Bom dia! “O esquecimento é o adubo que nutre a impunidade” – Wesley E. Hayas. Os brasileiros e brasileiras estão quase se acostumando a ler, ver e ouvir diariamente notícias sobre o escabroso esquema montado por partidos da base governista para surrupiar bilhões de reais dos cofres da Petrobras. São tantas as informações e tantos os personagens do mundo político e do empresarial envolvidos na tramoia que fica quase impossível às pessoas comuns saberem da dimensão do rombo, restando impossível separar o joio do trigo. A única coisa possível de concluir é que se trata do maior caso de corrupção na história da administração pública tupiniquim, desde a instalação do vice-reinado português por D. João VI, passando pelos dois impérios de Pedro I e Pedro II, computados os anos da Velha República e da Nova República. E olhe que nesse retrovisor da história ainda é possível ver os sinais de uma ditadura que durou, nos dois casos – Getúlio Vargas e governos militares – quase 40 anos somados. O volume da roubalheira e a teia de interesses traçada para permitir o desvio colossal do dinheiro público são tão grandes que a simples tentativa de apurar a responsabilidade dos atores envolvidos é tão ampla e complexa que as consequências serão sentidas no desempenho global da economia brasileira. E é aí que mora o perigo de tudo terminar numa gigantesca e escandalosa pizza. Sim. Já há gente argumentando que é preciso preservar os políticos de alto coturno, os megaempresários e as empresas envolvidas para evitar que o Brasil perca a governabilidade e, pior ainda, caia numa profunda recessão econômica com terríveis consequências sociais e políticas. Esta é a vertente que interessa aos pilantras que se locupletaram daquela montanha de dinheiro roubado. REUNIÃO No começo desta semana, um grupo de 13 parlamentares jantou na residência de um deles. O mote para o convescote era avaliar a relação entre o Executivo e o Legislativo. Depois de idas e vindas, os parlamentares presentes decidiram aguardar o fim do recesso e a volta do deputado Jalser Reinier (PSDC) de suas férias para retomar a questão. Mas decidiram que, se forem chamados para conversar, querem fazê-lo em grupo e diretamente com o Palácio Hélio Campos. COBRANÇA O presidente interino da Assembleia Legislativa, deputado Coronel Chagas, encaminhou ofício para a governadora Suely Campos (PP), ontem à tarde, cobrando o envio de mensagem indicando os nomes do reitor pro tempore da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Regys Odlare Lima de Freitas, e do diretor-presidente da Empresa de Rádio e Televisão Difusora de Roraima, Jadir Correia da Costa. Conforme o parlamentar, ambos estão nomeados desde o dia 1º de janeiro. EXPERIÊNCIA O Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, vai realizar uma experiência inédita de apoio à Agricultura Familiar. Trata-se do plantio de pequenas áreas de cultivo de soja, feito em parceria com uma empresa privada que vai bancar todos os custos do plantio à colheita. Inicialmente serão 30 produtores, cada um com dez hectares, do Projeto de Assentamento Nova Amazônia (PA Nova Amazônia). Se der certo, vai ser uma revolução. NOMEAÇÃO A governadora Suely Campos (PP) nomeou o ex-deputado federal por Santa Catarina João Alberto Pizzolatti Júnior para a Secretaria Extraordinária de Articulação Institucional e Promoção de Investimentos (Seapi). Ele teve sua candidatura à reeleição barrada pela Lei Ficha Limpa e é citado em denúncias da Petrobras. Em entrevista concedida a um site de seu Estado, afirmou que ficou conhecido, em Brasília, onde atua há 20 anos, como “um dos deputados com maior capacidade de trazer recursos para o Estado e para os municípios”. SINDAPE O Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindape) decidiu avançar mais um pouco em sua política sindical. Na terça-feira, a entidade se filiou à Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Roraima. No dia da solenidade, foi dito que Segurança Pública em Roraima será uma das pautas a ter prioridade nos encaminhamentos junto ao Governo do Estado, começando pela valorização dos trabalhadores do sistema prisional. INÉDITO 1 A Secretaria Estadual do Índio (SEI) conseguiu um feito, até aqui, inédito: reunir, em seu quadro de pessoal, lideranças indígenas de várias etnias (tem até Wai-Wai) e entidades indígenas que, não faz muito tempo, eram adversárias políticas e ideológicas. Até mesmo o coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Mário Nicácio, que foi candidato a deputado estadual pelo PCdoB na eleição passada, foi contratado como assessor especial da SEI, conforme publicação no Diário Oficial do Estado do dia 29. INÉDITO 2 Pela primeira vez na história indígena de Roraima um coordenador do CIR acumula cargo no Governo do Estado, até aqui considerado um inimigo histórico dos povos indígenas. Mário Nicácio ainda poderá ser reeleito a coordenador pela entidade indígena, na assembleia marcada para março, já que o estatuto do Conselho Indígena foi alterado e agora permite uma segunda reeleição. Porém, há informações de que ele poderá desistir de pleitear uma nova candidatura para a maior entidade indígena de Roraima.