Opinião

Opiniao 28 02 2015 676

O fascismo sem vergonha. – Jaime Brasil Filho* O fascismo é o filho preferido da ignorância. Ignorância em todas as suas acepções. Talvez por isso, no Norte e Nordeste do Brasil, quando uma pessoa é grosseira, mal-educada ou desrespeitosa, é chamada de ignorante. Claro, nem toda pessoa grosseira é fascista, mas quase todo fascista é ignorante. Os fascistas letrados, ignorantes igualmente, são aqueles que escolheram defender um mundo que é ordenado pela força bruta, pela segregação, pela intolerância, pela imposição de uma forma de vida que não suporta a diferença, a alteridade, a heterogeneidade. Já os fascistas iletrados são levados pelo impulso fácil dos raciocínios elementares, onde a aparente soma de ações resultaria em soluções, como em um passe de mágica. Estes não passam de papagaios que repetem textos medíocres e discursos sem a menor coerência. O que imaginar de um discurso que prega a possibilidade de um poder absoluto gerar mais democracia? Como uma ditadura poderia ser a salvadora da democracia? Este é um raciocínio que não merece comentários. Há algumas características que, somadas todas, ou apenas algumas, são indícios de que você está diante de um fascista, de um intolerante. Primeiro, ele se dirige àqueles que não comungam com suas ideias com todo tipo de impropério e adjetivos desairosos; aquele que dele diverge, do fascista, é chamado de imbecil, idiota, anta, estúpido etc. O fascista também tem uma visão derrotista do povo brasileiro e do Brasil, ele tem um comportamento de colonizado, onde tudo o que presta está em outro país. Nem todo fascista é derrotista, há sim os fascistas ufanistas, mas todo derrotista é fascista, ele é aquele que diz: “ô povinho de merda”, “este país é uma porcaria”, “eu tenho vergonha de ser brasileiro”. Pode ir atrás que esse aí é fascista. O fato é que os fascistas perderam a vergonha de desfilar sua intolerância pelas ruas e pelas redes sociais da internet. Com a desculpa de combater a corrupção, com um discurso de que a nossa democracia não existe ou está ameaçada, os fascistas saem do armário, usando, inclusive, os espaços democráticos que eles dizem não existir: ruas, rádios, TVs, parlamento etc. Todos eles defendem a saída de Dilma, chamando-a de “comunista”. Aí a incoerência piora, já que o governo do PT foi o governo mais afinado com o capitalismo global que já existiu no Brasil. Mas eles mentem, usam textos apócrifos, falsos, supostamente pertencentes a pseudointelectuais que se dizem perseguidos ou ameaçados, que pintam a partir do conforto de seus laptops e ar-condicionado, uma realidade catastrófica. A incoerência é imensa, como já foi dito, já que eles usam o espaço democrático burguês para dizer que não há democracia. Os seus próprios atos desmentem os seus discursos. Os fascistas se utilizam da onda anti PT para usar uma figura de linguagem absurda. Os fascistas dizem que são a favor, ainda que em algum momento, de uma “intervenção militar”, ou seja, de um Golpe de Estado, mas eles insistem em chamar o Golpe (conceito usado mundialmente) de intervenção. Com o perdão da palavra, chamar um Golpe de Estado de “intervenção militar” é o mesmo que chamar estupro de “intervenção peniana”. Esses fascistas não se cansam de se confundir com conceitos e são conhecidos pelo profundo desconhecimento da história do Brasil e do mundo, ou ainda de tentar manipular os fatos históricos. Além disso, os fascistas têm um coração duro, frio. Eles justificam os fins defendendo meios cruéis e perversos, quando se fala a eles que em uma ditadura haverá censura, tortura oficial, assassinatos de Estado e outras abjeções, eles falam calmamente que esses são efeitos colaterais normais… O que falar de quem aceita a possibilidade da crueldade como algo natural nas relações sociais? Como imaginar que um regime tirânico, o fascista, blindado por armas e pela censura, venha a produzir uma sociedade mais honesta do que a que temos? Como imaginar que o poder absoluto venha a ser mais democrático? Claro que nossa democracia burguesa é uma farsa, é uma democracia formal, sabemos. Como de resto em quase todo o mundo é assim. A democracia liberal-burguesa, inaugurada na Revolução Francesa, está longe de ser uma democracia real. Mas daí a criticá-la para defender um Estado de exceção… Mas é esse tipo de raciocínio que os fascistas usam todos os dias em suas campanhas em defesa do totalitarismo. Para quem quiser tirar suas dúvidas, procure saber qual foi a herança deixada por Mussolini na Itália, por Franco na Espanha, por Salazar em Portugal e mesmo de por Hitler na Alemanha, já que o nazismo é primo-irmão do fascismo. O que precisamos é de mais democracia, da protagonização direta do povo representando a si mesmo, não de intermediários eleitos e que são blindados pela legislação. Precisamos de uma Justiça que não seja seletiva. De uma polícia que não seja o Capitão-do-Mato das oligarquias. Precisamos da participação popular acompanhando e orientando o uso do dinheiro público. Precisamos de conselhos populares. De autogestão popular. A ideia do impeachment de Dilma, que está dentro dos marcos legais da nossa Constituição, apesar de ser possível que aconteça, colocaria o vice-presidente Michel Temer do PMDB no poder. Mas, os fascistas no fundo não querem nem isso. Na verdade, Dilma e a corrupção que permeia o governo são só desculpas que eles usam. O que eles querem, realmente, é implantar o mundo da intolerância. Não é à toa que são os fascistas aqueles que mais combatem os direitos dos homossexuais, dos índios, dos negros, das mulheres etc. Eles são racistas, misóginos, xenófobos. Chauvinistas.   