Opinião

Opiniao 23 06 2015 1118

O homem que apagou a luz – Walber Aguiar* …é melhor acender uma vela que maldizer a escuridão…                                                                      Confúcio

Era domingo. Um dia de luz, alegria e celebração. De repente, do nada, a escuridão, a tristeza, o medo, a dor, as flores descoloridas. No Mecejana, Franceli fora subitamente privado da visão. Próximo dali, o pequeno Felipe estranhou aquela situação inusitada. Até ali os dois enxergavam. Daquele momento em diante o eletricista do infinito permitiu, por algum motivo, que a luz fosse cortada.

Franceli Alves gritou pela mãe; Felipe chamou por Tana Halu e mandou que ele prendesse o homem que apagou a luz. O artista plástico, condoído com aquela situação, entendeu ser possível juntar os fios da bondade humana, a fim de que o pequeno Felipe fosse operado justamente por aquele que o privara da visão. Pois, por assim dizer, os médicos, com o dom de curar, abririam os olhos do menino e derramariam ali o clarão radiante da vida, o estoante brilho da glória de Deus.

Ora, a teodicéia é uma tentativa de culpar o Eterno por todos os males que existem no mundo. Um argumento ateístico que busca atirar a areia do sofrimento nos olhos do Criador. Dessa forma, há vários tipos de teodicéia. A mais recorrente é aquela que diz que temos que conhecer o mal para valorizarmos o bem. Em última análise, até Deus teria que passar por esse processo. Assim, muitos afirmam que não são culpados pela desobediência do primeiro homem e da primeira mulher, nem pediram pra nascer.

Teodicéias à parte, se a doença entrou por meio de um homem, a cura veio por intermédio de outro. Assim, o Jesus que deu vista aos cegos, continua abrindo os olhos dos vitimados pela escuridão. Há cegos que enxergam mais que os que veem; pois  possuem uma ampla e profunda compreensão da vida e da verdade.

 Em se entendendo o portador da cura, conseguiremos compreender porque o ser humano ainda tem jeito, ainda é capaz de estender a mão, de se dar e se gastar em prol do outro, numa fabulosa visão de alteridade. Mesmo estando diante da maldade do homem, do amor em extinção, ainda conseguimos captar sinais de graça e de esperança para hoje. Ainda vemos uma pequena lanterna na mão dos que insistem em fazer o bem. Ainda percebemos uma pequena luz bruxuleante ao redor daqueles que se lançam na direção de Deus e do outro. Daí o esforço hercúleo de Tana Halu e de tantos outros que resolveram abraçar o menino Felipe em sua confusa escuridão. Assim, conseguimos recuperar a vista, ainda que parcialmente, do poeta cego da Mecejana, o músico  Franceli Alves.

Era domingo. Dia de fazer o bem. Não de cultuar os templos sem vida, mas  de pisar no chão da existência junto com o simples e terno carpinteiro de Nazaré.  

Se dermos as mãos, formando, no entender de Drummond, um imenso muro de margaridas, a luz pode voltar. Aí, com o coração cheio de alegria, glorificaremos ao “homem” que apagou a luz…

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]———————————Fofocas e contendas – Marlene de Andrade*A palavra é algo tão forte que Deus criou o mundo somente com a Força da Sua Santa Palavra. Ele não tinha matéria prima nenhuma nas mãos, mas com Sua Palavra ordenou que o universo viesse a existir e assim tudo foi criado. Infelizmente e muitas vezes há quem use a palavra para denegrir pessoas, em vez de usá-la com sobriedade e para edificação dos nossos semelhantes. Gostar de inventar mentiras, caluniar e ofender é de uma perversidade e crueldade sem explicação. Devemos usar as nossas palavras somente para edificar e não para promover discórdias, porfias, facções e separações. Fazer fofoca é inadmissível.

Há quem entenda que os fofoqueiros sejam pessoas mal amadas e mal resolvidas. Outros acham que essa prática tem a ver com rivalidade, ou seja, inveja que o fofoqueiro sente daquele de quem ele está denegrindo com seus mexericos. Entendo que todos esses conceitos estão absolutamente corretos. Além do mais, uma pessoa educada, politizada, esclarecida e intelectiva e principalmente, temente a Deus, jamais age de forma desleal com quem quer que seja.

O fofoqueiro não deixa mesmo de ser uma pessoa cheia de complexo de menos-valia, ou seja, complexo de inferioridade, pois será que uma pessoa bem resolvida conseguiria usar a arma do mexerico e da difamação como prática diária na sua vida pessoal, do nada? Claro que não!

É mais do que evidente, que o mexeriqueiro quando está depreciando seu semelhante é porque está tentando esconder alguma coisa que não está bem resolvida em sua vida. Uma pessoa equilibrada emocionalmente não possui necessidade de falar mal dos seus semelhantes de forma alguma.

