Opinião

Opiniao 27 02 2015 673

Água doce e limpa: de “dádiva” à raridade* – Almanaque Brasil Socioambiental* Estudiosos prevêem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África. Mas também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes inesgotáveis, vêem algumas de suas cidades sofrerem falta de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas. Entre os países, o Brasil é privilegiado com 12% da água doce superficial no mundo. Outro foco de dificuldades é a distância entre fontes e centros consumidores. É o caso da Califórnia (EUA), que depende para abastecimento até de neve derretida no distante Colorado. E também é o caso da cidade de São Paulo, que, embora nascida na confluência de vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo as fontes próximas e tem de captar água de bacias distantes, alterando cursos de rios e a distribuição natural da água na região. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%) e o desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos. Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País. O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponível 6% do total da água. Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro; quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea. Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca. A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de beber cada vez mais cara. Essa situação resulta da forma como a água disponível vem sendo usada: com desperdício – que chega entre 50% e 70% nas cidades -, e sem muitos cuidados com a qualidade. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água. Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de atividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água. A baixa eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição: as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40% e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado. O saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos esgotos domésticos e 70% dos afluentes industriais são jogados sem tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nível de degradação nunca imaginado. A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação. Seria necessário, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios. Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo humano. Após a Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltam a importância de reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para as particularidades de cada região. A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aqüíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo. Se em termos globais a água doce é suficiente para todos, sua distribução é irregular no território. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semi-áridas, apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países desenvolvidos. O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas – o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública. *Textos compilados do Almanaque Brasil Socioambiental ————————————– Aprender sempre – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo Da Vinci) A vida é um aprendizado constante. Isso faz parte do desenvolvimento espiritual e racional. Não há como não aprender. Quando nos martirizamos com nossos erros é porque ainda não aprendemos que eles, os erros, são a maior lição. Com eles, aprendemos a acertar. É ainda no berço que aprendemos os primeiros passos da vida, antes dos primeiros passos da caminhada. Quando damos atenção a tais detalhes que nem sempre são detalhes, aprendemos a viver a vida. E aprendemos, passando aos nossos descendentes, o que aprendemos com nossos antecedentes. Vem daí a grandeza no ensinar. E não deixar de levar em conta que para ensinar temos que aprender. Como seria a vida se não tivéssemos quem nos ensinasse na hora e momentos adequados? E o momento está no berço. Faça isso com seu filho. O Abraham Lincoln disse: “Tudo aquilo que eu sou ou espero ser eu devo ao anjo que foi minha mãe”. Você será sempre considerada um anjo, pela dedicação que deu a seus filhos no ensinamento sobre a vida. Porque é no lar que aprendemos a viver.  Nunca se esqueça disso. O que você ensina a seu filho é o que ele vai levar com ele, vida afora. Então prefira que ele, durante toda sua vida, considere você como o anjo que o dirigiu para o que ele é e para o que ele deseja ser. Quando aprendemos nos primeiros anos de vida, temos mais facilidade em aprender com mais eficiência durante a vida. Porque aprender é uma tarefa que nunca concluímos. Quanto mais vivemos, mais aprendemos. Esteja atento a todos os acontecimentos à sua volta. Descarte os que não lhe interessam, e arquive todos os que possam lhe trazer conhecimentos. E não se esqueça de que até mesmo os que não nos interessam, nos ensinam. É com eles que aprendemos a peneirar o útil no inútil. Peneire, mas não inutilize o desprezado. Sempre aprendemos com os erros passados quando nos lembramos deles. O importante é que não lhes demos importância. Deu pra sacar? As coisas boas da vida, somos nós que as escolhemos. Nem tudo que é inútil pra você pode ser inútil pra mim. É assim que aprendemos. Somos todos iguais. A diferença está em como cada um encara a vida. Há os que a querem viver e os que a vivem realmente. A diferença no comportamento de cada um de nós é que nos mantém em níveis de evolução diferentes. E tenho certeza de que você já sabe disso mais do que eu. Mas não sei se você dá tanta importância a isso. Ame a vida sem limites de sentimentos. Sorria mais, ame mais, erre mais para aprender mais. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 —————————————— ESPAÇO DO LEITOR ACADEMIAS O internauta Emanoel Amorim concordou com o alerta feito pelo Conselho Regional de Educação Física referente ao cuidado em buscar uma academia para a prática de exercícios físicos, já que a orientação deve ser repassada por um profissional com habilitação e conhecimento. “Realmente temos observado a existência de um número expressivo de novas academias em bairros mais distantes do Centro”, disse. RESPOSTA Sobre a nota “Abuso”, na edição de quarta-feira, o Departamento Estadual de Trânsito informou que no momento em que a direção tomou conhecimento da denúncia, determinou abertura de um Processo Administrativo Disciplinar para apurar os fatos e direcionar as sanções administrativas necessárias, que vão de advertência à demissão. O diretor-presidente do Detran, Juscelino Pereira, disse que não é postura indicada pelo órgão o uso da violência nas abordagens de fiscalização e que a prova disso é que o órgão está realizando curso de capacitação para os agentes de trânsito que estão ingressando este ano por meio de concurso. PERIGO A leitora Carmen Sales fez o seguinte comentário: “Não sei a quem apelar para a situação de uns fios que ficam expostos e caídos em várias avenidas do Centro. Um dos locais é próximo à Igreja de São Francisco, na avenida Major Willians. Na avenida Capitão Júlio Bezerra existem inúmeros fios caídos, atrapalhando quem caminha pelo canteiro central. Próximo à Escola Estadual Costa e Silva a situação é pior, pois os fios desabaram e não sabemos se pode acarretar um acidente mais grave. Já entrei em contato com uma operadora de telefonia fixa, mas foi relatado que a fiação não pertence à empresa. Então, a quem apelar?”. SEM ÁGUA Moradores do Município de Rorainópolis e da localidade de Nova Colina, na região Sul, enviaram e-mail reclamando da falta de água constante. “Passamos mais de uma semana sem água, tendo que recorrer ao auxílio de amigos em outros bairros, já que onde moramos, no Portelinha, a situação é bem complicada, a exemplo da localidade de Nova Colina, onde que a população tem que aparar água em baldes”, relatou a moradora Arlete Dias.