Derrota social – Tom Zé Albuquerque*Um ano depois do campeonato mundial de futebol se encerrar (pelo menos para nós brasileiros, após os 7×1), muito se tem questionado sobre o legado da Copa. Lembro-me muito bem a euforia da cúpula brasileira quando do resultado da escolha do Brasil para se sediar a Copa do Mundo de Futebol, uma imagem angustiante.
Aquela cena para mim foi marcante, o ex-presidente Lula aos pulos agarrados a inúmeros bajuladores. Telões se espalharam pelo País, em especial em praias concorridas, na transmissão do evento que decidiria o país da Copa. O resultado, mesmo previsível, recebeu da imprensa contornos de mega-power-ultra evento; afinal, o Brasil recebera um presente da FIFA… sediar uma Copa do Mundo de futebol, mesmo com o governo brasileiro arcando com toda a infraestrutura (uma dinheirama a perder de vista), mesmo que leis nacionais tivessem que ser desdenhadas, mesmo que nenhum centavo de tributo fosse arrecadado pela famigerada FIFA, algo inédito no mundo para esse tipo de torneio.
De tão ridículo, o evento Copa transformou o país em um circo. Primeiro, com desapropriações descabidas, retirando famílias seculares de seus redutos, algo desnecessário considerando o custo social x benefício da bola. Pessoas de classe média para baixo não tiveram como frequentar os estádios, e que estes, por modismo, se transformaram em “arenas”. A inflação disparou em restaurantes, bares, lanchonetes, hotéis, passagens aéreas…
Ao contrário, os roubos e furtos despencaram em razão de uma logística impressionante de segurança, com mobilização de várias polícias e forças armadas, diferentemente do que ocorre em nosso cotidiano.
O que sobrou, afinal, dessa bagaça toda? O que toda mente racional previu: obras inacabadas, superfaturamentos, desvio de verbas, falácias, argumentos leoninos, mentiras, corrupções… o que ficou de bom? A consolidação de que o futebol brasileiro está falido, nos mesmos moldes do país: muita falcatrua, muito acúmulo de riqueza duma minoria “chapa-branca”, nada de planejamento, inexpressiva operacionalização.
A Olimpíada vem aí, e com ela, mais vergonha. Dinheiro no ralo aos montes para erguimento de “elefantes brancos” que sem projetos para o desenvolvimento do esporte e cultura virarão espaços vazios, lúgubres, típicos da realidade cruel vivida por nós. A Grécia recebeu o tiro de misericórdia econômico com a realização dos jogos olímpicos. Quanto a isso o Brasil não se preocupa, porque já é uma nação quebrada. Farto de potencialidades, mas atualmente quebrada.*Administrador———————————-É simples se esgueirar – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Nenhuma vida é mais trágica do que a do indivíduo que acalenta um sonho, uma ambição, sempre desejando e esperando, mas nunca dando uma chance para que aconteça”. (Richard DeVos)Faz parte do comportamento humano, ficar na fila dos acontecimentos. Sempre esperando que aconteça o que nem mesmo se saber o quê. Somos todos assim. Até mesmo nas exceções, isso acontece. Mas o mais importante é que não deixemos acontecer. Não é fácil, mas é simples pra dedéu. A dificuldade está em não acreditarmos nisso. Mas, também faz parte do comportamento humano acreditar mais no impossível. E porque o vemos como impossível, não o realizamos. Saia dessa gangorra. Mantenha seu pensamento sempre naquilo que você quer e não no que não quer. Um dos dois vai acontecer. Já há um estudo que diz que mais de noventa por cento das pessoas que são assaltadas nas ruas são precisamente as que saem de casa se benzendo para não serem assaltadas. Você acredita nisso? Eu acredito.
