Opinião
Opniao 07 04 2015 831
O menino que virou suco – Walber Aguiar* E há tempos o encanto está ausente E há ferrugem nos sorrisos… Renato Russo Era inverno. Tempo de reflexão e muita água acumulada acima de nossas cabeças. Também era o momento de correr na chuva, de observar o voo camicase dos insetos na direção da vida e da morte. Meninos e meninas se lambuzavam na rua encharcada, na tentativa de extrair qualquer coisa nova dos dias apressados. Ironicamente, naqueles dias rolavam comentários acerca do céu e da terra, da liberdade e da prisão, do pântano e das flores no lavrado. Falava-se muito de uma tal de redução da maioridade penal. Seria isso uma forma de absolver os homens e condenar os meninos? Ou uma espécie de inveja dos mais jovens? Ora, onde está a educação de meninos e meninas? Falo de uma educação de qualidade, não de escolas com professores mal remunerados, desanimados e sem a estrutura mínima para desempenhar suas funções. Falo de exemplos a serem dados, conduta ilibada, profundidade ética de homens públicos que querem devorar sem dar preparo, que querem vigiar sem amar, que querem punir sem usar a consciência e julgamento próprios. Assim, a grade maioria dos jovens de dezesseis a dezoito anos, sem falar nos mais novos, carregam sobre si mesmos o devido castigo. A dor de pais desestruturados, a pobreza hereditária, o esfacelamento da conjugalidade, a falta de geração de emprego e renda. Ainda pesa sobre eles o fato de ter nascido num país que foi colonizado pela exploração, pelo saque, pelas propinas, por um jogo político sujo e venal, que, no entender de Rui Barbosa, faria com que o homem sentisse vergonha de ser honesto. Ora, esse é uma dos argumentos contrários à redução da maioridade penal. Muitos outros ainda serão desfraldados nos textos que se seguirem a este. Os “homens” públicos que defendem a redução da maioridade penal pensariam diferente, se seus filhos e netos fossem os punidos, os infratores, os dejetos que a sociedade empurra para debaixo do tapete. Numa sociedade composta por uma elite burra e vazia, os frutos ruins precisam ser curados. É muito fácil espremer e transformar em suco o subproduto de um pomar cheio de fungos morais e bactérias aéticas. Era inverno. Meninos e meninas queriam apenas florescer e dar bons frutos…. *Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected] —————————————— A mídia nem sempre constrói – Marlene de Andrade* A mídia apesar de ter seu lado bom, todavia investe profundamente nas transgressões sexuais, pois ela sabe que a apologia à imoralidade sexual atrai pessoas. Sendo assim, vende tudo que tem a ver com prostituição, traição conjugal e muitas outras aberrações sexuais na maior naturalidade possível. As novelas que o digam! A transgressão sexual não é algo novo, haja vista, que Corinto foi considerada uma cidade escravizada, profundamente, pela imoralidade sexual. Grande parte das mulheres do antigo Egito também eram lascivas, tanto isso é verdade que José do Egito foi, profundamente constrangido sexualmente, pela mulher de Potifar. Jezabel foi outro exemplo de sensualidade obsessiva. O que se dirá então dos homens nos tempos antigos? Claro que muitos deles eram promíscuos sexualmente. Como se vê, essas aberrações não são novas, porém hoje a perversão sexual vem inundando as sociedades de forma muito profunda. Hoje adolescentes de 12 anos estão, rotineiramente, se engravidando, às vezes, até mesmo de homens desconhecidos e que ‘ficaram’ com elas apenas uma noite. Na sociedade moderna é natural, para muitos, a pratica do sexo virtual o que se poderia chamar de ‘cibersexo’, muito comuns em salas de bate-papo onde, infelizmente, não ocorre nenhum sentimento sócio-afetivo entre as pessoas a não ser fantasias de cunho sexual. É verdade que antigamente adolescente até mesmo aos 13 anos se casava e constituía família. Evidentemente, que essa cultura também não era correta, pois adolescentes não estão preparados para o casamento e tal prática não passava de pedofilia. Contudo e infelizmente, as perversões sexuais hoje em dia, se aprofundaram muito mais do que há alguns anos atrás o que não deixa de ser muito lamentável. Hoje, as sociedades em geral, vivem mergulhadas na mais profunda desolação moral, cuja mídia, na maioria das vezes, tem sido grande instrumento de destruição dos valores éticos e morais. E o pior de tudo, é que o pecado vem se alastrando, inclusive na Igreja, não poupando sequer, muitas vezes, seus líderes. Vivemos no meio de uma depravação e decadência espiritual como nunca vista antes e onde os lucros com a pornografia têm sido uma constante prioridade. Nesse sentido, mesmo vivendo em um país democrático, penso que a mídia poderia ser mais cautelosa e pensar mais nas crianças que ainda estão em formação educacional. “Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.” Efésios 4:29. *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47 ——————————————– Que tempo estamos vivemos? – Afonso Rodrigues de Oliveira* “O maior dia na vida de qualquer individuo é quando ele começa pela primeira vez, a perceber a si próprio”. (Norman Vincent Peale) Sinceramente não sei. Mesmo porque não me lembro de como era o mundo em minhas vidas anteriores. Mas estou apostando que nada era diferente do que é hoje, em relação ao ser humano. Continuamos os mesmos, na doce e cruel ilusão de que estamos vivendo a modernidade. Todos os descontroles sociais que vivemos hoje não são diferentes dos que vivemos milhares de anos atrás. Continuamos nos irritando com desculpas fúteis e sem sentido de autoridades, tentando justificar a incompetência administrativa. Ainda não aprendemos que tudo depende da Educação. Mas quem está preocupado em educar? Quando será que a política vai ser realmente civilizada para entender que para manter o poder civilizado tem que educar o cidadão? Quando será que a política vai entender que não seremos uma democracia enquanto formos obrigados a votar? Se você não percebe, verifique se não era assim na época do Império? O que mudou? Acha que estou exagerando? Então vamos prestar atenção ao nosso comportamento social. Estamos ou não vivendo o passado quando ficamos, num país das dimensões do Brasil, uma semana parados para comemorar, festejando, acontecimentos de dois mil anos atrás? Por que ainda temos que vestir roupas características dos milênios passados, em respeito ao passado? Fala sério. Por que não procuramos viver o presente saindo do passado? Só viveremos o presente em preparo para o futuro quando nos desligarmos do passado. E isso não quer dizer que devamos esquecer o passado. O que não devemos é vivê-lo doentiamente. Porque é isso o que fazemos. Estamos a várias eternidades sobre este solo e ainda não aprendemos a desenvolvê-lo para o futuro. Você acha mesmo que está vivendo um mundo moderno? Coisa nenhuma. Todos nós somos o que pensamos. E todos nós vivemos pensando no que nos dizem para pensar. Ficamos a maior parte da nossa vida pensando no passado, comemorando um passado que já não nos pertence. Mas continuamos pertencendo a ele. Só quando começarmos a nos perceber é que vamos viver o presente, preparando o futuro. Há muito que aperfeiçoar na nossa cultura. E pelo que temos visto ultimamente, estamos mais atrasados do que imaginávamos. Ainda ficamos a maior parte do nosso tempo, preocupados com o mosquito, como se ele fosse superior a nós. Será que não é? Ele nos mata; nós não somos capazes de matá-lo. Falando sério. Vamos cuidar de nossa evolução. Mas não conseguiremos isso enquanto ficarmos presos ao passado. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ———————————————– ESPAÇO DO LEITOR PÁSCOA A leitora Luzia Cavalcante enviou o seguinte comentário: “As vendas de Páscoa para os lojistas em relação a ovos de chocolate não foram satisfatórias este ano. Ao contrário do ano passado quando nós, consumidores, tivemos que sair na última hora à procura de ovos nos supermercados, este ano sobrou, e muito, em todos os locais onde foram comercializados. O motivo foi a alta dos preços, um absurdo. Um da mesma marca e modelo que comprei no ano passado, teve alta de mais de 50%. Fica aí o recado e quem sabe no próximo ano os lojistas revejam este valor absurdo”. PEIXE A dona de casa Miriam Vasconcelos comentou que, na Semana Santa, o hábito de comer peixe a semana toda tem mudado na mesa do roraimense em razão da alta dos preços. Ao contrário do ano passado, houve um aumento exorbitante. Na mesma revenda onde comprei o quilo do tambaqui por R$7,50, este ano já custava R$11,00. Está cada vez mais difícil realizar a Ceia de Páscoa com a alta de preços seguida, impulsionada pelo alto custo do frete e aumento dos combustíveis que são repassados ao consumidor. Com isso, os lojistas preferem ficar com os produtos encalhados a fazer promoções”. QUEIMADAS Internautas enviaram e-mail relatando que, no domingo, por volta das 16h, o trânsito ficou parado por mais de uma hora, na BR-174 norte, em razão do avanço das queimadas na vegetação próxima à estrada. “A situação está incontrolável e o fogo está avançando rapidamente. O risco de um acidente é inevitável. Neste período, a atenção deve ser redobrada. O vento forte contribuiu para que o fogo tomasse conta da rodovia rapidamente e, em poucos segundos, a fumaça impediu o deslocamento de veículos no local”, relatou um condutor. MUCAJAÍ O leitor Gustavo Almeida comentou que, apesar de a Encenação da Paixão de Cristo ser um evento tradicional no Município de Mucajaí, ainda falta melhor organização para receber o turista, a exemplo da baixa oferta da rede hoteleira e restaurantes, além de outros atrativos após a encenação. “Apesar de ser um evento que já é realizado há bastante tempo, fica a dica para que os gestores e empresários invistam na localidade que pode ser uma rota de turismo o ano todo”, frisou.