Cotidiano

Água de poço abastece escola municipal

Há mais de dois meses os estudantes bebem água que é servida do poço de um sítio particular que fica atrás da escola

Localizada na zona rural de Boa Vista, a Escola Municipal Leila Maria da Silveira, na região do Monte Cristo, foi alvo de denúncias por parte dos vereadores na Câmara Municipal de Boa Vista.  Conforme o vereador Edilberto Veras (PP), há mais de dois meses os estudantes não têm um fornecimento de água satisfatório no local. “A água que eles usam vem de um poço de um sítio particular que fica atrás da escola, mas nem sempre tem”, frisou, destacando ainda problemas estruturais, forro quebrado, falta de sala para reuniões e número de professores insuficiente.
A Folha esteve no local, na sexta-feira, junto com o vereador. Ao chegar ao local, encontrou a cerca fechada com cadeado. Conforme moradores próximos, o motivo seria uma capacitação dos professores, que viajaram para o curso. “Nós fomos notificados que não haveria aula hoje”, disse a mãe de uma aluna, que preferiu não se identificar.
Pais de alunos da escola confirmaram que a água que serve a escola é proveniente de um sítio.  Eles reclamaram da falta ventiladores para as salas. “É impossível ter aula durante a tarde, pois os alunos pingam de suor. Sem contar que a instalação elétrica da escola não dá conta. Já chamaram até os pais que sabem mexer com instalação para ajudar”, disse a mãe de uma aluna que preferiu não se identificar.
Outra reclamação dos pais é com a estrutura da escola. “Só tem duas salas de aula, um lugar para eles merendarem, um banheiro e um depósito. Inclusive a turma mais velha, dos adolescentes de 13 a 16 anos, está tendo aula em um barraco lá atrás porque não tem espaço dentro da escola”, enfatizou a mãe de outra aluna.
O problema da falta de água também foi destacado pelos pais. “Eles pegam água de um sítio particular que fica lá atrás, tem dias que tem água e tem dias que não tem”, frisou. A falta de fardamento também foi criticada. “Já pediram medida das crianças milhares de vezes, mas nunca entregam as fardas. O ano já está acabando e as crianças crescendo. Daqui a pouco as fardas não cabem mais”, disse o pai de uma estudante.
O Vereador Edilberto Veras afirmou que já ocorreram licitações para a instalação de centrais de ar e reformas no local, mas que até o momento nada foi feito pela Prefeitura. “Quero saber para onde essas centrais foram, por que não foram instaladas. As crianças estão tendo aula em condições desumanas”, ressaltou.
“A escola não deveria ser cercada e, sim, murada. Outro problema são as condições estruturais. Ela precisa de reforma e ampliação urgentes. O forro está caindo e os professores não têm sala para se reunirem, mesmo sendo só dois”, ressaltou o vereador. “As autoridades municipais já foram alertadas para os problemas dessa escola, que só não tem mais alunos por falta de estrutura. Ela atende toda a zona rural da Capital, mas infelizmente não tem recebido a devida atenção”.
PREFEITURA – A Folha entrou em contato com Secretaria de comunicação da Prefeitura Municipal de Boa Vista para pedir esclarecimentos sobre a situação da escola, mas não houve retorno.