Bom dia!“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua própria história” – Bill GatesIMPASSE 1O secretário estadual de Planejamento, Alexandre Heinklein, declarou que o Governo do Estado fechou a questão: não aceita o Parque Nacional Lavrado no Município do Amajari, entre as terras indígenas de Santa Inês e São Marcos. Essa é a proposta do Ministério do Meio Ambiente apresentada para dar fim ao impasse criado pela resistência do Governo Federal em instalar o parque na região do Tucano e Serra da Lua, em Bonfim.IMPASSE 2Essa posição do Governo de Roraima significa um impasse porque, na reunião em que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, teve com a Câmara Temática que discute essa questão, quando comunicou a posição do Governo Federal de não criar o Parque Nacional Lavrado em Bonfim, ela também descartou, de plano, a proposta do governo local de criar a unidade de conservação com área de dupla afetação em terras indígenas, mais precisamente em São Marcos, no Município de Pacaraima.IMPASSE 3 Além do ponto de vista dentro do governo que descarta a possibilidade de criar unidade de conservação por justa posição de terras indígenas, ainda tem a resistência das comunidades indígenas e de Organizações Não Governamentais (ONGs) envolvidas. Quem quiser ter uma ideia mais aprofundada do posicionamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre este assunto, basta ler o parecer técnico deste órgão indigenista a respeito do linhão de Tucuruí, cujas obras estão paralisadas entre Manaus (AM) e Boa Vista.PARALISIAÉ preciso alertar que, enquanto não for decidida a questão do Parque Nacional Lavrado, o processo de regularização fundiária do Estado vai ficar sobrestado, ou seja, paralisado. Este imbróglio também afeta a conclusão do projeto de Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE) de Roraima, o qual o Governo do Estado tem como meta aprovar até dezembro deste ano. UNILATERALÉ bom destacar que esta resistência do Governo de Roraima em rejeitar a proposta do Governo Federal de criar o Parque Nacional Lavrado no Amajari pode desaguar em uma decisão unilateral, uma vez que o Governo Federal não precisa de concordância do Governo do Estado para criar unidade de conservação.  MAIS CRISEUma nova crise se instalou no sistema prisional depois da prisão de uma mulher, no dia 25 do mês passado, que tentou entrar na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) com vários celulares, chips e droga. O depoimento dela foi explosivo e trouxe à tona uma desconfiança que existia há tempos: a corrupção nos presídios que permite a entrada de ilícitos que abastecem os presos para que eles tenham não apenas acesso a drogas, mas também a meios para que se comuniquem e continuem liderando crimes de dentro do presídio.CORRUPÇÃOConforme o depoimento da mulher, existiria um esquema de facilitação que ocorre na entrada em dias de visita, no momento da revista do material e das pessoas. A primeira reação administrativa das autoridades para este fato foi promover uma revista surpresa na Pamc, na sexta-feira passada, quando foram apreendidos mais de cem aparelhos de celular, além de drogas, pés de maconha e outros materiais. REFLEXOEssa grande apreensão provocou um reflexo imediato também fora do sistema prisional. Somente no sábado, um dia após a revista na Pamc, foram registrados 27 roubos de celulares nas ruas de Boa Vista. E com um detalhe: os assaltantes sempre agindo em dupla, utilizando motocicleta. Na maioria das ações, os bandidos só queriam saber dos aparelhos de celular, como ocorreu durante assalto a uma distribuidora, onde nem por dinheiro e objetos valiosos eles se interessaram.COBRANÇADo outro lado da ponta, os agentes penitenciários e os policiais militares que não compactuam com a corrupção, nem com os problemas que dificultam seus trabalhos, reivindicam uma ação enérgica das autoridades para que de fato seja minada a corrupção e que provoque impacto no combate às mazelas no presídio. Segundo eles, não adianta apenas fazer revista para tomar os aparelhos celulares, nem medidas como tornozeleiras para monitorar presos que saem supostamente para trabalhar. HONESTIDADEPara eles, deveriam ser tomadas ações “que não contem com a honestidade dos agentes públicos”, a exemplo de instalação de bloqueadores de celular e detectores de metal no setor de revista de visitantes e entrada de presos. Além disso, pedem que seja combatida a ociosidade da maioria dos presos e retomada a ordem dentro do presídio, uma vez que todo o trabalho feito no ano passado, para deixar os presos trancados, foi por água abaixo. OCIOSIDADEConforme os servidores do sistema, o crime organizado tem aumentado seu poder dentro da Pamc, impondo suas próprias regras, a não ser algumas ações de ressocialização e de educação que são mantidas a duras penas. Eles denunciam ainda, que existiriam servidores na estrutura da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) que “não fazem” nada, mesmo contratados como assessores, e que poderiam estar desenvolvendo projetos para captar recursos destinados a projetos para melhoria do sistema prisional.