Bom dia! “Um estado é bem mais governado por um homem bom do que por boas leis” – Aristóteles A confusão gerada na Câmara Municipal de Boa Vista, na sessão de terça-feira, por causa da aprovação do pagamento de subsídios para vereadores que presidem comissões permanentes da Casa ou membros da Mesa Diretora é um problema que tem raízes na política brasileira. Esse pagamento extra por atividades que são inerentes aos parlamentares parte do Congresso e abre portas para que Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores de todo o país também mordam seu naco de privilégios. Pagar um extra a parlamentares se justificaria se a sociedade realmente tivesse retorno das atividades de senadores, deputados federais, deputados estaduais (ou distritais) e vereadores. Afinal, remunerar bem um político seria uma forma de incentivá-lo a não se corromper. Mas não é isso o que ocorre no país do “petrolão”, do “mensalão” e do “propinão”. Além disso, um estudo da Organização Transparência Brasil concluiu que os parlamentares brasileiros são os mais caros do mundo. O minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$11.545,00. Por ano, cada senador não sai por menos de R$33 milhões. O custo anual de um deputado é de R$ 6,6 milhões. Conforme a ONG, os valores gastos com o Congresso causam ainda mais espanto quando comparados com os números de países mais ricos do que o Brasil. Se fizermos a média dos custos de deputados e senadores, cada parlamentar no Brasil sai por R$10,2 milhões por ano. Na Itália, são gastos R$ 3,9 milhões, na França, pouco mais de R$ 2,8 milhões, na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$ 850 mil e na vizinha, Argentina, R$ 1,3 milhão. Então, como podemos perceber, o Brasil dos salários injustos direciona boa parte dos recursos pagos pelo povo para remunerar bem demais os políticos, porém, o contribuinte que é sacrificado por impostos e taxas não tem a retribuição por aquele que é bem pago para fiscalizar, legislar e trabalham em favor da sociedade. Restam a corrupção e os desmandos em todos os níveis. É por isso que é injusto que parlamentares se presenteiem com mais subsídios para atividades pelas quais ela já é bem pago. E fica a impressão de que a polêmica que se formou na Câmara de Boa Vista, na sessão de terça-feira, se resumiu a briga entre os que se beneficiam de um pagamento extra e os que ficam de fora. Infelizmente, é assim que a sociedade avalia diante do quadro que se desenha neste país das injustiças. NOMEAÇÕES 1 As últimas publicações do Diário Oficial do Estado têm dedicado boa parte de páginas a atos de exonerações e nomeações nos mais diversos órgãos da administração direta e indireta. A edição do dia 23, por exemplo, a mais expressiva é a listagem com as nomeações de 94 comissionados para a Casa Civil, que ainda estava pendente. Isso é o trâmite normal de uma administração que ainda está iniciando. NOMEAÇÕES 2 Só que algumas pessoas passaram a monitorar diariamente o Diário Oficial como forma de saber quem são os nomeados e se eles votaram no candidato do governo anterior. Quando identificada a pessoa, esta passa a sofrer um linchamento moral nas redes sociais, como se a campanha eleitoral ainda não estivesse terminado e como se o critério para se nomear uma pessoa fosse exclusivamente ter sido cabo eleitoral do atual governo. NOMEAÇÕES 3 Em alguns casos, as pessoas que estão monitorando as nomeações e montando um “tribunal de acusação” virtual justificam que esta ou aquela pessoa nomeada ou reconduzida aos cargos teria feito perseguições políticas aos eleitores do atual grupo. Outras são execradas pelo simples fato de aparecerem em fotos nas redes sociais com o número do candidato do governo anterior. ESTIAGEM Na sessão de terça-feira no Senado Federal, o senador Telmário Mota (PDT) falou sobre a situação crítica enfrentada pelos municípios roraimenses por causa da estiagem. Ele disse que encaminhou relatório da Defesa Civil de Roraima ao ministro da Integração Nacional, Gilberto Magalhães Occhi, para conhecimento e providências. O Governo do Estado deverá decretar situação de emergência nos municípios de Bonfim, Normandia, Cantá e Caracaraí. Alto Alegre, Amajari, Mucajaí e Iracema já estão sob o decreto. PRESÍDIO Telmário Mota também tratou da situação crítica em que se encontra a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista, onde duas mortes de presos foram registradas na noite de segunda-feira. O parlamentar cobrou do Ministério da Justiça recursos para revitalizar as cadeias públicas de Roraima. Em seu discurso, falou sobre o risco que a população vivencia por causa da violência que parte dos presídios e relatou as péssimas condições de trabalho dos agentes penitenciários. ACIDENTE 1 Embora o acidente tenha ocorrido em 26 de outubro do ano passado, somente na edição do dia 23 do Diário Oficial do Estado a Casa Militar publicou portaria criando uma comissão para apurar as causas e as circunstâncias que culminaram no acidente envolvendo a aeronave Cessna Uloge PP–FFR, do Governo de Roraima, durante voo no trecho Boa Vista/Santa Maria do Boaiçu/Boa Vista. A comissão terá prazo de 20 dias para concluir os trabalhos de apuração. ACIDENTE 2 A propósito deste assunto, vale lembrar que em aproximadamente seis meses quatro pequenas aeronaves caíram em Roraima, uma delas do governo, no ano passado. Dois desses casos ocorreram somente este ano. Felizmente, ninguém morreu, mas é preciso que as autoridades da aviação civil se pronunciem sofre esses fatos.