Quando se pensa na Boa Vista antiga vem à lembrança as Orquestras tocando as marchinhas carnavalescas e outros ritmos da época na Avenida Jaime Brasil, no Centro da cidade, onde haviam as “Batalhas de Confetes”, os “Blocos de Rua”, “Os Mascarados”, “As Melindrosas”, o “Bloco dos Sujos” e o irreverente “Bloco do Pó”. As festas aconteciam na União Operária. E, o tão esperado “Baile de Carnaval”, no Clube Rio Branco. Nas décadas de 1960/1970 fez muito sucesso o “Bloco do Pó”, que era, na realidade, um grupo de amigos em cima de uma antiga camionete (que eles chamavam de “Cafuringa”), e passava nas ruas jogando Talco (destes que se usa em criança, daí o nome “Pó”), nas pessoas que estavam nas calçadas para vê-los passar. Faziam parte do Bloco do Pó: Elizeu Monteiro, seu Neir, Sabá Bodó, Bolero, Raimundo de Castro Barros (“Alemão”); Zé Pinheiro, Waldir Abdala, Hildegard Bantim, Paiva, Milton Miranda, Deusdete Coelho, o dentista Abel Cromwell, Jonas Dias, e o popular Peteleco, entre outros. Os participantes do Bloco do Pó escolhiam um tema de acordo com o momento político da época; adaptavam as suas roupas de fantasias com características irônicas (e até de críticas) e, em cima de um carro a turma saía pela cidade jogando talco nos passantes. Era o evento mais esperado do ano e essa turma fez muito sucesso por muitos anos. As famílias corriam para as calçadas prá ver o Bloco passar. Hoje são outros ritmos, outros blocos, novas fantasias. No entanto, as lembranças não nos deixam esquecer o som da Corneta do Peteleco chamando o povo para o Carnaval na Avenida Jaime Brasil e a voz da Tia Sabá alegrando a “Praça da Bandeira”. Pena que neste ano as Escolas de Samba silenciaram os seus tambores.