Parabólica

Parabolica 10 02 2015 607

Bom dia! “Vencer na política não é tudo: é a única coisa” – Richard Nixon O fato ocorreu há quatro anos, mas tem sido repercutido como se fosse algo novo, de 2015. Trata-se do caso do deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), que em 2010 foi o mais bem votado do país, com 18,95% dos votos válidos do Distrito Federal. Naquela legislatura, ele estreou na Câmara dos Deputados tomando uma decisão muito difícil de acreditar. Ele abriu mão não apenas dos salários extras que os parlamentares recebem (14°e 15° salários), como também reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores de 25 para apenas 9. A decisão foi em caráter irrevogável. Ele ainda reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Os R$23.030,00 que teria direito por mês foi reduzido para R$4.600,00. Abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio moradia. Fazendo as contas, sozinho ele economizou aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões nos quatro anos de mandato. Caso tivesse ocorrido um milagre com os demais deputados e se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos teria sido superior a R$1,2 bilhão. Os quatro anos se passaram e uma nova legislatura começou. Porém, ninguém mais seguiu este exemplo. Pelo contrário. Na primeira oportunidade, surgiram mulheres de parlamentares cobrando a volta da cota de passagens aéreas para familiares dos deputados federais. Os milagres na política não são fáceis de acontecerem. CORTE 1 A Companhia Energética de Roraima (Cerr) divulgou para a imprensa um corte de R$14 mil em gastos com veículos alugados. Já é alguma coisa para uma empresa que arrecada R$3 milhões e tem despesas de R$12 milhões, conforme foi divulgado. Porém, ainda tem muita gordura para ser cortada por lá. Quem conhece a realidade de perto sabe que o luxo mantido nos principais setores daquela empresa não combina nem um pouco com os números deficitários que a estatal apresenta. É preciso cortar muito mais. CORTE 2 A diretoria da Cerr usava quatro carros de luxo e, quem chegava ao estacionamento da companhia, logo enxergava a ostentação. Com a decisão anunciada, serão mantidos apenas dois veículos pelos diretores. O carro utilizado pelo presidente, que antes custava R$8 mil por mês, foi substituído por um modelo popular ao custo de R$2 mil mensais. ESTIAGEM O que foi comentado na Parabólica, na semana passada, acabou se confirmando pelo Governo do Estado nesta segunda-feira. A situação de muitas comunidades indígenas já beira a calamidade por causa da forte estiagem. As secretarias de Agricultura e do Índio confirmaram que serão construídas cacimbas e perfurados poços artesianos nos municípios mais afetados, além da escavação de poços para irrigação da produção indígena. MUNICÍPIOS A seca castiga não apenas indígenas, mas outros pequenos produtores de Alto Alegre, Mucajaí, Iracema, Cantá, Boa Vista, Bonfim, Normandia, Pacaraima, Amajari e Uiramutã. Já se fala até em enviar carros pipas para abastecer estas regiões. Nas comunidades indígenas da região Leste, como Bonfim e Normandia, os tanques destinados para irrigação já secaram e os produtores de melancia pediram a escavação de poços artesianos. PRODUÇÃO Como a região de Normandia é uma das maiores produtoras de melancia do Estado, o governo já sabe que, por lá, a produção vai cair mais da metade este ano devido à forte estiagem. Uma cooperativa que produziu, no ano passado, 1,3 milhão de quilos de melancia em 40 mil covas, neste ano deverá registrar uma queda na produção para 400 mil quilos em 14 mil covas. Será um forte impacto na economia daquela região. RELATÓRIO Conforme o governo, esta semana deverá sair um relatório apontando a realidade dessas regiões para que a Defesa Civil tome uma decisão. É bem provável que seja decretado estado de calamidade ou, no mínimo, estado de emergência, para que se consiga ajuda de forma emergencial para atender produtores rurais e piscicultores, que também começaram a perder sua produção por causa da seca. CRIME 1 A prisão de uma traficante de 18 anos, na sexta-feira passada, revela mais uma face do crime que tenta se organizar no Estado. A moça era responsável por catalogar endereços de policiais militares e agentes penitenciários, para que uma facção criminosa pudesse praticar atentados sob o comando de presos que estão no sistema prisional. Se nem os agentes do Estado estão livres da ação dos bandidos, imagine a situação da população. CRIME 2 Esse é mais um forte indicativo de que o governo precisa tratar o sistema prisional com prioridade, a exemplo dos demais setores. Afinal, parte de dentro dos presídios o comando para os crimes que têm ocorrido ultimamente no Estado. Os assassinatos com sinais de execução demonstram que a bandidagem não está para brincadeira. Os bandidos estão fazendo suas próprias leis e decididos a enfrentar os agentes do Estado. CRIME 3 O Estado não vai conseguir frear o crime organizado se não houver um trabalho em conjunto com as polícias, secretarias afins, Ministério Público, Governo Federal e até mesmo os parlamentares, os quais têm instrumentos legais para tomar decisões em favor da Segurança Pública e do sistema prisional. Os agentes carcerários há tempos vêm cobrando melhorias, mas têm sido vencidos pelo cansaço. Ou será que as autoridades vão esperar que algo de pior aconteça para que se sintam na obrigação de olhar esse problema com prioridade?