No final de 1999, um dia cheguei a São Paulo e me decepcionei com uma manchete, num dos maiores jornais paulistanos. O jornal estampava em primeira página, que a Mônica Buonfiglio declarara que não usava fechaduras nas portas do seu apartamento. Por que a Mônica disse isso, sabemos. Quando sabemos o que queremos não obtemos o que não queremos. Meu espanto foi com o espalhafato do jornal, em manchete de primeira página. Faça como a Mônica, nunca se preocupe com o que você não quer. Tudo o que acontece com você são resultados dos seus pensamentos. E se quiser mantê-los no equilíbrio da racionalidade, não desperdice seu precioso tempo com assuntos e acontecimentos negativos. Eles não devem fazer parte do seu dia a dia.
Continuo insistindo para que você preste mais atenção às coisas simples da vida. São coisas que não complicam. A complicação vem dos seus pensamentos negativos, dos quais você raramente consegue se livrar. Mas não entristeça com isso porque faz parte da nossa evolução. O importante é que não nos prendamos ao negativo. O “lobinho” do meu grupo de escoteiros, Raimundinho, nos deu essa lição. Quando lhe perguntei o que ele faria se encontrasse uma árvore caída, atravessando a estrada, ele respondeu: “Eu pulo pu riba”. Faça isso. “Pule pu riba”, não importa a dimensão do obstáculo. Nenhuma dificuldade pode ser maior nem mais importante do que você, se você se valorizar e se sentir maior e mais importante do que ela. E nunca se esqueça de que você nunca vai encontrar a solução, nem resolver o problema enquanto ficar pensando nele. Fixe seu pensamento na busca da solução. Pense nisso.*[email protected] ———————————–Pé ante pé, orelha em pé, pontapé – Marli Gonçalves*Esses dias muitos de nós adoraríamos poder ir bem devagarzinho, pé ante pé, tentar escutar algumas conversas que estarão ocorrendo atrás das portas; dias com aprovação tão baixa e reprovação tão alta fazem burburinho, e a água começa a ferver na chaleira. Quem ouvir alguma coisa, souber algo primeiro, avisa o outro. Não podemos dar com os burros nágua, esse povo aí não vai querer sair com as mãos abanando
“Eles”, o que engloba todos os “eles”, para lá e para cá, direita e esquerda, centro, acima e abaixo, não vão ficar parados na beira do precipício esperando que uma avalanche chegue e os leve de mãos dadas para o juízo final – aliás, falar em juízo, juiz, ter juízo já os arrepia. Se havia um barco sendo construído, veja só o movimento intenso lá no convés. Tentam saber com quantos paus se faz uma canoa para se jogar ao mar. No mesmo barco? Que nada. Muito menos ficar de gaiato no navio, ouvindo cantos de sereia que, bem, encantadora não é.
Será questão de sobrevivência, simples assim, e aí reside o bode. Enquanto os mosqueteiros gritam todos por um, um por todos, ouvimos aqui um Salve Geral, um salve-se quem puder, o último me diz como foi, homens ao mar. Teve uns safanões essa semana e a política brasileira deu uma deslocada, no ar, tempo e espaço – não há como negar que umas vigas perderam a sustentação.
Criador e criatura não se entendendo, o que era privado tornando-se público, quem se dizia valente atrás de outros que assumam sozinhos seus próprios guidões e direção perigosa. Não é pouco, aliado aos números e percentuais apresentados em gráficos inquietantemente claros quase furando o chão com suas setas apontando quedas.
Cadê a expressão popular? Tem barulho de panelas, de assobios, de gritos de protesto, de penas farfalhantes de aves de bico, de uivo de lobos que – e não é de agora – já estavam trocando de pelo, assim como as cascavéis que vêm insistentemente balançando o guizo. Os cordeiros andam acanhados e perplexos: podem ter sido descobertos pulando e povoando magistralmente o sonho de alguém, e neles, nos sonhos, estavam contando as cédulas que também receberam lá em histórias de outras eras.
A panela está de novo no fogo lento, de onde tinha sido tirada para esfriar um pouquinho. Mas agora fica claro que estavam mesmo só cozinhando o galo. O nosso.
