Parabólica

Parabolica 03 02 2015 577

Bom dia! “Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga” – Denis Diderot Esse arrombamento na sede do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), com possível sumiço de documentos, que até agora não se pode avaliar, é mais um ato de uma tragédia anunciada. Faz mais de três anos que a Folha vem publicando matérias com fartas provas, de que o órgão fundiário foi tomado de assalto, por uma quadrilha que vendeu e grilou terras públicas de forma criminosa. A Polícia Federal (PF) ainda iniciou o processo de investigação e até chegou a apreender documentos, que indicariam a comprovação daquelas falcatruas. Depois de algum tempo, aquela instituição policial fez silêncio absoluto e não se sabe a que resultado chegou, nem sobre o que foi apurado. O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), o principal órgão fiscalizador estadual – afinal, aqueles crimes foram cometidos contra o patrimônio fundiário do Estado -, faz silêncio sobre tudo isso. Parece mesmo que o Iteraima é um órgão do governo chinês e, desta forma, os bandidos que saquearam o patrimônio fundiário roraimense, continuam rindo da cara daqueles que ainda acreditam ser possível acabar com a impunidade no País. Não é surpresa, por isso mesmo, que eventuais infratores queiram completar o serviço de apagar vestígios do que ainda poderia existir do crime que eles cometeram. É bom lembrar que o atual governo prometeu uma rigorosa auditoria naquele órgão. Se as provas tiverem sumido, então haverá o que apurar. Valha-nos quem? BALAIO Uma fonte do Palácio Senador Hélio Campos garantiu à Parabólica, que o atraso no pagamento de pessoal, que ganha pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), decorre da descoberta de várias irregularidades naquele fundo. Existem folhas inteiras de pagamento que sumiram porque a pessoa que as gerava, simplesmente as colocava no bolso e não deixava cópias. É mole? SEM CONDIÇÃO É flagrante a situação da falta de condições do Corpo de Bombeiros para tentar combater a proliferação de focos de incêndios nas matas e lavrados roraimenses. Faltam equipamentos de toda ordem. E pela situação financeira do Estado, já divulgada amplamente pela atual administração, o Estado parece não ter condições de bancar o reequipamento daquela unidade militar. NÃO É CRÍVEL Segundo informou o secretário executivo da Defesa Civil, coronel Cleudiomar Ferreira, a administração estadual passada quase perdeu R$12 milhões colocados à disposição pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O fundo perdido seria para reequipar o Corpo de Bombeiros e assim se preparar melhor para combater incêndios. O motivo foi o não pagamento de precatórios, que deveria ter sido honrado. Por menos crível que pareça, o BNDES exigiu isso para liberar a grana. EXONERAÇÃO Uma fonte da Polícia Civil afirmou, para um dos redatores da coluna, que as pessoas nomeadas e que respondem a processos por crimes deverão ser exoneradas. Porém, as reclamações que partiram de delegados, que não puderem indicar sua equipe, e de agentes, que denunciaram a nomeação de servidores com processos, estão sendo tratadas como “delegados insatisfeitos por terem perdido privilégio” e “agentes que perderam chefias e que estariam com dor de cotovelo”. VALORIZAÇÃO O e-mail enviado pela Delegacia Geral da Polícia Civil para a Parabólica, sobre este assunto, também apresenta argumentos semelhantes. Afirmando que as nomeações atendem “à necessidade de renovação”, a nota afirma que são necessários remanejamentos e mudanças de lotação, que ainda estão sendo realizadas conforme a necessidade e avaliação da nova gestão. Frisou que, em 10 anos, “é a primeira vez em que todos os cargos que compõem a Polícia Civil estão sendo valorizados e ouvidos pela gestão da Delegacia-Geral”.   CORREÇÃO Alegando que as nomeações são passíveis de revisão, o e-mail frisou que, caso se constate alguma irregularidade, haverá a devida correção. “Foi determinado um estudo minucioso das nomeações e, caso existam policiais que respondam a procedimento administrativo ou criminal, nomeados para funções de confiança, serão adotadas as medidas cabíveis, garantindo a ampla defesa e o contraditório do servidor”. FUNÇÕES O e-mail diz que todas as funções gratificadas privativas de policiais civis foram ocupadas por policiais civis e apenas nomeações, para cargos comissionados de natureza técnica, em que ocupação pode recair sobre profissional de qualquer área de nível superior, foram ocupados por pessoas de fora dos quadros da instituição, “em número reduzido, tendo sido priorizados os policiais civis”. IRREGULARIDADES A Delegacia-Geral alega que, nas gestões anteriores, havia dezenas de irregularidades. Citou como exemplo, delegados condenados por crime sendo mantidos no cargo por força de liminar, diretores investigados por vários crimes, incluindo o de violência doméstica, além de policiais em cargos de chefia respondendo por crimes diversos, incluindo o tráfico de drogas. “Também havia grande número de pessoas de fora da instituição nomeadas para cargos da Polícia Civil, além de outras irregularidades”, frisou.   POSSE Sem alarde, o ex-deputado estadual, Flávio dos Santos Chaves, que é contador, assumiu desde o dia 19 de janeiro o cargo de diretor-presidente da Agência de Fomento do Estado de Roraima (Aferr). O ex-parlamentar tem experiência bancária, pois exerceu por alguns anos uma gerência no antigo Banco de Roraima S/A (Banroraima). Foi também presidente da Assembleia Legislativa Constituinte. DE ÚLTIMA Às 16h30 de ontem, o protocolo da Assembleia Legislativa recebeu ofício da governadora Suely Campos (PP) encaminhando os nomes dos titulares de órgãos da administração indireta, para serem sabatinados e apreciados pelos deputados. Fontes que informaram esta notícia acrescentaram duas observações: o envio da relação é extemporâneo; e a lista deveria ser acompanhada de Mensagem Governamental, e não de simples ofício, como ocorreu.