É importante, neste quadrante da nossa história, que possamos identificar essas ideias e combatê-las com os melhores argumentos que podemos ter: o amor, a tolerância, a inclusão, a liberdade. Abaixo a beligerância, a intolerância, a insensatez, o desamor. Abaixo o fascismo! *Defensor Público  ——————————————- Por que brigamos – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”. (Bob Marley) O mundo, você já sabe, sempre progrediu através da violência. Um dos exemplos mais banais e mais ao nosso tempo foi a Segunda Guerra Mundial. Foi a partir do final da Grande Guerra que o mundo começou c progredir na nossa era. Que só será era daqui a, sei lá, quantos séculos. Mas tudo bem. Meu objetivo não é ficar falando do desequilíbrio mental do ser humano. Quem sou eu pra ficar tocando nessa faísca. O importante é que vivamos a época em que vivemos. É o que fazemos na nossa época, que vai dizer quem fomos na nossa era. E é simples pra dedéu. É só cada um de nós fazer sua parte como ela deve ser feita. Ainda vivemos e convivemos, no dia a dia, com a mediocridade da discriminação. E o único meio, na força mais poderosa, para acabarmos com o ridículo da discriminação é a racionalidade. E só a iremos entender, quando tivermos orientações eficientes sobre o racional. E está aí um dos caminhos mais simples que, por ser simples não é aceito pelos que se consideram simples. Você nunca vai ser uma pessoa racional enquanto não aprender a pensar. E quando sabemos pensar não permitimos que nada, nem ninguém, nos diga o que devemos pensar. E é isso que fazem com você, o tempo todo. Quando fazemos o que dizem para fazermos, é porque não sabemos nos dirigir dentro da racionalidade. O Bob Marley, na sua simplicidade nos dá outra orientação: “Os homens pensam que possuem uma mente, mas é a mente que os possui”. Até quando vamos continuar pensando que somos domos de nós mesmos, vivendo sob a orientação dos que nem mesmo têm orientação? E isso é muito mais comum do que se imagina. Estamos sobre esta Terra há exatamente vinte e uma eternidades. Mas inda seguimos orientações dos que asseguram que a humanidade não tem mais de oito mil anos. Ainda não perceberam que tudo que a ciência descobre hoje, está apenas descobrindo. E só descobrimos o que já existiu. Vem aquela que diz que a ciência quando descobre alguma coisa e não consegue provar, engaveta-a. E muito do que está sendo descoberto hoje, para o desenvolvimento da humanidade, ou foi engavetado no passado ou queimado pela ignorância de mandatários. Reflita sobre isso e procure ser você mesmo, ou você mesma. Ninguém tem o poder, além de você mesmo, de fazer de você uma pessoa racional. Todo o poder está em você. É só ser racional. E só somos racionais quando aprendemos a pensar e seguir os princípios de que somos todos iguais, nas diferenças. Se somos iguais, não há como ser diferentes. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460  ————————————- ESPAÇO DO LEITOR RODOVIA Internautas continuam reclamando das precárias condições da BR-174 no trecho dentro da terra indígena, relatando que a situação tem piorado. “A quantidade de buracos tem duplicado a cada semana. Mesmo relatando as péssimas condições deste trecho, que fica localizado dentro da faixa de fronteira pertencente a Roraima, o DNIT afirma que o início dos trabalhos depende da resolução de um impasse com as lideranças indígenas do local. Enquanto isso, os motoristas devem trafegar com cautela”, comentou Eduardo Lima. ABANDONO Moradores do condomínio Cruviana, no bairro Cidade Satélite. administrado pela Caixa Econômica Federal, enviaram e-mail reclamando das condições de abandono das residências. “Os apartamentos se encontram em péssimas condições de uso. Já reclamamos para a Caixa Econômica e a empresa que intermedeia o contrato, mas nenhum reparo foi feito no local. O bloco em que morro, o B-11, é o pior de todos, pois fica próximo à lixeira do local, onde o fedor é insuportável. O descaso é total”, relatou o morador J.B. Fernandes. CONSIGNADO A notícia da suspensão da solicitação de empréstimos consignados pelo prazo de 30 dias provocou inúmeras reclamações dos leitores. “Aguardei para realizar um novo empréstimo neste mês de fevereiro em razão de uma entrevista anterior do secretário de Administração, que afirmou que o serviço não seria suspenso. Mas, para minha surpresa, terei que aguardar por mais 30 dias até a adequação desta nova empresa. Terei que adiar a aquisição de um terreno, pois contava com o financiamento para viabilizar a compra”, comentou uma servidora. NORMANDIA Os agentes comunitários de saúde e de endemias concursados que prestam serviço no Município de Normandia endereçaram e-mail relatando que não se sentem seguros para trabalhar em razão de antigos agentes seletivados que buscam na Justiça o direito de retornar às atividades. “Já foi inclusive feita uma reunião com a prefeitura alertando para o possível retorno deles. Em torno deste impasse, ficamos sem saber que decisão será tomada pelo Executivo municipal, que inclusive já teria se reunido com os vereadores para tratar desta questão”, escreveu um servidor.