Opinião

Opiniao 16 07 2015 1214

Uma nova assistência social  –  Ieda Maria Nobre de Castro*Há 10 anos, a luta social em defesa da assistência social como política pública – direito de cidadania – resultou no grande pacto nacional que impulsionou a criação e estruturação do Sistema Único de Assistência Social, o Suas. A implementação desse sistema em todo o território nacional se deu em meio a conflitos e tensões, desvelando processos históricos que deslocaram o novo modelo de gestão da assistência social do campo meramente administrativo para o campo das práticas políticas locais.

O Suas impulsiona o rompimento da lógica da filantropia e do clientelismo. Dessa forma, a assistência social, antes pautada pela lógica da filantropia, virou obrigação pública do Estado na resposta articulada de um conjunto de atenções que ampliam as possibilidades de satisfação de necessidades sociais básicas dos cidadãos.

Sabemos que olhar para frente, significa consolidar o sistema, o que requer ampliar a divulgação dos direitos socioassistenciais, dos serviços, benefícios, programas e projetos, além do expandir o debate público com agentes políticos e inclusão o Suas na agenda pública.

Nesses 10 anos, inúmeras conquistas merecem ser destacadas, como o comando único e a relação entre os entes federados e com a sociedade civil. Também expandimos equipamentos, recursos do financiamento, serviços e benefícios. Temos quase 600 mil trabalhadores em todo o país atuando na área. Além disso, somos responsáveis pela operacionalização do Cadastro Único nos municípios e pelo acesso à transferência de renda, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Programa Bolsa Família.

Progredimos muito no atendimento às famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco pessoal. Avançamos ainda na busca aos cidadãos antes considerados invisíveis, por meio da busca ativa. Hoje, a rede em Roraima é composta por 23 Centros de Referência da Assistência Social (Cras), 6 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e 1 Centros de Referência Especializados para a População em Situação de Rua (Centro Pop).

Erguemos o Suas é fato, mas temos que continuar avançando no aperfeiçoamento do sistema e na tarefa coletiva de construção do direito à assistência social. Vamos às conferências, ampliemos os debates, exponhamos nossas preocupações e como bons navegantes, conscientes do ponto de chegada, vamos construir o novo caminho que nos guiará nos próximos dez anos.

*Secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome——————————————-A desburocratização no serviço público – Vera Sábio*Na era digital, é inadmissível o enorme tempo perdido em filas intermináveis para resolver problemas básicos, onde apenas a boa vontade dos servidores no pouparia muito tempo. Mas, infelizmente, a burocracia predomina sobre os mostradores de serviços que estão em seus postos em formatos de máquinas e generalizando qualquer situação.

Os pais verificam todos os anos que, embora os filhos continuem a estudar nas mesmas escolas, todavia a burocracia lhes forçam a ficar nas filas intermináveis para conseguir uma vaga, os obrigando a levar toda a documentação que já existe naquela escola, desde quando aquela pessoa estudou lá, nos  anos anteriores.

Isto também ocorre ao nos solicitarem algum documento do INSS, de bancos ou dos órgãos responsáveis pelos diversos impostos que nos obrigam a pagar; ou para regularizarmos a energia ou a água. As filas são maiores ainda e a velha burocratização continua prevalecendo e atrasando um resultado positivo e eficiente.

Porém, se por acaso os atendentes tivessem uma visão diferenciada, dependendo de cada situação, com certeza nossa vida seria mais fácil e desburocratizada.  Assim, não entendo o porquê isto não acontece.

Na semana passada, precisei ficar um dia no hospital acompanhando meu marido que se submeteu a uma pequena cirurgia. Ao entregar virtualmente o atestado deste único dia, o DRH do meu trabalho pediu-me que entregasse o atestado lá fisicamente, pois este irá para junta médica e aguardarei a junta me chamar.

E, pasme, terei que levar o marido, no caso o paciente o qual acompanhei para que somente depois que esta junta analise  o paciente e devolva todo o processo criado para isto, o DRH do meu trabalho justifique o dia que perdi. Não esquecendo todos que o atestado foi apenas de um único dia.

Entendo pouco de informática e muito menos de leis. Mas, mesmo assim, deixo minha ideia simples e eficiente, na qual a boa vontade, o bom senso do servidor responsável pela liberação de licenças teriam várias formas práticas de resolver este único dia, sem que eu tivesse que perder outro e levar uma pessoa cirurgiada para enfrentar no mínimo algumas

horas. Isto se não acabar sendo um dia todo em filas de perícias para que a junta médica que atende todo o Estado olhe o atestado emitido pelo responsável pela cirurgia, e também olhe para a cara cansada de um recém-cirurgiado, o qual poderia ficar bem pior devido a tanto tempo de espera.

Tratamento este totalmente desnecessário se a internet funcionasse e a comunicação do DRH com a junta médica fosse eficiente, pois, desta forma, mandariam virtualmente o atestado e, com boa vontade, visto que este é somente de um dia, não estamos falando de vários dias ou meses.

