esse tipo de punição agem de uma forma primitiva por não conseguirem adequar melhor seu sistema penal em outras formas de condenação, preferindo a eliminação à reclusão. Mesmo assim, e ao contrário do que bradou a presidente Dilma, no Brasil existe sim pena de morte – prevista na Carta Magna do Brasil: em tempos de guerra, se cometerem crimes como traição, por exemplo, pegar em armas contra o Brasil ou auxiliar o inimigo; covardia, no caso de gerar debandada da tropa por temor ou fugir na presença do inimigo; incitar a desobediência contra a hierarquia militar ou qualquer tipo de rebeldia; desertar ou abandonar o posto na frente do inimigo; praticar genocídio e praticar crime de roubo ou de extorsão em zona de operações militares, além de outros motivos não menos importantes. Mas há outros tipos de penas de morte no Brasil, e bem diversificados. Ora, pessoas que morrem à míngua nos corredores dos hospitais por falta de atendimento, de medicamento, de estrutura, de condições mínimas de amparo emergencial, pelo desvio da verba pra saúde ou má gestão, estão ou não no paredão de fuzilamento? Estão ou não condenadas à morte as milhares de pessoas inocentes brutalmente assassinadas por bandidos fortemente armados e blindados pela impunidade que, mesmo depois de julgados, gozam a aterrorizar a população inerme, com crimes bárbaros decorrentes muitas vezes de motivos torpes? E o que dizer das milhares de crianças condenadas à morte que pela desnutrição e consequente encolhimento de tempo de vida declinam por falta de alimento, não raro desviado pela corrupção? Idosos sem remédio e até água para hidratação do já surrado corpo físico, nas regiões áridas do Brasil, vão aos poucos para a zona de fuzilamento. As inacreditáveis estradas brasileiras que pela precariedade contribuem há anos a matar pessoas de bem, pais de família, num quantitativo compatível com grandes guerras. Todos condenados! De qualquer forma, esse é um excelente momento para reflexão sobre os malefícios da impunidade no Brasil. Está cientificamente provado que acréscimo exponencial dos crimes no Brasil se deve à impunidade desvairada. Isso não vale somente para traficantes brasileiros, estes que destroem lares, ceifam vidas, arrematam jovens para o buraco negro das drogas. Vale para os legisladores que permitem que “menores” de 16 ou 17 anos, altos, fortes, treinados, calculistas em matéria de crime são conduzidos à condição de menores indefesos, como se vivêssemos ainda no século XIX, no ambiente de obediência paternal e pureza mental. Vale também para aqueles tecnocratas que contribuem com a desigualdade social, com suas canetadas parciais, a definir que estará protegido ou não na apartada sociedade brasileira. Li com bastante acuidade a matéria da conceituada jornalista da BBC Brasil, em Brasília, ao afirmar que “A morte no pelotão de fuzilamento é brutal, não há dúvidas. Mas é a lei. O que choca os brasileiros no caso de Archer, mais do que a execução em si, é ver uma lei ser cumprida com toda sua força. Acostumados à impunidade em todas as esferas da vida pública, estar diante de um governo linha dura, que faz cumprir o que determina seu Código Penal, causa imenso estranhamento aos brasileiros (…)  No Brasil, todos se habituaram aos dois pesos e duas medidas, como se lei pudesse ser flexível, valer mais para uns do que para outros”. A impunidade em nosso país, institucionalizada que está, ainda vai causar estragos imensuráveis na passividade do pacífico povo brasileiro. *Administrador  ———————————- Dicas para quem pensa em abrir o próprio negócio em 2015 – Eduardo Ferraz* Uma onda de empreendedorismo tem tomado conta do Brasil nos últimos anos. De acordo com a Serasa Experian, entre janeiro e julho de 2014 foram criadas em todo o Brasil 1.115.630 empresas. Número que representa um avanço de 2,9% em relação ao mesmo período de 2013. Isso tudo, apesar de um ano com a economia estagnada. Para 2015, a perspectiva continua pessimista. A principal dica, neste caso, é ter cautela. O ano será difícil e antes de pensar em abrir qualquer negócio é preciso ter uma reserva financeira para suportar