Opinião

Opiniao 29 06 2015 1141

Quem sabe perder aprende – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo da Vinci)Sempre que a seleção brasileira de futebol é derrotada e desclassificada, observamos o quanto o brasileiro ainda está despreparado para perder. Ainda não aprendemos que quando entramos em campo, entramos para jogar futebol; fazer o que devemos fazer, como deve ser feito, e não pra disputar. E o primeiro a fazer é respeitar o adversário. Onde há respeito, há vitória. E a vitória não consiste só em ganhar o jogo. Quando respeitamos de verdade o nosso adversário não ficamos tristes com a derrota. Devemos levantar a cabeça e aprender com o erro. E quando aprendemos, aprendemos como fazer para corrigir as falhas. É assim que aprendemos com os erros. Irrita-me os comentários infantis e despreparados dos nossos jogadores sempre que voltam de uma derrota. Técnicos e dirigentes não estão, a meu ver, em nível mais elevado. E se continuarmos assim, vamos levar mais cinquenta anos para reconstruir uma Seleção.

O grande Oscar Schimdt tem uma frase que resume tudo isso: “O maior respeito que você deve ter por um adversário é fazer de tudo para ganhar dele”. No linguajar nordestino do Oscar, fazer de tudo significa fazer o máximo em si, para ser o melhor. E nunca seremos o melhor enquanto não considerarmos nosso adversário como o melhor. Mesmo porque o que vai realmente valorizar nossa vitória é a superioridade do adversário. No dia em que os dirigentes e técnicos do nosso futebol entenderem isso, teremos menos ufanismo e mais profissionalismo. O atleta precisa aprender que sua superioridade está em ele entender que o melhor que ele faz é apenas parte do melhor que ele pode e deve fazer.

Comentaristas anacrônicos ficam o tempo todo falando de derrotas sofridas em jogos anteriores. Ainda não aprenderam, apesar da idade que têm, que o que importa é o momento. É no momento atual que vamos demonstrar a experiência adquirida em derrotas anteriores. E as anteriores fazem parte do passado. E tudo do passado deve ficar no passado. Está na hora de crescermos e orientar nossos atletas para a vitória, sempre. E só conseguiremos isso quando aprendermos a respeitar o adversário, mas sem temê-lo.

Quando estamos numa partida estamos lutando por uma vitória. E sem esquecer que o adversário também pensa assim. Logo, faça o melhor. E se não vencer aprenda com a derrota, mas sem baixar a cabeça. O adversário ganhou porque foi melhor. E isso nos ensina a sermos o melhor no próximo encontro. Ninguém vence um jogo, nem nada, pensando em derrota. Pense nisso.*[email protected]——————————-A inexplicável fama tumular – Tom Zé Albuquerque*Deparei-me nesses dias com uma situação curiosa, a partir de uma mobilização nacional de várias mídias, em especial as TVs, em inúmeros canais e a qualquer hora, com a morte trágica de um rapaz de nome Cristiano Araújo, o qual nunca tinha ouvido falar. A perda em si é algo cruel, ainda mais de um jovem, mas a forma como este assunto foi tratado é que me deixou intrigado.

Num dia qualquer da última semana, a qualquer canal que se ligasse a TV lá estava o caríssimo carro estraçalhado do rapaz (segundo a imprensa um renomado cantor). A história do rapaz foi exaustivamente contada; fotos antigas foram exumadas; locais onde ele dormia, comia, ouvia música, foram relembradas em vídeos e falas desesperadas de repórteres; a academia que ele frequentava foi registrada; os vizinhos diuturnamente entrevistados; depoimentos chorosos de inúmeros outros artistas – que também eu não sabia que eram “artistas” – foram colhidos, a cada dez minutos era um novo relato de consternação.

O enterro foi no Estado de Goiás e – pasmem – mais de 3 batalhões da Polícia Militar foram mobilizados para dar amparo à logística do jovem finado. Fico imaginando os inúmeros crimes de cidadãos comuns, especialmente os pobres, que não conseguem ser evitados por atraso ou por ingerência da polícia, ao contrário da organização tratada para o rapaz que cantava música sertaneja, cujo sucesso maior (ou único) se resumia em um tal de “Berê-bará”. Cordões de isolamento, ruas interditadas, o ritmo normal de uma cidade fora alterado devido à morte precoce do rapaz. Poucas vezes se viu tamanha mobilização, digna de atenção à Chefe de Estado. Impressionante!

