Bom dia!“O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política” – Bertolt BrechtREFÚGIOA recaptura do bandido Herculano de Souza, o “Cabeção”, em Santa Elena de Uarén, na Venezuela, na semana passada, revelou um fato que é de conhecimento de muitos policiais, porém que ainda não chamou a atenção das autoridades. A vizinha cidade venezuelana se tornou local de refúgio de foragidos perigosos de Roraima, que aproveitam a facilidade em atravessar a fronteira para se esconder da Justiça em outro país.COM WI-FIQuando policiais militares de folga avistaram o elemento “Cabeção” e o fotografaram em um restaurante e, depois, na praça principal de Santa Elena, eles já sabiam que por lá estão vivendo outros bandidos foragidos. No final da tarde, quando o movimento de brasileiros no país vizinho diminui, os bandidos de Roraima se reúnem na praça para usar o Wi-Fi gratuito a fim de se comunicar com familiares e outros criminosos em Boa Vista.SEM ARMASSem um entendimento com as autoridades da Venezuela, os policiais roraimenses não se arriscam em atravessar a fronteira para investigar o “paraíso dos foragidos”, pois eles não podem mais entrar portando arma no país vizinho. No caso do “Cabeção”, os policiais venezuelanos contribuíram e prenderam o foragido. Mas isso não é a rotina e, muitas vezes, os bandidos usam a propina para ficar impunes na cidade venezuelana.EMPENHOO fato é que não há um empenho efetivo das autoridades brasileiras, em todos os níveis, para endurecer a fiscalização na fronteira, incluindo aí a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar e a própria Polícia Civil. Sem efetivo suficiente, sem estrutura e apoio, os policiais fazem o que podem, muitas vezes na boa vontade, para prender criminosos em atitudes suspeitas na fronteira ou quando são reconhecidos. Mas não há uma ação conjunta como política séria de combate ao crime tanto na fronteira com a Venezuela, ao Norte, quanto com a Guiana, a Leste.JUNDIÁA mesma falta de estrutura ocorre no posto fiscal de Jundiá, perto da divisa com o Estado do Amazonas, Sul do Estado. Quando a Operação Sentinela está em ação, a Polícia Federal, com apoio da Polícia Militar, faz prisões constantes de foragidos, traficantes, contrabandistas e outros criminosos, tanto os que vêm de Manaus para Boa Vista, quando os que saem daqui para o Amazonas. INTERCÂMBIOPorém, a Operação Sentinela só fica de forma efetiva quando a Polícia Federal tem recursos para pagar diárias a fim de manter efetivo em Jundiá. Quando os federais não estão por lá, a BR-174 é uma estrada livre para intercâmbio de criminosos: os bandidos amazonenses vêm agir em Boa Vista, enquanto os daqui vão se esconder e praticar crime na capital manauara. ORÇAMENTOA Prefeitura estrebuchou antes e depois, mas não teve jeito. A base aliada não conseguiu evitar a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do município para o ano de 2016 com três emendas propostas, duas modificativas e uma aditiva, as quais foram alvos de muita polêmica. Os aliados do Palácio 9 de Julho dizem que essas emendas retiraram autonomia do Executivo municipal em pelo menos R$ 150 milhões. POUCO TEMPOUma das emendas, de autoria do vereador Leo Rodrigues (PR), determina que a Prefeitura de Boa Vista só pode remanejar 5% do orçamento de uma secretaria para outra, verba prevista para o atendimento emergencial da população no caso de catástrofes e outras ações. No Orçamento do ano de 2015, esse percentual é de 30%. Ao argumentar a derrota, os aliados jogaram a culpa no pouco tempo que tiveram para análise das emendas, que teriam sido entregues em menos de 24 horas antes da votação. DESABAFOEm sua página na rede social Facebook, a prefeita Teresa Surita (PMDB) fez questão de postar que estava indignada com o resultado e disse que vai “lutar para reverter essa situação”. Ao divulgar os nomes dos que votaram a favor das emendas, ela atacou: “Infelizmente, nem todos os vereadores veem na política o ideal para melhorar a vida das pessoas, e sim de se ‘dar bem’ no interesse próprio em fazer da política um meio de vida. É o caso dos vereadores que estão criando a situação para não deixar continuar com meu trabalho no próximo ano”. Ela também foi para uma rádio protestar.TUCURUÍO presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, vai pessoalmente, acompanhado de representantes de organizações não-governamentais, no dia 15 de agosto, na Terra Indígena Waimiri-Atroari, localizada entre os estados de Roraima e Amazonas, para oitiva com os indígenas para tratar do linhão de Tucuruí, cujas obras estão paralisadas. As expectativas são positivas para que haja entendimento para que os trabalhos prossigam. PERGUNTADurante reunião da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com a Câmara Técnica de Regularização e Destinação de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal, em Brasília, foi comentado o pronunciamento do senador Romero Jucá (PMDB), em plenário, na semana passada, no qual ele se posicionou de forma veemente contra a criação do Parque Nacional do Lavrado nas regiões do Tucano e Serra da Lua, em Bonfim. Um representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lembrou: “Mas não foi ele [Jucá] quem propôs a criação do parque naquela área?”.