alguns meses com baixo faturamento, o que é normal em uma empresa recém-aberta. Por outro lado, as crises também podem sinalizar boas oportunidades, como o lançamento de produtos adequados à determinada demanda, como a falta de água em muitas regiões do país. Você pode se recolher em um abrigo ou aproveitar uma onda gigante para surfar. Outra dica importante, antes de abrir qualquer negócio, é fazer uma análise bastante criteriosa sobre alguns pontos essenciais, que nem todos consideram. O primeiro deles é ter perfil para empreender, já que nem todo mundo tem personalidade para administrar um negócio próprio. O que isso quer dizer na prática? Que a pessoa precisa ter jogo de cintura para trabalhar com uma estrutura mínima, que aceite correr riscos, que seja multitarefas (vai ter que comprar, vender, produzir e fazer ajustes constantes) e principalmente, muita perseverança. Ou seja, características de personalidade que ajudarão muito no sucesso do negócio. Além disso, é preciso fazer um planejamento detalhado para compensar a falta de experiência no ramo que vai atuar. A falha mais comum é o excesso de improviso, já que muitos empreendedores confiam demais em sua intuição e atuam na base da tentativa e erro olhando apenas para o curto prazo. Outro erro é misturar as finanças particulares com as despesas do dia-a-dia da empresa. É recomendável ter contas bancárias separadas, definir uma retirada mensal fixa e ter disciplina para não usar o caixa da empresa para fins pessoais. Será importante, também, manter o foco, pois é comum que depois de alguns meses a empresa comece a atuar em áreas que não têm absolutamente nada a ver com o negócio original. Isso acaba dividindo a atenção e prejudicando a melhoria do principal serviço ou produto da empresa. Por fim, é preciso paciência e dedicação, já que ter um negócio próprio exige, principalmente no começo, trabalho dobrado. A conclusão é que para ter seu próprio negócio, é preciso muita perseverança, bom senso e principalmente determinação. *Consultor em Gestão de Pessoas e especialista em treinamentos usando como base a Neurociência comportamental. ————————————– ESPAÇO DO LEITOR APOSENTADOS “Dia do Aposentado? O que há para ser comemorado? Há muito tempo que os aposentados, que durante décadas de trabalho sustentaram a Previdência Social, são massacrados pelo sistema, tendo seus proventos sumária e deliberadamente achatados, reduzindo-lhes o poder aquisitivo. Para completar, as últimas medidas do atual governo federal não homenageiam quem por tantos anos contribuiu para sustentar o bando de parasitas que infesta o governo. Nada a comemorar”, comentou o internauta Santos sobre o dia do Aposentado, celebrado no sábado passado. AUMENTO 1 Sobre o aumento dos salários dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Roraima, o internauta, identificado como Jotace, comentou: “O que eles fazem para receber tanto aumento? Eu também quero!”. AUMENTO 2 “Seria interessante, já que estão querendo poupar dinheiro (…) diminuir as verbas destinadas a estes poderes, assim, queria ver se eles teriam dinheiro para ter aumento. Será que este povo não se manca? Na Assembleia, funcionários são exonerados e outros ganhando um valor exorbitante. (…) A felicidade deve estar em fazer o bem a outros e ajudar aos mais necessitados. Só quem sabe disso é quem já esteve próximo da morte e teve a oportunidade de continuar a viver. Pobres mortais! Acham que vão viver felizes enquanto outros passam fome. Deus nunca dorme e a cada um dará a sua recompensa”, afirmou o internauta Sousa. PROFESSORES 1 “Seletivo é quadro temporário. Quadro temporário é necessário só por um tempo. Mas professor é uma necessidade. Concurso público já!”, afirmou o internauta Sinedi Nascimento. PROFESSORES 2 O internauta Francisco Rafael espera que o seletivo para professor saia logo. “Mas que não se torne mais uma maneira de manter os currais eleitorais neste governo. E que ainda este ano venha o concurso. Afinal, o último concurso foi feito em 2007 e já se passaram sete anos. A justiça, cega, nunca viu isto. Anos após anos é sempre a mesma coisa”, disse.