Coluna Social de 16 05 2015 994

 

Perfil

Frase: “Torço pra que  no futuro tenhamos uma mulher presidindo a OAB Roraima, com compromisso com a pauta da advocacia feminina”

*A roraimense Florany Mota é jornalista da primeira turma de Comunicação Social da UFRR, advogada graduada pela Faculdade Atual da Amazônia, atua na área de família e direito administrativo. É membro da Comissão Nacional da Mulher Advogada e vice-presidente da Comissão Estadual da Mulher Advogada da OAB/RR. Ela foi prefeita do Município de Uiramutã por dois mandatos e atualmente dedica-se à carreira advocatícia. Ela é uma das precursoras do Movimento Mais Mulheres na OAB, que será lançado na Conferência Nacional da Mulher Advogada, que acontecerá em Maceió nos dias 21 e 22 de maio. * Por que você decidiu optar pela advocacia? Gosto de desafios e percebi que a advocacia é uma profissão dinâmica, nenhum dia é igual ao outro e você mata um leão a cada dia, como diz o ditado popular. Escolhi essa profissão principalmente porque temos a missão de resolver os problemas das pessoas, e isso é gratificante.   * O fato de ser jornalista contribui para a atuação como advogada? Com certeza. A capacidade da comunicação é fundamental para o exercício da advocacia. Seja na fala ou escrita, todo advogado é um pouco jornalista. * O que é exatamente o Movimento Mais Mulheres na OAB? É uma mobilização voltada para advogadas. Iniciou em Roraima com base e referências no trabalho da Comissão Nacional da Mulher Advogada, que pretende reunir toda a advocacia feminina roraimense, sendo que já fez seis reuniões em diferentes restaurantes da cidade, sempre por adesão. Reúne cerca de 50 advogadas a cada encontro entre antigas e novatas que estão aderindo gradativamente. Na oportunidade, são apresentados os objetivos e pautas do movimento. * E qual é o objetivo desse Movimento? Visa integrar as advogadas inscritas na OAB/RR numa rede de apoio, defesa e fortalecimento da advocacia feminina, bem como promover uma maior participação das advogadas na política de Ordem. A finalidade principal é uma efetiva igualdade de gêneros dentro da classe, tendo como pilares de sustentabilidade a dignidade, respeito, igualdade, participação e diversidade.  * O Movimento Mais Mulheres na OAB será lançado nacionalmente? Sim, a advocacia feminina passa por um momento histórico. A atual gestão do Conselho Federal da OAB criou a Comissão Nacional da Mulher Advogada, presidida pela advogada Fernanda Marinela, e tem avançado em seu Plano Nacional. Será realizada a I Conferência Nacional da Mulher Advogada, em Maceió, nos dias 21 e 22 de maio, ocasião em que será lançado/institucionalizado o Movimento Mais Mulheres na OAB.   * Você acredita que as seccionais de todo o país irão aderir ao Movimento Mais Mulheres na OAB? Sim, hoje a Comissão Nacional da Mulher Advogada é permanente. Significa que todas as seccionais deverão criar suas Comissões Estaduais e, após a institucionalização do movimento na Conferência Nacional da Mulher Advogada, acredito que as seccionais irão aderir, pois é uma linha de gestão do presidente Marcus Vinícius e sua diretoria. * Em sua opinião, esse Movimento tem servido como instrumento de união e espírito de corpo em favor da Advocacia feminina? Sim, sinto que as colegas que aderiram ao movimento se sentem mais fortalecidas em relação à garantia de suas prerrogativas, que é uma das pautas do movimento. Por outro lado, tem Seccional no Brasil que nem Comissão da Mulher Advogada existia e foi criada somente após o início do movimento. * Com relação à cota de 30% para mulheres aprovadas pelo Conselho Federal da Ordem? A advocacia feminina no Brasil já corresponde a 47% dos inscritos e, em Roraima, somos 43% de advogadas. Isso significa que pagamos praticamente a metade da conta e queremos ocupar apenas a metade da mesa, não necessariamente 30%. O movimento #maismulheresnaoab deixa bem claro que a mulher precisa ocupar os espaços na Ordem, porém, não pretende de forma nenhuma disputar com os homens que historicamente têm militado na política de Ordem, e sim somar ao trabalho de luta dos colegas do sistema OAB em prol da advocacia brasileira e roraimense. * Chegou a ser ventilado em redes sociais que você seria candidata à presidência da OAB Roraima em novembro próximo. Isso procede? Isso não procede. Temos que respeitar a cláusula de barreira de 5 anos, mas torço para que,  no futuro, tenhamos uma mulher presidindo a OAB Roraima, com compromisso com a pauta da advocacia feminina. * Que mensagem você deixa às advogadas de Roraima e à população de modo geral? Ninguém faz nada só, por isso quero convidar as advogadas de Roraima a aderirem ao #maismulheresnaoab e agradecer todas as advogadas multiplicadoras do movimento. Sem vocês não conseguiríamos ter mobilizado tantas colegas. Costumo dizer que a história é feita dos presentes e nunca dos ausentes. Então, se tiver algo que lhe cause inquietudes ou lhe incomode, levante a bandeira desta causa e acredite, lute, mobilize ao seu redor, mexa-se e faça a diferença, pois sabemos que somos apenas uma gotinha d’água, porém importante para regar a sementinha plantada que terá bons frutos colhidos, talvez em futuras gerações.