A fofoca é realmente algo muito cruel e tem a ver com deslealdade, falsidade, traição e infidelidade, sendo abominável aos olhos do Senhor. Pessoas de bem não podem se permitir cair nessa vala tão profundamente aleivosa, cruel e sagaz. Não é à toa que a Bíblia, em relação a esse assunto, nos adverte com os seguintes provérbios:

“O que despreza o seu próximo carece de entendimento, mas o homem entendido se mantém calado. O mexeriqueiro revela o segredo, mas o fiel de espírito o mantém em oculto. (Provérbios 11: 12-13).

“O homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos.” (Provérbios 16:28).

“A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma.” (Provérbios 18:7-8).

“Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo” (Provérbios 16:24).*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47————————————Como será o futuro? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Aqueles que não se dedicam a pensar no que pode acontecer no futuro acabam sendo atropelados pela realidade”. Puxa vida… Não pude vir bater um papo com você, ontem. É que fiquei o dia todo acompanhando a dona Salete, de casa para o hospital e de lá para casa. Ela não estava legal. Mas já está. Por isso estou aqui. Vamos papear. Você tem ideia de como será nosso futuro? Eu apenas imagino. Porque ele não será diferente de todos os outros futuros que já vivemos. Na verdade, quem você conhece que está preocupado com o futuro e fazendo alguma coisa pra melhorar? E não pense que estou dando uma de pessimista. Ao contrário. Estou muito otimista. E isso porque não estou contando muito com o futuro. Mas estou preocupado com nossos descendentes que mesmo que venham a viver um mundo diferente do nosso, vão sentir muita sede.

Vamos falar sério. Ultimamente a família tem me obrigado a ficar muito tempo diante do televisor. E o que tenho ouvido, dos que deveriam ser responsáveis pelo futuro é de amargar. Se eu fosse dar pelo menos dois exemplos, a página inteira do jornal não caberia. Como será o futuro da nossa querida língua portuguesa? Estamos mais preocupados com o aprimoramento da língua inglesa. Porque se você não falar o inglês fluentemente, não vai conseguir o emprego. Mas vai consegui-lo se falar bem o inglês, mesmo não sabendo redigir um memorando em português. Preste bem atenção ao perigo que corremos. E que já estamos correndo.

A televisão incentiva os repórteres a falarem um português simples. Concordo plenamente e até gostaria de aplaudir. Nada mais simpático do que um falar simples e popular, mas correto. O perigo está na tendência de confundir popular com vulgar. É aí que a jiripoca pia. É comum ouvir-se o repórter dizer: “A apuração das notas das quadrilhas é amanhã na Praça das Águas”. Aí você faz careta pro televisor. Mas termina o jornal local e entra o nacional. Aí o âncora da TV diz: “O resultado da reunião do Congresso sai amanhã”. Você, não sei, mas eu desligo o televisor. Falar assim é um mau exemplo? Claro que é.

Já falei do dia em que pedi pra minha neta, de 12 anos:

– Pegue esse livro pra eu colocá-lo aqui.

Ela trouxe o livro e falou meio encabulada:

– Vô, eu falava assim porque você fala, mas minha professora me corrigiu e disse que o certo é: pra mim fazer, e não pra eu fazer.

– Tudo bem… Quando você estiver com sua professora fale pra mim fazer. Quando estiver longe dela, fale pra eu fazer, tá?

E olha que minha neta estudava numa escola particular e conceituada. É perigo pro nosso futuro, ou não? Pense nisso. *[email protected]    99121-1460   ——————————

ESPAÇO DO LEITORRESPOSTA 1 Em resposta à nota “Água”, publicada na edição de sábado, 20, a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) informou que mantém um rigoroso controle da qualidade da água, tanto na Capital quanto no Interior. “Análises bacteriológicas são feitas mensalmente e os resultados são enviados ao Ministério da Saúde e à Vigilância Sanitária Estadual, que fazem o controle do trabalho da companhia”, frisou.RESPOSTA 2A nota segue informando que, caso a população tenha algum questionamento a respeito, o usuário pode acionar a Caer, que prontamente acionará a equipe do Controle de Qualidade da Água para colher amostras da água para análises laboratoriais. “As amostras colhidas passam por três tipos de análise e, caso necessário, todas as providências pertinentes serão tomadas de forma imediata pela companhia”.‘RACHA’Frequentadores de um restaurante na Avenida Ville Roy fizeram o seguinte relato: “Aos finais de semana, a fiscalização de trânsito torna-se inoperante, a exemplo de ‘rachas’ que novamente estão acontecendo na Avenida Ville Roy, colocando em risco a vida da população. Neste final de semana, aconteceram três acidentes bem próximo à praça da Amoca, bem na curva antes da entrada de uma panificadora. Segundo relato das pessoas que ligaram, as equipes estavam todas envolvidas em ocorrências em vários pontos da Capital e não poderiam ser deslocadas para coibir as infrações”.BUEIROMotoristas que trafegam pelo bairro São Vicente, enviaram o seguinte e-mail: “Bem na curva da rotatória localizada próximo ao Cemitério Nossa Senhora da Conceição, sentido bairro Centro, existe um bueiro que nunca foi compactado e está colocando em risco os motoristas que, ao entrarem na Rua Diomedes Souto Maior, esbarram diretamente no bueiro. Já acionamos a Caer, mas nada foi resolvido ainda”.