Opinião

Opiniao 01 05 2015 936

Dia de Guarda – Helany Nunes* A história dos direitos da pessoa humana é contada como uma conquista. Uma vitória que se obteve ao longo do tempo e do espaço, com atores que se revezaram numa profunda busca e construção do arcabouço da dignidade. Na Antiguidade o conceito de dignidade da pessoa humana era insipido, porém a luta pelo bem comum formou embrionariamente o fenômeno da sociedade com líderes e povos. Posteriormente, o líder virou Estado, detentor de domínio e soberania – poder que vinha do povo. Mas esse poder muitas vezes machucava as pessoas, feria-as no local mais sensível: em sua dignidade como humanos. Após muitos esforços, o Estado passou a adotar a política de “esquivamento”. Essa omissão estatal, embora a princípio tenha parecido benéfica, na medida em que o Estado se restringia, se limitava e se esquivava de agir para não machucar, demonstrou-se depois que não era tão saudável assim. Por que aí os “primos ricos” do povo aproveitavam-se da ausência e do silêncio do Estado para explorar os menos favorecidos, cuja única riqueza era a mão de obra. E isso também machucou demais as pessoas em sua sagrada esfera de dignidade como humanos. Somente agora no fim dos tempos, surgiu a partir da Revolução Francesa a chamada Era dos Direitos, conforme Norberto Bobbio. Curiosamente, a ideia de uma declaração de direitos comuns a todos os humanos fora fundada, dentre as principais bases, no argumento da origem criacionista comum da humanidade, defendida por Thomas Paine, o que abriu as portas para o entendimento de que todas as liberdades intrínsecas e constituidoras da dignidade humana devessem ser reconhecidas, declaradas. Mas as pessoas continuaram a ser machucadas em sua dignidade, em suas liberdades. E isso doíam mais ainda, pois dessa vez esperava-se que não ocorresse. A sociedade humana já surgiu religiosa. A crença e outros valores suprafísicos e os sentimentos clérigos permeiam desde o princípio a vida das pessoas. A escolha e sagração de símbolos, ícones, formalidades, lugares e dias tem caminhado junto a vida humana para a celebração de suas convicções mais profundas da existência. E isso motiva mais lutas. Lutas pelo reconhecimento de direitos e liberdades, que também desta forma, representem a sofrida dignidade da pessoa humana.  O Brasil várias vezes resolveu reconhecer direitos e liberdades. Começou com algumas conquistas do Movimento de Secularização no século XIX. Bem depois vieram reconhecimentos de direitos por influência da comunidade internacional e posteriormente das lutas no plano Constitucional. Dentre os muitos compromissos do Brasil, ele se tornou signatário na luta contra todas as formas de intolerância baseadas em religião ou crença. E consagrou a liberdade religiosa direito fundamental da pessoa humana faz cerca de vinte anos. Mas essa geração continua a ser machucada quando suas liberdades e sua dignidade de pessoa humana são frontalmente atingidas e até atropeladas com o trator estatal. Ninguém poderia ser objeto de medidas restritivas que limitem sua liberdade de religião ou crença, já dizia a Convenção Americana. Ninguém deveria sofrer ofensa a suas liberdades de consciência, religião ou crença, e todos têm sagradamente resguardados seus direitos e liberdades de observar e celebrar dia de guarda de acordo com os preceitos de sua religião e crença, não podendo ninguém sofrer por parte de qualquer Estado, instituição, pessoas ou grupos, coerção que debilitem sua liberdade a um dia de guarda, já dizia a Declaração sobre Eliminação de todas as formas de Intolerância baseadas em Religião ou Crença. Mas não é assim. Pessoas continuam sendo tolhidas, feridas, machucadas em sua dignidade. Talvez a História tenha que continuar. A história dos direitos da pessoa humana é contada como conquistas, vitórias obtidas com e por pessoas que se revezam na luta do reconhecimento eficaz das dimensões da dignidade humana. Obrigado a minha instituição religiosa, que arvora altissimamente a bandeira da liberdade religiosa e do dia de guarda.  *Estudante de Direito e adventista reformista ———————————-       Tenhas raízes fixas e avance – Vera Sábio* O ser humano não foi constituído para viver sozinho. Precisamos manter nossas raízes, nossa cultura, nossa socialização, nossa participação, nossa ética e nossos costumes; se quisermos avançar. Não tem como visualizar o futuro com os olhos presos no retrovisor. Todavia, temos raízes que demonstra quem somos. Por isto, se consideramo-nos seres humanos, precisamos ponderar: “nem 8 e nem 80.” Nossa liberdade, direito e verdade terminam onde começam a verdade,direito e liberdade do outro. Só assim participaremos da democracia.    Por mais que evoluirmos, somente seremos sustentados se nossas raízes estiverem cada vez mais profundas, e assim seguirmos algumas tradições passadas de gerações a gerações, as quais mantém nossa fé acesa para enfrentarmos as tormentas do dia a dia. Aquele que se considera moderno suficiente para ignorar o passado que o formou, não tem raízes que o sustente.   Precisamos mudar nossas ações, nossa forma de pensar, de atuar, porém sem deixarmos de continuar sendo nós mesmos. É talvez um pouco confuso, no instante que percebemos que única constância é a mudança. Mas certamente é fácil de compreendermos ao considerarmos filhos dos nossos pais, netos de nossos avós e com características genéticas e psicossociais parecidas com nossa árvore genealógica. O passado é o termostato e a raiz da nossa existência. Precisamos tê-lo como um quadro na parede e não como o móvel principal.   