E tudo seria resolvido confortavelmente.

A internet deve servir para facilitar a vida das pessoas, e não somente para diversão e assuntos inúteis. Ao contrário, este avanço e celeridade são somente algo virtual e não faz realmente parte da nossa vida quando, de fato, precisamos…

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].: 99168-7731—————————————-

Riqueza de espírito – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A discordância é a marca da liberdade tal como a originalidade é a marca da independência de espírito”. (Bronowski)Não sou culto, não sou intelectual, e se você me prometer não falar isso pra ninguém, já que nossa conversa é de pé de orelha, confesso: não sou nada inteligente. Tudo que tenho comigo em termos de conhecimentos foi adquirido através das caminhadas pelo asfalto da vida. Tô nem aí se me chamam de mentiroso, pelo que falo de minhas experiências vida afora. E põe vida afora nisso. A literatura de autoestima não é tão nova assim. A verdade é que sempre foi, de certa forma, discriminada pelos que se julgavam, ou se julgam, intelectuais. Mas nada de negativismo. Não sei se é por minha idade que está avançando e querendo me levar, que estou com dificuldade de me lembrar de datas que já foram citadas por aqui. Mas não faz diferença.

Foi no finalzinho da década dos quarentas do século passado. Naquela manhã, entrei na redação do Jornal “Diário de Natal”, dos Diários Associados. Quando entrei o jornalista Ney Marinho de Mello falou:

– Afonso… estou lendo um livro muito importante. Quando terminar de lê-lo vou emprestá-lo pra você. Você deve lê-lo.

Dias depois, ele me entregou o livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, do Dale Carnegie. O livro tinha sido lançado em Natal, fazia poucos dias. Já lhe falei de como foi o lançamento. Sempre fui ligado a esse assunto desde minha adolescência, quando estudei na Escola de Base, na Base Aérea de Natal. Nas minhas caminhadas pelo Brasil, aprendi muito como viver. E uma das coisas que mais me encantam é quando tenho oportunidade de passar para as pessoas minha experiência de vida. E se você discorda com isso, ótimo. A discordância faz parte da experiência. Mas cuidado para não perder a experiência, trocando-a pela discordância. A simplicidade é o maior instrumento para o aprendizado.

Aprenda a acreditar. Acreditar sem experiência oferece perigo. Porque é aí que caímos no poço do nosso próprio despreparo. E você só vai adquirir esse conhecimento nas caminhadas observadas. Porque não adianta caminhar muito sem saber onde pisa. Foi com os grandes orientadores da autoajuda que aprendi muito cedo que não é impossível atravessar o campo minado. O importante é pisar apenas sobre as pegadas dos que já o atravessam. Simples. Se você encontra dificuldade em fazer com que seu filho entenda e aceite o que você lhe fala, corte essa. Talvez você não esteja sendo conciso. A vida é um campo minado. E você já atravessou o bastante para saber orientar quem está iniciando a travessia. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460   —————————————-

ESPAÇO DO LEITOR PRAÇAS 1O leitor Cristovão Dantas comentou sobre a questão das praças públicas serem ocupadas por jovens, aos finais de semana, que utilizam som alto  promovendo desordem. “Acredito que uma fiscalização mais eficaz, por parte da Polícia Militar, poderia impedir o incômodo aos vizinhos que residem próximo a estes locais. Quero deixar como sugestão a formatação de um projeto de lei, que pode até ser de autoria do próprio Executivo, disciplinando o uso de praças públicas com som automotivo com horário permitido até as 2h”, frisou. PRAÇAS 2Sobre o mesmo assunto, a leitora Maria Aparecida disse que as praças deixaram de ter a convivência familiar, para abrigar marginais e usuários de drogas. “As famílias, sem opção, acabam tendo que ficar aprisionadas em casa. Infelizmente, na semana passada, mais uma pessoa foi assassinada em uma praça da zona Oeste. Por outro lado, merecia mais policiamento ostensivo da Guarda Municipal, que tem a jurisdição de fiscalizar e proteger as praças da Capital”, frisou.RESPOSTA Sobre a reclamação dos moradores da Rua Dorval de Magalhães, a Eletrobras Distribuição Roraima informou que as operadoras de telefonia e outras empresas que utilizam a rede de distribuição de energia elétrica para vender seus serviços possuem a obrigação contratual de acompanhar os serviços de manutenção da rede, visando manter em boas condições o cabeamento telefônico e fibras óticas. “Porém, em alguns casos, as empresas não acompanham os serviços de manutenção, apesar de serem notificadas antecipadamente”, disse.SALÁRIOO leitor José de Arimatéia relatou o atraso dos salários de maio e junho por parte da empresa Aldri Serviços. “Os funcionários já estão no limite com as despesas que se acumulam há dois meses por conta dos salários que não são pagos. Quando procuramos informações junto à empresa, a informação é que a Prefeitura de Boa Vista não teria feito ainda o repasse. Como a maioria depende do salário para pagar o aluguel, ficamos em uma situação difícil”, protestou.