Jessé Souza

Que pais e esse 1191

‘Que país é esse!’

Que sentido existe em a maior emissora de TV da América Latina e, obviamente do Brasil, a Globo, fazer uma matéria especial de aniversário de um ano da derrota de 7 a 1 do Brasil para a Alemanha, na Copa do Mundo? Em primeiro momento, aparentemente uma inocente matéria sobre um fato futebolístico histórico, marcado pelo elástico placar.

Porém, não é bem assim. Não tem apenas esse sentido de lembrar um episódio triste do nosso futebol. Tem o papel de massificar esse discurso de derrotismo e de golpismo que a Globo vem apoiando no Brasil, colocando a Nação em um pensamento de caos, onde confundir é a arma para criar um alarmismo constante, um vale tudo, uma sensação de que nada mais presta.

Constantemente, os profissionais da Globo mais bem pagos são flagrados querendo nos fazer crer que estamos caminhando para ser uma Venezuela ou que podemos ser Cuba, confundindo a cabeça das pessoas que nem sabem o que significa comunismo ou socialismo, muitos menos conhecem a diferença entre esses dois termos.

Querem apagar a memória do brasileiro para ele passar a acreditar que as falcatruas e a corrupção no Brasil são algo muito novo, que surgiu com um único partido, que foi criado tão somente na Petrobrás, que não existem raízes um pouco mais para trás, onde um único partido é colocado como o “salvador”, o “ideal” para esse Brasil que eles estão apregoando em suas matérias de terra arrasada.

Apesar de o brasileiro reconhecer que o momento não é bom e que a política, de um modo geral, precisa ser desratizada, o Brasil não é esse que a Globo vem pintando em sua tela e reproduzido por uma turma que quer ver o país sangrar.

Não é preciso o Delfim Neto (que conhece os meandros dessa podre política) dizer que existe um Brasil avançando para perceber que estamos sendo levados para uma armadilha que mistura um falso nacionalismo com um fascismo disfarçado de patriotismo.

A corrupção é endêmica, com tentáculos em vários setores da sociedade, porém estamos vendo, pela primeira vez, as investigações avançarem, com personagens antes intocáveis indo parar na cadeia. E isso não é mérito de nenhum governo ou de políticos. São méritos de instituições sérias deste país que não aceitam que a bandidagem de terno tome o Brasil de assalto.

Porém, é preciso avançar mais, sem perder as esperanças no país, enxergar que existe um movimento político que tenta se apossar da Nação por vias tortas, alarmando o cidadão, o fazendo esquecer que muitos desses que pregam o discurso do falso nacionalismo têm as mãos sujas com a lama da corrupção.

Cabe ao brasileiro, também, fazer sua parte para começar a faxina nas urnas, e não por meio de golpes midiáticos ou militar, submissos a discursos messiânicos de fim de mundo. Isso não cola para quem não tem memória.

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