A poderosa Rede Globo não costuma alterar ou cancelar sua programação, mas fez, incluindo mais de 10 minutos destinados no Jornal Nacional, horário nobre e caríssimo para incluir assuntos na pauta. Soube que em todos programas foram incluídas chamadas e notícias em tempo real sobre o sertanejo, mesmo a super-global Fátima Bernardes trocando de forma bizarra o nome de Cristiano Araújo para o craque da bola, o português Cristiano Ronaldo. Confirmou-se aí o que se desconfiava, que boa parte da sociedade sequer sabia quem era o cantor.

Mas então, por que tanta ênfase neste fato? Acredita-se que o fato de o artista ser vinculado à gravadora Som Livre, ramificação comercial da Rede Globo, tinha-se aí um tratamento diferenciado na divulgação do fato. Não quero crer que há nisso um interesse subliminar da poderosa Globo, tal qual ocorre nos EUA, que dependendo do marketing feito para determinada pessoa, mais se vende seus produtos, mesmo após o óbito. Por conseguinte, soa deveras estranho ao ouvir de uma apresentadora global de um jornal televisivo a frase: “O mundo artístico está chocado com a morte do Cristiano…”. Sim, mas que mundo ela se refere? E que artístico?

Tantos e tantos artistas que realmente contribuíram para o país e sequer tiveram registro de suas mortes, por exemplo, Baden Power, Cartola ou Sivuca, que levaram a música brasileira, de qualidade, para inúmeros países, em mais de um Continente. Fico a imaginar quando Geraldo Azevedo, Marisa Monte, Zeca Baleiro, Seu Jorge morrerem, proporcionalmente ao cantor sertanejo, qual será a pompa.

Num país onde a todo tempo pessoas morrem em corredores de hospitais, em estradas que praticamente inexistem, são vitimadas pela violência crescente, de crueldades por futilidades; país sem políticas públicas em médio prazo, e o seu povo vai às ruas idolatrar um cantor qualquer, enquanto a mídia se cala. O pior é que quem não concorda com todo esse confete, aparato e badalação à exposição macabra de um sertanejo, parece ser um alienígena ou um intransigente, contrariando o famigerado senso comum. Isso sim é de chorar!*Administrador———————————A juventude precisa andar de braços dados com a velhice – Vera Sábio*Somos um só: intransferíveis, insubstituíveis, falhos e limitados. Condições estas, pelas quais perpassamos todas as fases da nossa vida. No entanto, quando crianças, mais voltadas ao nosso eu, não nos importamos e nem compreendemos as fases das outras vidas que nos rodeiam.

Desta forma precisamos que os nossos progenitores nos ensinem bem cedo que o mundo não gira em torno dos nossos umbigos e, por isso, devemos aprender a partilhar, conviver, retribuir, e muitas ações que possibilitem uma sociedade harmoniosa.Não são as crianças mais importantes do que os adolescentes; ou os jovens mais capazes do que os adultos; ou os idosos inferiores aos com atividades mais intensas e saúde privilegiadas. Afinal ninguém é tão suficiente que não precise de alguém ou tão insuficiente que não tenha nada de bom a partilhar.

Não nascemos independentes, jovens e adultos capazes de tocarmos nossas vidas sozinhos. Vivemos em uma teia imperceptível onde desde as coisas mais básicas como tomar um café, por exemplo. Dependemos de quem plantou, colheu, preparou, etc.

Constatando assim que como as crianças dependem dos adultos para se desenvolverem e tornarem grandes pessoas. Os jovens precisam andar de braços dados com os idosos, pois antes que imaginem, já serão idosos e devem compreenderem essa fase da vida, para que ela não os peguem de surpresa.