“Eles” tirarão rápido seus cavalinhos da chuva, ouviremos o tropel. Rasgam seda, juram de pés juntos. Todos nós só nos entreolhamos, boquiabertos, atônitos. De onde menos se espera é de onde não vem nada mesmo.
Estamos num mato sem cachorro, nem amarrado com linguiça. Fundamental, antes de mais nada, será corrermos para achar e separar cuidadosamente os ingredientes que mais faltam no nosso ragu: gente com capacidade e equilíbrio. Vambora procurar mais rápido, identificar quem são. Rápido, antes que sejamos nós os procurados, em cartazes, novamente afixados nas ruas e praças.
Pode dar jogo: com algumas dezenas de líderes reais, natos, de bem, do bem, pessoas com propostas, sejam cientistas sociais, economistas, comunicadores, cidadãos de índole e leais. Precisaremos apostar em uma formação de equipe, em quem se sobressaia com algum potencial maior.
Os que andam por aí pondo a manguinha de fora estão mais por fora que umbigo de vedete.
Vamos precisar mandar muitos pregarem as bobagens que impunham em outra freguesia, mas com o absurdo momento de intolerância que passamos precisaremos pé ante pé também ouvir o que é que tanto se prega, o que essa freguesia guarda, que exércitos são esses que se formam alinhados por uma fé na mentira.
Tenho fé. Cruzo os dedos, faço figa. Não prosperarão.
Aprovação baixa, reprovação alta. Não vai mesmo dar para deixar passar de ano. Vamos ter de chamar o reforço. Ninguém quer mais essas anotações em vermelho no boletim.*Jornalista – Combinado que um avisa o outro quando ouvir alguma conversa que preste, alguma movimentação que valha a pena, seja séria? Aliás, sabe usar o copo para ouvir através? E mandar sinal de fumaça? Porque nossa telefonia anda péssima e a gente pode estar grampeado; pode até ter boi na linha. Olha só como andam as coisas.E-mails: [email protected], [email protected]————————————-
ESPAÇO DO LEITORTELEFONIAO leitor Jimmy Matos Carneiro encaminhou e-mail à Folha denunciando a inoperância dos serviços da operadora Tim no município de Pacaraima, ao norte do Estado. “A operadora Tim está há mais e uma semana sem serviço no município de Pacaraima. Eu queria que as autoridades competentes, como a Anatel, ficassem a par da situação em que se encontra a telefonia celular da Tim no município e tomassem alguma providência, em vista de que vários usuários dessa operadora estão tendo prejuízo por falta de comunicação”, afirmou.FALTA DE LUZPor duas noites seguidas, moradores do Cambará, na zona Oeste de Boa Vista, ficaram às escuras por cerca de uma hora. “Na sexta-feira, já estava deitada quando a luz foi embora e voltou quase uma hora depois. No sábado à noite, foi a mesma coisa. A luz fica só em uma fase e depois desliga. O problema é só na minha quadra, pois olho para o outro lado da rua e tem energia”, afirmou um morador que pediu para não ser identificado.VIA RÁDIO 1Sobre os serviços de internet via rádio, oferecidos no Estado, o internauta Rodrigo Colares da Costa comentou: “Em Manaus, houve ligeira melhoria e barateamento da conexão de internet através da telefonia celular, fixa e principalmente via cabo, tornando obsoleto o serviço de internet via rádio. Espera-se que o Linhão de Tucuruí, no trecho Manaus/Boa Vista, ajude a baratear o custo da conexão de internet, como aconteceu na capital amazonense, isso porque além dos cabos de energia também estarão cabos de fibra ótica para transmissão de dados (internet), o que contribuirá para a melhoria do sinal”.VIA RÁDIO 2“Por outro lado, lembro-me bem do alarde da operadora Oi em 2011 ao trazer o serviço de internet da Venezuela, passando por Roraima e chegando ao Amazonas, via BR-174. Imaginei que seria a nossa salvação em termos de conexão. Que nada! Maior engodo! O serviço oferecido é caro e da pior qualidade, o que deveria ser objeto de CPI e investigação por parte do Ministério Público”, afirmou o internauta.