Opinião

Opiniao 30 07 2015 1270

Um cidadão magnânimo, honesto, humilde e solidário com o semelhante – Francisco de Assis Campos Saraiva*O dia de hoje é de uma reflexão especial para mim, porque me fez lembrar com carinho de uma criatura, que tive a primazia de conhecê-la no início da década de 70, do século passado, logo após ter chegado para residir em Boa Vista – Roraima, cidade a que amo de coração. Foi um encontro cordial de uma reciprocidade evidente e até parecia que já nos conhecíamos anteriormente. E esta amizade evoluiu com o decorrer do tempo, quando nos tornamos bons amigos, até o dia de sua partida para a eternidade, nos deixando na amargura da imensa saudade, que perdura até os dias de hoje.

Havia uma diferença de idade entre nós e isso pouco nos importava. A amizade foi crescendo e com o tempo nutria por ele uma afeição de amigo e o carinho de um pai que perdi no início de minha existência. E essa afeição consolidou mais ainda o valor inconteste de nosso relacionamento de bons amigos. Era um ser humano especial, dotado de uma simpatia nata. Muito sensível e sentimental e ligado à família, que considerava como elo primordial para a felicidade de todo ser humano. Um saudosista nato e dotado de muita sabedoria e solidariedade humana. Sentia-se feliz, quando se deparava com pessoas carentes necessitando de seus préstimos e de sua proteção.

Era amante da boa música, tanto a popular como a clássica e destacava Ave Maria como a de sua maior predileção. A Cruzada foi um filme que marcou bem em sua memória e o livro O Profeta, de Gibran, como um dos melhores que chegou a ler. Em sua preferência, considerava como sendo o melhor lugar do mundo aquele onde se mora, trabalha e se cultiva as amizades. E o pior deles, onde existe fome, guerra, miséria e a falta de liberdade entre as pessoas. Tinha receio de não poder realizar todos os seus sonhos e projetos. Seu cantor preferido era Roberto Carlos e Regina Duarte como a melhor atriz. O ator de sua preferência era Paulo Gracindo e Magriff como o perfume de seu melhor agrado.  Era do seu encanto as cores do arco-íris.

Considerava a segunda-feira como o dia da semana que mais o agradava. Seu maior ídolo, Jesus Cristo, e sua religião, a católica. O seu lado brega era gostar de música sertaneja e tinha o cachorro como um bom amigo e seu animal de estimação. O carro de sua preferência era o seu velho Itamaraty usado por longo período.

Considerava um homem inteligente todo aquele que trabalha para o bem comum do País e da Humanidade. Em sua opinião, a mulher inteligente é aquela que procura ocupar o seu espaço sem perda de sua feminilidade. Faz citação de uma pessoa linda como sendo toda aquela cuja beleza de caráter e personalidade seja superior à beleza física. Um ideal: É ser útil e trabalhar pelo engrandecimento da família e da comunidade onde se vive.

Cita como País de sua preferência o Brasil, que escolheu para viver com a família. E um estilo de vida, como sendo todo aquele voltado para o trabalho com respeito e engrandecedor das pessoas, na equidade do ser humano como gente, independente da idade, grau de cultura, situação financeira, cor e crença exercida por cada um. O cidadão a que me reporto era um ente querido temente a Deus e procurava se ligar ao Criador através das orações diárias que realizava.

Este é o perfil de um ser humano que Deus enviou à Terra para engrandecer e enaltecer as virtudes de sua gente, tão desligada da Palavra e dos Ensinamentos de nosso Criador. SAID SAMOU SALOMÃO é o seu nome. Um jovem beduíno em seu melhor estilo, nascido em Hama nas proximidades de Damasco, a cidade mais antiga do mundo, em 16 de julho de 1915 do século passado, que hoje estaria completando um século de existência, se vivo fosse entre nós. Ainda criança, com apenas um ano de idade, ficou órfã de pai, que lutou com bravura na 1ª guerra mundial.

