Bom dia! “Político sem cargo não vale nem uma Cibalena vencida”, José Genoíno RACHA 1 O anúncio do racha político feito pelo vice-governador Paulo César Quartiero (DEM) vinha sendo desenhado desde os primeiros dias do governo de Suely Campos (PP), quando a Secretaria Estadual do Índio (SEI) começou a abrigar lideranças do Conselho Indígena de Roraima (CIR), seus inimigos históricos na polêmica luta pela posse da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Desde o início da atual administração, ele não chegou, sequer, a assumir uma única vez o governo quando a chefe do Executivo estava em viagem. RACHA 2 Antes disso, também não agradou, no segundo turno das eleições, a aliança que o grupo de Suely fez com o PT e outros partidos de esquerda, que também defenderam a homologação da Raposa Serra do Sol, que foi motivo da violenta disputa entre índios ligados ao CIR e os grandes produtores de arroz. Por último, Quartiero não conseguiu com a governadora os cargos que ele pretendia para a Vice-Governadoria. Na semana passada, houve uma última tentativa de entendimentos com o Palácio Senador Hélio Campos, mas nada avançou. ABANDONO Familiares de pacientes internados no Hospital Geral de Roraima (HGR) relatam que falta controle na entrada de pessoas estranhas nos blocos e áreas de risco daquela unidade de saúde motivo: os funcionários terceirizados que atuam na portaria (vigia, maqueiros e outros) estão abandonando seus postos de trabalho e até mesmo deixam de executar suas atividades. O motivo é o atraso no pagamento de seus salários. SALÁRIOS Conforme um leitor da Parabólica, que está com sua mãe internada no HGR, os terceirizados da empresa Lian Serviços relataram que estão com dois meses de salários atrasados, por isso alguns sequer estão com dinheiro para pegar condução para chegar ao local de trabalho. O resultado disso é o descontrole na entrada de pessoas no hospital, complicando ainda mais a situação de quem está na batalha pela vida naquela unidade de saúde. CIRURGIAS Outra reclamação, também no HGR, parte de servidores que atuam no Centro Cirúrgico. Eles afirmam que as cirurgias eletivas (aquelas não urgentes) estão sendo realizadas diariamente, uma vez que os médicos estão recebendo por produção. Isso fez triplicar o número de procedimentos, porém a estrutura física continua precária, inclusive com apenas uma central de ar funcionando. Além disso, o número de técnicos em enfermagem continua o mesmo. RISCOS 1 “São tantas cirurgias que os pacientes estão correndo risco de contaminação e infecção devido ao tempo que deve existir entre uma e outra cirurgia. Estamos trabalhando em regime escravo, inclusive, o pessoal da central de material. Sem contar com as diversas discussões entre os médicos por falta de material cirúrgico e de consumo. Criaram um terceiro turno, no qual se remaneja os técnicos de enfermagem da noite para trabalharem das 18h à 01h”, relatou um servidor. “Isso significa que corremos risco ao voltar para casa a essa hora devido à insegurança”. RISCOS 2 Conforme os servidores, se fosse explicado aos pacientes o risco que eles estão correndo em virtude dessa situação, muitos desistiriam de fazer qualquer procedimento mediante as atuais condições. “À noite, o suor pinga. Então, imagina durante o dia: o médico fica operando e o suor caindo em cima do doente”, relatou outro servidor ao falar da falta de refrigeração no Centro Cirúrgico. DEMISSÃO Se a Polícia Militar é penalizada com o baixo número de efetivo, a má conduta de alguns tem sido responsável por mais baixas naquela corporação. Na semana passada, a governadora Suely Campos (PP) assinou o decreto de exclusão de três policiais militares, a bem da disciplina, sendo dois soldados e um 2º Sargento. Ainda existem outros processos tramitando e mais exclusões podem acontecer. VERMELHO As demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2014 da Companhia de Água e Esgoto de Roraima (Caer) revelam o que todos já sabem: a estatal não tem andado bem das pernas ano a ano. Sabe-se que a empresa havia se tornado um cabide de emprego para abrigar aliados políticos, bem como parentes de governantes e políticos ao longo das seguidas administrações. Inclui-se aí também a má administração de um setor importante para o Estado. A consequência disso são as contas no vermelho que aumentam a cada ano. PREJUÍZOS Conforme relatório de auditores independentes, no ano passado a Caer acumulou um prejuízo de R$ 47,6 milhões, enquanto que em 2013 ocorreu prejuízo operacional de R$ 28,4 milhões. A empresa encerrou o exercício de 2014 com uma receita operacional de R$ 55,8 milhões de faturamento de água e esgoto, além de receitas indiretas. A receita proveniente dos serviços de abastecimento de água correspondeu a 79,2% da receita total. A receita de coleta e tratamento de esgoto totalizou 20,8%. PLANEJAMENTO Os auditores relataram que a empresa deve apertar os cintos se quiser reverter os números negativos para continuar operando. Apontaram a necessidade de planejamento econômico e financeiro, além de aporte de recursos do seu acionista majoritário (o Governo do Estado) para manter a continuidade de suas operações. A diretoria da Caer apresentou um plano de ação que inclui combate à redução de perdas, combate ao esgoto e ligações clandestinos, bem como redução da alta inadimplência dos seus clientes, tanto do setor privado como do público.