Opinião
Opiniao 24 02 2015 658
Sob os escombros – Walber Aguiar* “Que tristeza que nós sentia, cada “tauba” que caía doía no coração”…. Demônios da Garoa Era o ano de 1975. Ele estava lá, doente, mas com a expectativa de ficar bom, de melhorar, de se livrar do mal que o afligia. Seu Manoel Messias David, o “Pailá”, ocupava um dos leitos do Hospital Nossa Senhora de Fátima. Com os pés inchados e quase sem poder caminhar, ele recebia os cuidados devidos e já se movimentava lentamente. Entrei com minha mãe naquele hospital de corredores longos, de piso branco e vermelho, de uma imponência assombrosa. Limpo e arrumado, o velho hospital acomodava a todos de forma humana e digna. Mal sabia que seria derrubado, destruído, transformado em um montão de ruínas. Na calada do dia, enquanto todos dormiam o sono da ressaca, descansando da folia momesca, as máquinas acordavam com voracidade, com um enorme apetite pela destruição. Enquanto o silêncio imperava, o barulho dos motores era ensurdecedor. Na surdina urdiram a trama, executaram o plano ganancioso e diabólico. Mais uma vez os “religiosos” demonstraram que carregam no peito uma cruz oca, que não tem nenhuma sensibilidade cultural ou zelo pelo patrimônio histórico. Quando se trata de moeda de troca, eles encarnam a síndrome de Judas Iscariotes e se vendem por “trinta moedas de prata”. Mais uma vez o poder municipal passou de roldão por sobre a vida da cultura, desrespeitando a todos. Ora, se o prédio estava tombado, por que o destombamento; por que o olhar de cifrão não considera absolutamente nada, esquece os valores, a ética, a história, a sensibilidade. Assim se deu a colonização de exploração, quando os religiosos portugueses faziam coro com o absolutismo dos reis, na ânsia de saquear qualquer coisa de valor que encontrassem pela frente. Assim, a mentalidade exploradora permanece até os nossos dias. Quando os interesses do sistema religioso prevalecem sobre o raríssimo projeto de espiritualidade integral. Aquele projeto que leva em conta uma espiritualidade holística, sadia, completa. Que não promove uma espiritualidade partida, rachada, onde estão os interesses escusos. O hospital caiu. A ironia não funciona, o choro não adianta, o lamento não vai reconstruir o patrimônio histórico. Cabe, a cada um de nós, lutar para que essa tragédia histórica não continue, para que nossos filhos e netos desfrutem daquilo que lhes foi legado. Era o ano de 1975. Meu avô estava lá. Depois de 40 anos o velho hospital também agonizou… *Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. wd.aguiar @gmail.com ————————————– Acampar é bem melhor! – Marlene de Andrade* Participei do acampamento, nesse carnaval, da 1ª Igreja Presbiteriana do Brasil em Boa Vista/RR, na Serra Grande, o qual nos proporcionou bastante crescimento espiritual. Nota 10 para a liderança do evento. Quanto aos pregadores, foram, sem dúvida nenhuma, canais de bênçãos que Deus usou para falar aos nossos corações. Tudo naquele acampamento foi pensado com detalhes surpreendentes. Tinha grupo para todas as idades e monitores para todos os grupos. Foi um tempo de muitas brincadeiras, trilha, gincanas bíblicas, futebol, vôlei, piscina e entre outros, corrida. Infelizmente, a festa do Rei Momo é totalmente diferente de tudo aquilo que vivemos nesse acampamento. Quantas meninas e adolescentes, não engravidaram no carnaval? Quantos adolescentes não usaram drogas pela primeira vez e quantos deles não contraíram o vírus da AIDS, ou adquiriram algum tipo de DST nessa festa mundana? Nesse viés, gostaria de lembrar de um out door, que vi há tempos atrás, o qual dizia: “No dia dos namorados: prove o seu amor, use camisinha”. Essas propagandas, com certeza, representam um incentivo ao sexo pecaminoso. Esse referido out-door era chancelado pela Secretaria de Saúde do Município de Boa Vista/RR e o Ministério da Saúde. É como se dissessem: deu vontade de fazer sexo é só pôr uma “camisinha” e pronto, não precisa ser casado e nem ter compromisso com ninguém. Basta apenas “ficar”. Essas propagandas desejam promover o “sexo seguro”, mas usar preservativo nem traz tanta segurança assim. Não sou contra preservativos, sou contra sim, à prática do sexo promíscuo e fora do casamento tão comum no carnaval e em outras festas mundanas. O relacionamento sexual não é apenas um ato genital e puramente físico. Eu sei que os tempos atuais não são os mesmos de anos atrás.Nas décadas de 40, 50, 60 e até mesmo 70, havia muito mais recato entre as pessoas. Naquele tempo as moças não saiam sozinhas de casa e namorar tinha que ser no portão de casa. Incontestavelmente, esse era o correto procedimento. Minha conclusão é que crianças, adolescentes, jovens e adultos, em geral, que participam dos retiros das igrejas ganham mais do que participarem das festas do Rei Momo, as quais não acrescentam nada de bom a ninguém e, que na maioria das vezes, traz muita violência, drogadição e prostituição. “Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.” (Gálatas 5). *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47 ———————————– Esculpindo a vida – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte”. (Gandhi) Todos nós somos artistas. Cada um faz o que acha que é o mais importante. Mas poucos de nós percebem o quanto somos capazes de produzir, e fazer da vida uma verdadeira obra de arte. O importante é que acreditemos nisso e não deixemos, em momento nenhum, a peteca cair. Nunca sinta inveja de quem quer que seja. Ninguém é superior a você quando você não se sente inferior. E não importa qual a sua atividade. Qualquer coisa que você estiver fazendo, faça-o da melhor maneira que puder fazer; e você sempre pode fazer melhor. Quando somos o melhor nunca alcançamos a perfeição. Costumam apelidar os que procuram o melhor, de perfeccionistas. Os maiores vencedores da história foram todos perfeccionistas. Porque é assim que alcançamos o melhor. Mas não vou cansar você com esse papo aparentemente cansativo. Mas sem ele não conseguimos ser o que realmente queremos ser. E confesso que estou, fisicamente, cansado. Passei a semana toda correndo para resolver um dos problemas mais elementares que se pode imaginar. Descansei no fim da semana, e ontem, segunda-feira, saí de casa, cedinho, decidido a resolver o problema. Mas só vou lhe falar sobre isso amanhã. Vai ser legal pra dedéu. E mesmo sem muito ânimo para conversar, devido ao cansaço, vou tentar ludibriar você, e continuar no bla bla bla. O importante mesmo é que você não desperdice seu valioso tempo. Ele sempre é valioso. Até mesmo quando negligenciamos, e não damos ao tempo o valor que ele realmente tem, ele não deixa de ser valioso. É uma parte da vida que estamos vivendo. E é nessa vivência que construímos a vida. É quando vivemos intensamente que construímos nosso futuro. E você ainda é um cara muito jovem. Não caia na esparrela de pensar que tudo está nos eixos; porque não está. As transformações que estão nos castigando não são fantasia nem problema dos mais velhos. Foi por esse descaso dos mais novos de ontem, que estamos sofrendo, como os mais velhos de hoje. Se quiser realmente solucionar o problema da falta de água, procure ver o que os responsáveis pela água não estão fazendo. E não procure reclame nem proteste. Faça apenas o que você deve fazer nos eixos da Cultura e da Educação. É por aí que iremos alcançar dia melhores no futuro. Foi por não acreditarem nisso, que os dirigentes do passado nos deixaram o problema que os dirigentes atuais vão nos deixar. Porque tudo que sofremos hoje é resultado da incompetência da administração pública. E, pelo que vemos, vamos continuar na marcha para o novo dilúvio. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ————————————— ESPAÇO DO LEITOR ESCOLAS 1 O início das aulas na rede pública estadual foi um dos assuntos mais comentados pelos internautas. “As escolas realmente ainda não estavam preparadas para receber os alunos, faltavam professor, merendeiras e pessoal de apoio. Como se não bastasse, até a merenda escolar estava em falta. A reclamação dos pais foi geral. Mesmo com a troca de gestão, algumas pendências já deveriam ter sido solucionadas”, comentou uma servidora e mãe de aluno. ESCOLAS 2 No interior do Estado, a reclamação dos pais também esteve relacionada ao mesmo problema registrado na Capital. “Aqui, na escola estadual em São João da Baliza, simplesmente não houve aula e tivemos que retornar com nossos filhos sem a expectativa de uma data concreta para o início do ano letivo, pois nem diretora a unidade escolar possui. O transporte escolar não está regular pelo menos por esta semana e nem a merenda escolar será servida por falta de merendeiras. Ficaremos aguardando um posicionamento da Secretaria de Educação para então encaminhar nossos filhos, já que temos que nos programar para levá-los da vicinal até a sede do município”, relatou outro pai de aluno. INVASÕES Sobre a recomendação endereçada pelo Ministério Público de Roraima ao governo e prefeitura, para que resolvam a situação das famílias invasoras no bairro Cidade Satélite, o internauta Samuel França comentou: “É incontestável o prejuízo ambiental que estas invasões causam, porque infelizmente nem mesmo os loteamentos particulares respeitam as leis ambientais, imagina as referidas invasões. A maior parte dos bairros de Boa Vista surgiu assim e o resultado são desmatamento, poluição e degradação total de igarapés e derrubadas das matas ciliares. Deveriam haver leis mais severas e uma fiscalização mais efetiva para coibir os abusos contra o meio ambiente, pois é possível povoar sem desmatar”. SUPERMERCADOS A leitora Aline Nascimento relatou: “Esta semana, novamente fui surpreendida pela comercialização de produtos vencidos em um supermercado no bairro Asa Branca. De imediato, chamei o gerente e relatei a situação. O mesmo se comprometeu a retirar os produtos que estavam com data vencida. Acredito que falta uma fiscalização mais eficiente dos órgãos que tratam da questão sanitária nestes estabelecimentos e também a conscientização dos proprietários quanto ao descarte destes produtos”.