Na Síria, no início de sua adolescência, com apenas 9 anos de idade, abraçou a profissão de “Marktub”, pastor de camelos, que realizava com dedicação, enfrentando o sol inclemente do deserto, conquistando a confiança dos que estavam em sua volta. Sozinho e sem a proteção do pai, ficou difícil suportar as adversidades da vida, que se lhe apresentava de forma rigorosa e sem distinção.

E foi aí que decidiu sair de seu País em busca de melhores dias para o seu viver. Chegou ao Brasil no primeiro dia de janeiro de 1929, com apenas 13 anos de idade, em companhia de seu tio Jorge Abraim Fraxe, um autêntico beduíno, que deixou as sombras das tamareiras Sírias, afagando um sonho de encontrar um “El dorado” na floresta amazônica. Demorou pouco tempo no Estado do Amazonas e vieram para o então Rio Branco, onde tudo estava para acontecer em termo de progresso.

Aqui chegando, o trabalho inicial de Said foi na padaria de seu tio Jorge Fraxe e logo percebeu que essa tarefa era pequena, pra quem trazia n’alma o sonho de grandes realizações, uma herança genética dos mercadores do oriente. Chegou a Roraima com 13 contos de réis, moeda vigente no País na época, nove que economizou trabalhando durante cinco anos e quatro que trouxe consigo do Oriente.

Said Salomão era um cidadão perseverante por natureza. Citava como mensagem engrandecedora: “Quando você consegue juntar o vigor da juventude com a prudência dos mais experientes, sairá uma fórmula aceitável e de recomendação primordial para a vida.”  Toda  essa magnífica história tem começo no final dos anos 20, quando o então adolescente Said Salomão, um imigrante sírio, que universalizava a fórmula propícia de negociar.

Um espírito aventureiro e audacioso, que tinha orgulho de lembrar os sessenta dias de viagem, quando deixou a Síria, País que o viu nascer: (Beirute – Haifa – Egito – Marselha – Paris – Havre – Berloute – Manaus e, finalmente, Boa Vista. Em 1934 criou a SAID SALOMÃO LTDA, com o nome de fantasia “Bazar das Novidades. Anos depois criou a Empresa denominada “A Bandeirante”. Na Zona Franca de Manaus ampliou seus investimentos, fundando a MODIESEL S.A.

Em 1944 Said Salomão e outros companheiros fundaram a Associação Comercial e Industrial de Roraima. Foi presidente da Entidade por vários períodos e teve uma participação brilhante nos 60 anos que transcorreram. Após sua morte a ACIR passou a ter o seu nome, bem como o SEBRAE e outros logradouros públicos, que também receberam com honradez a mesma distinção.

Said Salomão foi um enviado de Deus do deserto da Síria como bênção Divinal para esta gente sofrida, que teve neste ser humano o bálsamo valioso  para o seu sofrimento. O companheiro Said nos deixou para sempre no dia 19 de Março de 2009, dia de S. José, tão festejado no Nordeste do Brasil. E aqui vai  a nossa mensagem “in memoriam” a este ser humano, que tanta saudade nos deixou para toda a eternidade. Este é o preito da saudade que reverenciamos junto a todos da família: esposa Latife Salomão “in memoriam” e os filhos Sâmara, Sumaia, Samur, Sander e Samário.

*Oficial R1 do Exército, empresário, titular e diretor técnico do Laboratório Lobo D’Almada e membro da ALB e da ALLCHEE-mail: [email protected]————————————-Continuamos navegando sem rumo – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Embarca morena, embarca.Molha o pé, mas não molha a meia.Viemos de muito longeFazer barulho na terra alheia”.Bobeei, anteontem, perdendo a entrevista com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, pela TV Cultura. Não sei se sou saudosista, mas sinto saudade dos movimentos dos Pontos de Cultura, na administração do Juca Ferreira, então ministro da Cultura. Foi um movimento cultural intenso e que, de certa forma, revolucionou o conceito de cultura até então mantido pelos brasileiros. Há séculos vínhamos tendo como culto o cidadão que usasse gravata e tivesse boa aparência. Tolice que sempre nos manteve no curral da ignorância. Mas tudo bem. Afinal de contas, vivemos no mundo do já teve.

