Opinião
Opiniao 29 05 2015 1050
Evasão e repetência: qual a solução? – Antonio de Souza Matos* Conforme o último Censo Escolar, 1,3 milhão de crianças abandonaram a escola, e o número de repetentes atingiu o patamar de 3,2 milhões alunos, em 2013 (Época, 11/05/2015, p.64). O que fazer para resolver esse problema crônico da educação brasileira? Copiar o exemplo de 11 municípios brasileiros que conseguiram reduzir as taxas de abandono e de repetência para perto de zero. Em primeiro lugar, pedir ajuda. Para suprir a carência de experiência e de recursos financeiros e técnicos, a solução é o município e/ou o estado formalizar parcerias com instituições públicas e privadas. Os 11 municípios adotaram programas de instituições como a Fundação Lemann, o Instituto Ayrton Senna e o Unicef, além de estabelecer parcerias com universidades e empresas locais. Em segundo lugar, acompanhar continuamente o aluno. O acompanhamento deve ser individualizado e permanente. O professor não deve esperar pelo resultado da prova para estabelecer estratégias de recuperação. À medida que perceber que há alunos com deficiência de aprendizagem, deve, imediatamente, atacar o problema, planejando aulas de reforço e trabalhando o tempo que for necessário para corrigir o deficit. Assim, ninguém fica excluído do processo e se alcança o nivelamento da turma. Em terceiro lugar, valorizar o professor. Como diz a reportagem “Escolas Que São um Espetáculo”, da revista Época, edição citada na introdução deste artigo, “a experiência ao redor do mundo, ancorada em pesquisas, mostra que não há método, infraestrutura e gestão que dê jeito se os professores não estiverem estimulados e bem preparados”. Os municípios que servem de referência investiram em uma série de estratégias para estimular e treinar os professores. Entre elas, está a criação de planos de carreiras com salários decentes. A média salarial do professor do ensino básico gira em torno de R$ 5.000. Outra estratégia diz respeito à formação continuada. As secretarias de Educação fazem parcerias com universidades e outras instituições para montar cursos de extensão para os professores. Em quarto e último lugar, cuidar de forma integral. A iniciativa comum às escolas que apresentaram os melhores resultados, conforme o Censo Escolar, é a elaboração de atividades que tragam os pais e a comunidade para dentro da escola. Essa aproximação contribui para a elevação da autoestima do aluno, fator que exerce maior influência sobre a aprendizagem, uma vez que a troca de informações entre o professor e a família passa a nortear as ações de ambos. Vê-se que a solução para o problema da evasão e da repetência não depende apenas de recursos financeiros. Depende também de planejamento estratégico que priorize as áreas mencionadas, principalmente a valorização do professor. *Professor e revisor de textos ——————————— Um dia especial – Vera Sábio* “Então Maria disse: Deus lembrou de mim, sua humilde serva! De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada” (Lucas 1- 46,48) As diversas interpretações da Bíblia levam o povo a grandes divergências de pensamentos e atitudes, nas quais os mais radicais se tornam fanáticos e fazem ações absurdas em nome da fé. Muitos não entendem o que são linguagem histórica de uma época, passadas de gerações em gerações, podendo ter perdido muitos ensinamentos e modificado vários outros. O Deus Castigador do Antigo Testamento é o mesmo de profunda bondade que pede para que perdoamos sete vezes sete e amamos o outro como a ele mesmo. Nisto percebemos o quanto Maria soube ser boa mãe. Foi realmente a escolhida para que Jesus sendo Deus fosse amado, educado e ensinado por ela. Isto também é observado pelo primeiro milagre, onde Jesus disse que sua hora não havia chegado; todavia, Maria sabia que seu filho não negaria um pedido seu e, assim, Jesus transformou a água em vinho. Precisamos deste vinho novo, desta nova consciência, desta verdadeira união. Quando temos problemas com nossa família terrestre, fazemos de tudo para não haver inimizade e nunca trocamos de pai ou de família. Porém, muitas vezes por dificuldades bem menores, trocamos de religião e de denominação religiosa. Como se Deus tivesse que resolver nossos problemas e, quando isto não acontece imediatamente, vamos logo em busca das promessas e propagandas de outra igreja, onde lá o milagre é comprado facilmente. Igreja virou negócio fácil, e existem até aqueles que dizem que quanto mais você doar à igreja, mais suas necessidades serão atendidas. Já houve épocas em que as pessoas compravam pedaços do céu. Porém, não acredito que estas pessoas conseguiam habitar nesses terrenos divinos. Querem seguir Jesus, deixe tudo e siga-O, pois só ganhará o céu aquele que perder a si mesmo e também é mais fácil um camelo entrar em um buraco de uma agulha do que um rico ir para o céu. O que acho engraçado é que estes trechos são bem menos discutidos em relação ao amor que os católicos possuem na mãe de Jesus. Não é porque admiramos, confiamos que Maria intercede a Deus por nós como ela fez na Festa de Casamento. Não é porque agradeço Maria e não me sinto órfã de mãe do céu, que deixo Jesus e seu poder, amor e bondade de lado. Pelo contrário, quero como Maria acreditar e fazer o que Jesus quer que eu faça. Não vou tirar as partes que me convém da Bíblia e me achar melhor do que outros que a interpretam de formas diferentes; todavia, preciso deixar que o Espírito de Deus Pai, revelado por amor em Deus Filho, seja meu guia e me conduza ao verdadeiro caminho que é o próprio Deus vivo e nascido de Maria. Neste dia especial, onde Maria se revelou em Fátima Portugal, sendo denominada a Senhora de Fátima, que ela seja a senhora da minha vida e me conduza a Jesus. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega ————————————– Vivendo as vidas – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. (Cora Coralina) Somos felizes quando fazemos os outros se sentirem felizes. Uma troca natural e racional. E aprendi pra dedéu, ontem pela manhã, lendo a matéria da Roberta Cruz, aqui na Folha. Abração do tamanho do mundo, pra você, Roberta. O Universo é infinito. E nós fazemos parte dele, embora vivamos numa pequeníssima parte dele. E daí? Nós é que vamos determinar o tamanho do nosso universo, determinado pelo tamanho da nossa importância. E esta está na importância que nos damos. Quando sabemos o valor que temos sabemos medir a extensão do nosso poder. E olha que ele é ilimitado. Logo, não perca seu precioso tempo com coisas ou acontecimentos que não lhe interessem. Isso não quer dizer que devamos ignorar os acontecimentos. Se você fizer isso vai parar de crescer intelectual e racionalmente. O que você não deve é perder tempo aborrecendo-se com os acontecimentos. Tudo que acontece na nossa vida faz parte da vida. O bom e o ruim fazem parte de nosso aprimoramento. Toda a imensidão do Universo está à sua disposição. Você é que não acredita nisso e por isso não alcança o que realmente quer. Mas não vá pensar que é tão fácil assim. Estou falando que é simples, mas não é fácil. E por aí chegaremos à nossa racionalidade. Tudo vai depender, nesta vida, do seu esforço no aprimoramento para as vidas posteriores. E vamos começar por não confundir esse papo com ilusão ou ilusionismo. Só estou dizendo que você não precisa ficar dando uma de manda-chuva, para mostrar o que você realmente é. Faça como a Roberta; apenas faça. Ame-se para ser amada. E só quando nos amamos somos capazes de externar nosso valor real. Então, não perca seu tempo com futilidades. Mire-se sempre no seu espelho interior. É nele que você se vê na sua naturalidade. Sorria sempre. Observe as flores simples do outono. Se você lhes prestar atenção elas lhe mostrarão a beleza natural na simplicidade natural. Nunca se julgue, nem se sinta, inferior a ninguém. Você é o que você pensa. Mas se não se valorizar pode correr o risco de não ser o que pensa que é. E esta é uma característica dos mandatários incompetentes, e que depois acabam presos ou algemados. Ser feliz é saber viver, independentemente da condição de sua vida. Mesmo porque ela, a vida, sempre pode ser melhorada quando sabemos nos valorizar para valorizá-la. Nada é mais forte no processo da nossa racionalização do que o amor. E por isso não o misture com a paixão nem com o ciúme. Estes dois são simples descontroles emocional e mental. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ————————————- ESPAÇO DO LEITOR MEDICAMENTO Uma leitora relatou que está enfrentando dificuldade para conseguir medicamento fornecido pelo Estado. “Minha filha faz tratamento e necessita de um medicamento que é disponibilizado pelo governo estadual, porém me liberaram uma caixa da medicação com data próxima ao vencimento. Fui à Divisão de Assistência Farmacêutica para realizar a troca, mas não foi efetuada devido a não haver outro lote. A informação é que não existe previsão para a compra do medicamento. O tratamento é de dois anos e o custo da medicação é de R$ 1.800,00. Cadê a compra emergencial que foi anunciada?”. ESGOTO Funcionários e moradores próximos à Rua Amajari, no bairro São Vicente, comentaram: “Já faz mais de uma semana que relatamos à Caer o vazamento de um esgoto próximo às lojas Forbrás e Comam, mas nenhuma equipe foi ao local verificar esta situação. O mau cheio é insuportável, não há quem consiga ficar com as portas e janelas abertas em razão da grande infestação de moscas”. ASSALTO Funcionária da loja Gabriele Celulares comentou que pela terceira vez foi alvo de assalto. “A ousadia dos bandidos é tanta que entraram pelo telhado e reviraram tudo, levando alguns celulares e outros itens. Os comerciantes vivem um clima de insegurança por conta de roubos seguidos aos estabelecimentos comerciais. Quando é acionada, a polícia até comparece, tira impressões digitais e colhe informações, mas não existe uma resposta eficaz em relação a estes crimes”. RESPOSTA Em relação à nota “Cinema”, o conselheiro Augusto Valente esclareceu sobre a presença de crianças em cinemas. Ele afirmou que a denúncia pode ser feita diretamente ao Juizado da Infância e Juventude, na avenida Ataíde Teive, não sendo de competência do Conselho Tutelar fiscalizar cinemas ou outros órgãos. “Esse papel é dos agentes de proteção do juizado, conforme preconiza o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) em seu artigo 136”, frisou.