Opinião
Opiniao 30 01 2015 564
Pátria educadora: receitas simples e que funcionam – Ronaldo Mota* A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de divulgar estudo analisando mais de 450 iniciativas implementadas por 34 países com o objetivo de aperfeiçoar seus sistemas educacionais. O grupo reúne em sua maioria países consideradosricos, e não inclui o Brasil. Certamente, as soluções educacionais dizem respeito a cada realidade específica e não podem ser simplesmente copiadas ou transportadas, sem inteligência, para outros países. Mesmo assim, vale a pena prestar atenção em algumas delas,tomando por base a compilação feita pela BBC Brasil. 1) Mercado de trabalho ou continuidade dos estudos: a medida mais comum observada diz respeito à preparação dos estudantes para o mercado de trabalho, principalmente via ensino profissional e técnico, fazendo intenso uso de tecnologias digitais, resultando em forte impacto na produtividade dos trabalhadores. 2) Melhorias no ambiente das escolas: ênfase na redução do número de alunos por turma, reformas curriculares e, principalmente, capacitação de professores. Estes foram os objetivos de um quarto das reformas analisadas. Alguns criaram institutosdedicadosexclusivamenteà formação contínua e permanente de professores, aliando preparação prática e teórica. Outros desenvolvem programas que visam a atrair os melhores estudantes para as faculdades de educação. 3) Garantir qualidade e equidade na educação: em torno de 16% das iniciativas adotam como ponto centralaimplementação de políticas para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a um nível mínimo de educação, independentemente de circunstâncias pessoais ou sociais. Evitar que a seleção para escolas de ensino fundamental tenha como critério renda ou performance, limitar a possibilidade de as escolas expulsarem alunos com resultados ruins ou financiar adicionalmente escolas que consigam manter nas classes crianças em risco social têm mostrado bons resultados. 4) Sistemas de avaliação: aproximadamente 14% das medidas centraram em aprimorar as medidas de rendimentos, tanto dos alunos quanto das escolas. Padronizar as avaliações, estimular a adesão voluntária e consciente das escolase tornar públicos os resultados são boas medidas. 5) Reformas de financiamento: melhorar as formas de financiar os sistemas de educação é um dos grandes desafios e foi o ponto centro para 12% das medidas adotadas. Em geral, os agentes recebem fundos com base em seus planos para o futuro e qualidade dos professores, alunos e escolas. Construir um forte sistema de aferição posterior aos resultados obtidos, frente às propostas apresentadas, é a solução mais adotada. Não seremos jamais competitivos, tampouco poderemos almejar um desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável, sem uma política educacional consistente que conheça sua própria realidade, valorize suas próprias iniciativas e que não se iniba em conhecer as boas experiências dos demais países. Precisamos que as receitas funcionem, sejam elas quais forem e venham de onde vier, mas precisamos urgentemente de bons resultados. *Reitor da Universidade Estácio de Sá e diretor de Pesquisa do Grupo Estácio —————————- Cuidado com o circo e pão – Vera Sábio* Às vezes é desanimador ser como mosca de padaria, “Zum… zum… zum…”, só que do outro lado do vidro, sem conseguir chegar ao ponto certo. Ou seja, produzir realmente a reação que eu acredito ser necessária para modificar uma terrível situação muito ocorrente em nosso Estado. Todos percebem, mesmo que por vezes inconscientemente, ou iludem-se diante da verdade, querendo acreditar que seu voto não foi errado e que aquele político que, depois de eleito, some no primeiro ano, some no segundo ano e começa a aparecer fortemente no terceiro e no quarto ano, já programando a reeleição, seria alguém que mereceu o nosso voto. Aí, como reconhecer que votamos errado, que fomos iludidos e que realmente botamos fé, naquele que somente era um lobo em pele de carneirinho? . Porém, mesmo desiludida, sabendo que o que eu acredito como verdade, não é percebida por tantos que se submetem ao circo e pão. Observem que, em Roraima, embora o número das pessoas com alguma deficiência é enorme, mais de 23% da população têm alguma limitação. Temos apenas uma associação funcionando e praticamente com doações voluntárias, ou seja, sem grandes apoios governamentais. Esta situação poderia ser outra, se tivéssemos uma representatividade existente no Executivo ou no Legislativo, o que no fundo não existia até pouco tempo. Porém, temos neste ano um bloco de carnaval composto por pessoas com deficiência, o qual está sendo coordenado por quem diz representar a classe… Agora, lhes pergunto: -É inclusão aglomerar em alguma festa ou bloco determinado aqueles considerados diferentes do restante da população, enquanto os mesmos não têm um tratamento diferenciado com apoio necessário para conquistar um emprego, uma verdadeira socialização e os direitos de qualquer outro cidadão? Só estaremos incluídos quando tivermos o direito de ir e vir como os demais, de estudar com acessibilidade e de ter em nossas associações o apoio necessário para nossas reivindicações, participações e tomada de decisões em todas as áreas da vida, com respeito a limitação de cada um. Circo, pão, trabalho, lazer, dignidade, educação, saúde e segurança precisam caminhar juntos para a conquista de um mundo mais igualitário, onde poderemos perceber a verdadeira inclusão. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509 [email protected] ————————– O mundo em crise – Afonso Rodrigues de Oliveira* Bendita crise que sacudiu o mundo e a minha vida. Bendita crise que está reciclando tudo. Bendita crise que veio tirar a ilusão de permanência. Bendita crise que vai fazer a evolução . (Mirna Grzich) O descontrole nas divulgações sobre a crise mundial está nos deixando doentes. O que já é uma crise. O mundo evoluiu, mas nem tanto o quanto deveria ter evoluído. Ainda nos deparamos com problemas sociais que nos remetem à idade da pedra. Sabe-se lá há quantos bilhões de anos estamos caminhando por este chão esburacado, sobre a face da Terra. Não conhecemos nenhum capítulo da história da humanidade que não tenha sido desenvolvido através das crises. E continuamos incompetentes, sem o preparo necessário para resolver, nem mesmo os problemas mais singelos. E isso porque ainda não aprendemos a viver, com as lições das crises. Não haveria evolução sem as crises. Para que evoluamos temos que vencer as dificuldades na vida. Acredito que o lugar mais chato pra se viver deve ser o céu. Onde você não precisa fazer nada para viver. E quando não fazemos nada, não temos nada. Pelo menos é assim que é por aqui. E enquanto estivermos por aqui, vamos procurar viver a vida como ela se programa para ser vivida. Para que cresçamos é preciso contar com os trancos das crises. E por que se aborrecer ou mesmo se preocupar com elas? Procure manter as crises na sua agenda da vida. Sem a crise não há progresso. Ela nos é um teste para nosso crescimento. Em vez de você se aborrecer e amaldiçoar a crise receba-a com carinho. Faça dela um periscópio de varredura. Procure ver que perigo ela está lhe apontando e agradeça por ela estar alertando você para o perigo. E o perigo está em você não entender isso e receber a crise como algo ruim. É graças a ela que nós progredimos. São elas que mudam o mundo e, consequentemente, nossas vidas. Porque quando não mudamos nossas vidas o mundo não muda, para nós. E nem nos damos conta. As crises sempre reciclam tudo. Elas não vêm, senão para mudar as coisas e os nossos pensamentos. Quando aprendemos com as crises, aprendemos a viver. E só quando aprendemos a viver é que caminhamos pelas veredas aparentemente ínvias, mas que não são mais do que reflexos dos limites dos nossos pensamentos. A crise que você está cortando hoje, não é maior do que a que você curtiu anteriormente. Lembra-se das dificuldades que você encontrou para se formar? Você teria conseguido se não tivesse sido empurrado por aquela crise econômica que você teve que enfrentar? Cumprimente a crise, e siga o que ela está lhe indicando, que é o caminho certo. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 —————————– ESPAÇO DO LEITOR SINTER Leitores enviaram e-mail questionando o posicionamento do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinter), em relação às reclamações dos professores sindicalizados junto ao Governo do Estado, os quais cobram insistentemente mudanças no sistema da gestão escolar. “Estamos esperando que o sindicato se mobilize contra uma série de propostas decididas em assembleia, a exemplo da eleição para diretores de escola, e não indicações como vêm acontecendo e, recentemente, a notícia do pagamento dos servidores para o dia 11 de fevereiro”, relatou uma servidora. CREA O internauta Wagner Filho comentou: “É bem-vinda a informação de que as casas noturnas de Boa Vista serão novamente inspecionadas pelo Crea, para cobrar itens de segurança obrigatórios. Com isso, as pessoas que frequentam esses ambientes, principalmente os jovens, estarão em segurança, evitando que fatos desagradáveis ocorram, a exemplo da boate no Rio Grande do Sul. É um alivio para nós, que temos filhos adolescentes”. SALÁRIOS Aldenice Ramos, do Município de Pacaraima, relatou que desde o ano passado os servidores que prestam serviço como agente de endemias, aguardam um posicionamento da prefeitura quanto ao pagamento de seus salários. “Não tivemos outra alternativa, a não ser protestar contra este atraso absurdo. Ninguém fala nada e nem uma justificativa é repassada aos servidores. Os credores nos cobram todos os dias”, comentou. RETROCESSO Antonio Leocádio Vasconcelos enviou e-mail, fazendo o seguinte comentário: “O que eu não entendo, é por que os proprietários de veículos ainda têm que se deslocar até ao Detran, para receber os documentos de seus veículos. Há 12 anos (em 2003), foi assinado um contrato com os Correios e, tanto a guia para pagamento do licenciamento, quanto o Certificado do Licenciamento, eram entregues em seus endereços. Foi um avanço significativo e evitou, com isso, inúmeras filas para pegar apenas taxas, para que fossem pagas. Por que esse retrocesso?”.