E é nesse mundo que navegamos sem rumo, levados pelos que também não têm rumo. Ainda vivemos discutindo nossa existência como se tivéssemos chegado por aqui, nesta Terra, há alguns poucos milhares de anos. Ainda não aprendemos a viver. Vivemos seguindo determinações, orientações e até ordens dos perdidos sem rumo. Não sabemos realmente quando aconteceu o último dilúvio sobre a Terra. E alguém também já disse que: “A religião e a ciência sempre andaram de mãos dadas. Quando a religião descobre alguma coisa que não consegue provar, fantasia. A ciência quando não consegue provar, engaveta”.

É claro que estou falando do que penso. Mesmo quando o que penso está baseado nos conhecimentos transmitidos pelos que sabiam. A Cultura Racional e a Astrologia Espacial me dizem, praticamente, a mesma coisa sobre nossa origem aqui na Terra. Acontecimento que registra, pelo menos, vinte e uma eternidades. E como se mede uma eternidade? A ciência sabe, mas não nos diz. Mas isso também não importa. O que nos interessa mesmo, para quem está interessado, é saber quem realmente somos, por que somos, e o que seremos quando nos acordarmos para o conhecimento da nossa origem.

Só quando você se conhecer é que vai se valorizar de verdade. Porque ainda não acreditamos no que somos e por isso não conseguimos ser o que somos. Ainda consideramos meio cômico o pensamento do Victor Hugo: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. E somos todos da mesma origem. E tudo o que nos resta é nos tornarmos iguais nas diferenças. Porque as diferenças são estipuladas pela nossa ignorância racional. Estamos aqui porque chegamos. Chegamos e ficamos por livre arbítrio. E este pequeno universo, parte do universo infinito ainda não estava, nem está, evoluído; nem nós. Os Pontos de Cultura levam a isso, sem dizer isso, embora não percebamos. Pense nisso.

*[email protected]———————————ESPAÇO DO LEITOR ENERGIAMoradores do Município de Amajari enviaram a seguinte reclamação: “Estamos há mais de um mês sofrendo inúmeras interrupções de energia no município, o que já ocasionou inúmeros prejuízos, como perda de bombas d’águas, eletrodomésticos e eletrônicos que não suportam as oscilações de energia. Acredito que esta situação deve ser em razão da troca de motores que foi feita recentemente pela CERR, mas nenhuma informação é repassada aos moradores sobre as causas destas seguidas interrupções”.RADARO leitor Gilmar Silvestre comentou sobre o ato de vandalismo contra os radares eletrônicos localizados na BR-174, na saída para Manaus. “Gostaria de deixar como sugestão, ao órgão responsável, que coloque junto ao equipamento câmeras de vigilância para que assim possam identificar e punir quem comete este tipo de irresponsabilidade. É bom salientar que, desde a implantação do equipamento, reduziu bastante o número de acidentes e atropelamentos naquele trecho da BR. Alguém que já excedeu o limite de velocidade foi multado e tentou se vingar”, frisou.INSSA internauta Gilmara Melo afirmou que, com a deflagração de mais uma greve, desta vez dos servidores do INSS de Roraima, marcada para esta sexta-feira, haverá mais um entrave na solicitação de documentos e outros serviços de competência daquele instituto. “Com isso, os aposentados e pensionistas serão os mais prejudicados, já que pela morosidade de negociação do Governo Federal, é bem provável que a greve se estenda por um bom tempo”, destacou.SUJEIRAConsumidores que frequentam a Feira do Produtor, no bairro São Vicente, afirmam que a rua lateral de acesso está intrafegável e há muito tempo não recebe sequer uma limpeza. “Com isso, existem inúmeras sujeiras, mato e até animais mortos. O mau cheiro toma conta da feira, sem contar que bem próximo existem barracas que servem refeições”, relatou um leitor.