Preparar-se para uma velhice tranquila, é respeitar, ajudar, acolher, compreender e seguir muitos passos cansados daqueles que suaram, dedicaram e fizeram a gente ser, quem somos.Ingrato e inconsequente são aqueles que passam pela vida sem viver intensamente cada fase. Na certeza de que se querem ter uma boa velhice, devem fazer agora pelos idosos, aquilo que daqui algum tempo estarão recebendo dos jovens.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]. 991687731————————————Lula, Dilma, Renan e BBB: símbolos de uma época – Percival Puggina*É inevitável que cada época tenha algo ou alguém que encarne seu espírito. Todos os reconhecemos esses símbolos à simples menção, seja porque topamos com eles nos livros, seja porque marcaram sua presença, pelo bem ou pelo mal, nas artes, na literatura, na política ou nas guerras. Eles existem nas pequenas e nas grandes comunidades humanas. Em todo o tempo e em todo lugar. Podem ser positivos ou negativos, mas são, inevitavelmente, símbolos de um tempo.

Assim, por exemplo, cá no Brasil, um dos símbolos de nossos dias é a perfeita correspondência de meios e fins entre um povo que elege Lula e Dilma e um Senado Federal que elege e reelege Renan Calheiros.

Símbolo também desta época é o Big Brother Brasil. O programa é a versão escrachada de um país que se prostitui em proporções demográficas; um país onde a moralidade não está mais sequer no vestíbulo, junto com os guarda-chuvas, mas foi levada embora na coleta do lixo orgânico; um país onde a virtude constrange e os vícios prosperam.

O que me espanta, nesses símbolos da nossa época é saber que o povo reelegeu Dilma, o Senado reelegeu Renan Calheiros e que os tipos do BBB foram meticulosamente selecionados pela TV Globo.*membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor—————————————É tudo farofa da mesma cuia – João Silvino*

Não sou defensor do PT, da Dilma ou de qualquer outro partido, mas estão responsabilizando o atual governo por todas as coisas erradas feitas neste país ao longo de anos. Observo que, algumas pessoas ligadas a pequenos grupos nas redes sociais culpam apenas o PT por corrupção, fraudes, criação e aumento de pobres brasileiros. O PMDB vem causando estrago neste país há várias décadas e ninguém diz nada. O PSDB criou uma grande massa de desempregados quando esteve no poder e ninguém diz nada.

Socialistas que não existem, ecologistas, comunistas, trabalhistas, sociais democratas que não defendem nada.

Não vejo ninguém falando dos governantes estaduais, sobretudo em São Paulo, onde o PSDB já domina o estado há quase meio século e a situação de violência, corrupção, apadrinhamento e outros vistos em várias reportagens, são de dar nojo. Cadê as denúncias sobre o metrô? Quantas praças de pedágio! A saúde, educação e outros estão um caos e por aí segue… Jogarpedra em quem está no poder é fácil, pois assim abre portas para quem deseja o mesmo, e que fatalmente não será diferente. A oposição investe financeiramente e cria pequenas células de críticos sem causa. A situação usa das mesmas artimanhas e cria grupos de oportunistas para combaterem os críticos, ou seja, o sujo falando do mal lavado.

Se olharmos nos rostos de todos os candidatos a presidente, ambos têm a cara da mentira, do continuísmo, todos representam a derrocada do país e a seus grupos. Ao povo cabe apenas a intragável missão de votar, apostar no pior, sobretudo quando estamos diante de um quadro de politiqueiros, contrariamente ao que se possa chamar de política ou ética. CPIs solicitadas por mandatários não têm validade, considerando que estes não representam a grande massa de pessoas em total miséria e aos que trabalham todos os dias e pagam impostos já descontados em suas folhas de pagamentos.

“Existem também os tais politiqueiros, que se vendem por qualquer migalha. Eles querem apenas fazer sombra para os mais articulados, seus sábios que lhes oferecem a chance do oportunismo”. “O homem poderá vender a si mesmo e trair amigos, mas nunca enganará a deus fingindo ser seu servo e seguidor”. “O pior tipo de político é o que tem um preço, para o restante da sociedade ele representa o máximo perigo. Mais grave ainda é o mesmo pensar ou atuar como se político fosse realmente”.*Síndico/Administrador. Guarujá-SP