A farinha de osso de bovinos é uma alternativa para a adubação do solo, pois substitui os fertilizantes químicos com vantagens. A produção deste produto é relativamente simples e envolve a esterilização dos ossos, cascos e chifres para sua posterior trituração. Quem depende dessa produção, no entanto, está enfrentando dificuldades para conseguir o produto.
Em Roraima, o insumo é produzido e comercializado pela Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), por meio do Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafir), mas os produtores dizem que há mais de um mês o produto não é encontrado no mercado local.
Segundo o presidente da Associação dos Hortifrutigranjeiros de Boa Vista (Aprohvi), Shinji Tanabe, os produtores sentem a carência da farinha de osso, principalmente para o adubo. “A farinha de osso também serve como compostagem, mas ninguém consegue encontrar”, disse.
Para tentar suprir a falta do produto, os produtores tiveram que recorrer a outras fontes de cálcio para adubar a produção, como o calcário, e restos de materiais orgânicos que não são mais utilizados. “A gente aproveita o calcário e a adubação orgânica, pegando restos de folha, frutas estragadas e capim, onde juntamos com estercos de animais para fazermos a compostagem”, explicou o produtor.
A concentração dos produtos, segundo ele, acaba criando um adubo orgânico reforçado que substitui a farinha de osso. “É um composto concentrado. O calcário, por exemplo, supre a necessidade de cálcio que a produção exige, então fazemos as correções de solo e utilizamos no lugar da farinha de osso”, complementou.
A associação é responsável por 80% da produção de hortifruti comercializados na Capital. “São seis produtores que não estão conseguindo encontrar a farinha de osso. Ainda assim, produzem folhagens, como alface, couve, cheiro verde e rúcula, além de frutas e verduras”, afirmou.
No início de agosto, o Governo do Estado anunciou que a produção de farinha de osso no Mafir havia triplicado após a reativação de duas máquinas utilizadas para a fabricação do produto. A produção, que era de 17 sacas de 50 quilos por dia, saltou para 50 sacas diárias. A saca da farinha estava sendo comercializada a R$ 45,00.
A farinha de carne e osso é um subproduto feito com sobras de abates, que são submetidas a temperaturas de 130 graus para eliminar qualquer tipo de contaminação. Depois, esse material é moído e acondicionado em sacos de 50 quilos, com local de produção, data de fabricação e validade, além do selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal).
A farinha de ossos bovinos é o principal fertilizante orgânico, fonte de fósforo, elemento absorvido pelas raízes das plantas e determinante para o aumento da produtividade das culturas. A concentração da substância no produto está em torno de 27%.
GOVERNO – O Governo do Estado esclareceu que o rolamento do moinho utilizado para produção da farinha de osso está quebrado desde o dia 06 de agosto. A demora no conserto deve-se ao fato de ser um equipamento com mais de 30 anos de uso e, por ser muito antigo, a Codesaima teve dificuldades em encontrar o material para substituição.
“Mas a referida peça já foi localizada em Manaus (AM). Agora, a Codesaima aguarda a aprovação de orçamento, o que deve ocorrer ainda esta semana, para que possa adquirir o componente. A previsão é de que até o início da próxima semana a produção de farinha de osso seja normalizada”, frisou.