Todavia. ele está sempre lá. Quando sentirmos desanimados para enfrentar algo desconhecido no futuro. Damos uma olhadinha e verificamos quantas dificuldades nossos familiares ultrapassaram e nós também enfrentamos para chegar até aqui. Quando sentirmos insuficientes para continuar, damos outra olhadinha no passado e perceberemos que antigamente tudo era mais difícil, porem nunca faltou coragem para modificar as duras realidades e alcançar o que agora temos. Não viveremos o futuro, estando presos no passado. No entanto, teremos um futuro bem melhor quando refizermos muitas vitórias do passado e esquecermos várias derrotas. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509 [email protected] Cel.: 991687731 ————————————     Desenrole-se – Afonso Rodrigues de Oliveira* “O maior dia na vida de qualquer indivívuo é quando ele começa, pela primeira vez, a perceber a si próprio”. (Norman Vincent Peale) Só nos conhecemos quando nos descobrimos. E o pior é que nem todos se descobrem. A Roberta Cruz dá uma dica, de que você pode se encontrar até mesmo caminhando pelas calçadas: “Pelas calçadas –Entre passos – Anda o destino – Meio desconfiado”. Tavez esteja aí a dificuldade em nos encontrarmos. O destino desconfia de nós e nós desconfiamos do destino. Mas ele não está nem aí pra nossa desconfiança. Ele sabe que enquanto vivermos desconfiados não vamos merecer confiança nem mesmo de nós mesmos. Não parece enrolado? Desenrole-se. O caminho mais fácil para a felicidade é a vereda da verdade. E só quando conhecermos a verdade sobre nós mesmos, seremos felizes. A simplicidade é tão simples que só os simples a percebem. E uma das coisas mais difíceis para o der humano é ser simples. Até mesmo quando nos enganamos pensando que somos. Já observou o vendaval em que está se tornando, a Terra? Simples pra dedéu. Porque ela sempre foi palco de tsunamis incomensuráveis. Ainda não somos simples para observar quantos divúvios já tivemos sobre a Terra? E é por não sermos simples que estamos assustados com pequenos terremotos. E pra verificar a extensão do que vem por aí, é preciso que sejamos simples o suficiente para ver sem analisar. Mas simples mesmo vai ser mudar esse papo. Por isso não posso mudar. Sentei-me aqui pra falar do redemoinho que vivemos, atualmente, no Brasil. Refleti e resolvi dar uma caminhada pelo quintal. E olha o que me fez mudar de assunto: olhei para aquele copinho com aquela plantinha pequenininha. Era um galhozinho insignificante. Pantei-o ali faz, poucos dias. Percebi que ele estava brotando uma porção de galhozinhos encantadores. O que ontem era um pequeníssimo botão, hoje já era uma florzinha pequenininha e linda de viver. Uma cor encantadora. Lastimei ser daltônico. Mas isso também faz parte do desenvolvimento. Voltei ao computador, sentei-me, cocei a cabeça e peguei um papelito onde estava escrito, essa jóia do Norman Vincent Peale. Estiquei o braço e peguei o livro da Roberta Cruz, e o abri na páginas 61. Li, sorri, e resolvi reescrever os dois. Duas joias que enriquecem os pensamentos, pela simplicidade que expressam. Procure se encontrar, todos os dias, nas coisas mais simples que estão à sua volta e você nem lhes dá a devida atenção. Porque é no simples que mudamos. É batida que não dói nem fere. Mas desperta-nos da sonolência do marasmo universal, com aparência de redemoinho. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 ———————————   ESPAÇO DO LEITOR PAGAMENTO O servidor Maurício Martins comentou que, com o pagamento do funcionalismo público, previsto para este feriado, seria bom que as polícias reforçassem o policiamento ostensivo próximo a instituições bancárias para garantir a segurança de quem vai ao banco sacar dinheiro. “No mês passado, foram registrados alguns assaltos próximo a esta data. Portanto, não podemos dar chance a estes marginais que estão à solta”, frisou. INADIMPLÊNCIA A leitora Rosana Santos enviou o seguinte comentário: “Pelo que foi noticiado, não são somente alguns consumidores que estão em atraso com a Eletrobras. Mas os órgãos públicos, ao que parece, são os grandes campeões da inadimplência, só que com um diferencial: quando é o consumidor com mais de um mês de atraso, é cortado de imediato o fornecimento de energia, mas quando se trata de órgãos públicos, esta dívida se arrasta por vários meses”. ALIMENTOS A estudante Emília Soares enviou o seguinte e-mail: “Na semana passada, estivemos participando de uma distribuição de alimentos da cesta básica arrecadados durante uma gincana promovida pela nossa escola e entregue a moradores carentes do Conjunto Cidadão. Em uma desta entrega, uma senhora agradeceu a doação à nossa equipe e relatou que os alimentos chegavam para suprir a dificuldade da família, que depende unicamente do pagamento de benefícios sociais, o que representa um número significativo em Roraima”. ENTULHO Moradores do bairro Paraviana estão novamente reclamando da quantidade de lixo e entulho que estão sendo jogados no final da rua Brigadeiro Eduardo Gomes, próximo às residências. “Por ser acesso ao balneário da Polar, muitas pessoas, quando retornam do local, despejam todo tipo de sujeira na estrada, o que acaba sujando a frente das residências. No final, os próprios moradores realizam a limpeza do lixo deixado pelos banhistas”,  comentou.