As ramificações da família – Vera Sábio*Está cada vez mais complexo falar sobre família, pois é muito difícil defini-la no mundo atual. Antigamente era fácil.
Ao perguntar a qualquer senhor ou senhora com mais de 50 anos quem é a sua família, com certeza responderá: “Meu pai, minha mãe, meus irmãos e depois meus avós, tios etc”.
Ao fazer esta pergunta a um menino ou uma menina de 8 anos, a resposta pode bem ser outra; ou o melhor mesmo é nem perguntar, já que essa criança pode não ter a definição igual a do seu coleguinha e, por isso, não saberá ou não gostará de responder.
O mesmo acontece em datas comemorativas tradicionais, em que o homenageado no Dia dos Pais, por exemplo, pode ser a mãe, o tio, o avô, um irmão mais velho, o padrasto etc.
Gêneros e títulos já não possuem a mesma definição de antigamente, todavia, o amor sempre permanece o mesmo. E é este nobre sentimento que define os papéis, fazendo tudo entrar nos eixos. A vantagem desta modernidade é que estamos unidos não por uma herança genética, mas principalmente por afinidade, cumplicidade, participação e amor.
Acredito que antigamente era mais difícil chamar Deus de Pai, quando havia muitos carrascos que eram pais somente porque doaram seu espermatozoide em momentos de prazer inconsequentes, mas nunca carregaram a graça de um pai, o qual se tornaria para os filhos exemplos, sendo protetor, amigo, conselheiro e sempre próximos deles.
No entanto, na atualidade, temos o direito de escolher, amar e respeitar aquele que com o coração paterno nos acolhe, nos ama, nos abençoa e caminha conosco. Independente desta pessoa ser do sexo masculino ou feminino, ter nos gerado ou somente nos educado etc.
O amor faz uma família unida, em paz e feliz. Portanto, neste Dia dos Pais, valorize a pessoa que está ao seu lado quando você precisa, que coloca limites necessários para seu desenvolvimento, como também te apoia e perdoa nos momentos falhos.
Essa pessoa é seu verdadeiro pai, sua verdadeira mãe, sua verdadeira família. E é com ela que você cresce, progride, tem uma personalidade, desenvolve um caráter e conquista seu espaço. Podendo através deste referencial de família construir sua própria família e seguir adiante.
“Abençoa Senhor as famílias amém. Abençoa Senhor, a minha também.”
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].: 991687731————————————–
‘Ao vencedor, as batatas’ – Jaime Brasil Filho*Invocar Machado de Assis para explicar o que vem acontecendo ao longo dos anos em Roraima, além de literário, é um recurso didático: “Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” (ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 648-649.)
Em Roraima, as duas tribos famintas são a “tribo do povo” e a “tribo dos poderosos”. A tribo do povo quer dignidade, respeito, educação de qualidade com professores valorizados, quer uma saúde humanizada e o controle social dos gastos nela realizados. A “tribo do povo” quer um ambiente saudável; quer respirar ares sem veneno que são borrifados nas lavouras, quer igarapés e rios despoluídos; quer que a CAER trate efetivamente do esgoto coletado e pare de jogar lodo no Rio Branco e, com isso, pare de encher a Praia Grande com uma “lama” que ali não existia no passado; quer também que a CAER identifique quem é que joga esgoto nas galerias de águas pluviais, que a exemplo da Rua Dr. Arnaldo Brandão, leva o mal cheiro até cair no curso de água que passa ao lado do complexo Ayrton Senna; quer que os ricos paguem impostos e não sejam isentos como é o caso dos agentes do agronegócio em Roraima, que além de contaminarem o ambiente ainda são financiados com o nosso dinheiro para ficarem mais ricos.
A “tribo do povo” quer paz e a redução da violência, mas não pela via de mais violência promovida por agentes públicos, e, sim, uma paz construída por meio de políticas públicas que mantenham as crianças e jovens nas escolas, para que não precisemos encher mais presídios; a “tribo do povo” quer levar uma vida honesta e honrada e não ser chantageada e acossada pelos poderosos a ponto de ter que vender seus votos diante da impossibilidade do exercício pleno da cidadania e da ausência de esperança no futuro.
Já para a “tribo dos poderosos” não há batata que chegue. A gula por riqueza e poder destrói o tecido social. A ganância, a avareza e o egoísmo dessa tribo não têm fim. Os membros dessa tribo nunca estão felizes. Feito eternas crianças, vivem em competição, em repetição, em imitação, em comparação. Por isso não são felizes, não dividem, não buscam o bem-estar coletivo, sacrificam princípios éticos e dormem tranquilos depois de uma jornada que tirou o remédio do enfermos e o livro da criança.
A “tribo dos poderosos” finda por se consumir a si mesma na guerra pelas batatas, mas, antes disso, causa sofrimento e morte aos seus contemporâneos, aos seus semelhantes, aos seus irmãos. A “ética” forçada da “tribo dos poderosos” é: “fiz isso porque senão alguém faria no meu lugar” ou “penso no futuro dos meus filhos”. Desculpas falsas e esfarrapadas, como se o exemplo de corrupção e destruição fossem uma boa herança, como se o mal que o outro comete pudesse justificar o mal por ele cometido.
As duas tribos querem as batatas. Todos querem transpor as montanhas para onde haja mais batatas em abundância. Mas, como o texto diz, as batatas no campo em que estamos não bastam para todos, uma das tribos terá que ser derrotada. Por enquanto, a tribo que vem morrendo, e isto não é uma figura de linguagem, é a “tribo do povo”. Morre-se de bala, de ignorância, de desamparo, sem remédios, de descaso, de desamor. Morre-se aos poucos. Morre-se muito.
A sociedade morre aos poucos quando os valores civilizatórios são substituídos pela barbárie, pela desesperança, pelo autoritarismo, pelo preconceito, pela segregação, pela descrença, que são os únicos legados dessa guerra entre desiguais. E é nesse campo de decrepitudes e de abjeções que a “tribo dos poderosos” leva mais vantagem. E, com isso, a “tribo do povo” morre de inanição. Sem batatas.
Bom, se em Roraima as tribos do texto de Machado de Assis são o povo e os poderosos. O que seriam as batatas? Ora, são batatas mesmo.
Foi essa a grande novidade trazida pelo atual governo de Roraima como solução para alavancar o nosso desenvolvimento econômico.
Não bastassem as acácias mangium que são o exemplo das grandes mentiras vendidas ao povo e sustentadas pelas instituições, inclusive por quem deveria fiscalizar, agora, segundo notícias veiculadas, o governo do nosso estado quer que as batatas se transformem em combustível para Roraima.
As acácias mangium começaram como promessa de que serviriam para a produção de celulose. Mentira. Depois disseram que elas serviriam para o uso comercial, em larga escala, como madeira. Mentira. Agora dizem que serve como reflorestamento. Mentira. Desde quando plantar árvores onde originalmente não havia é reflorestar? O que se faz é alterar e impactar dois ecossistemas do mesmo bioma, ao mesmo tempo: levam o ouro das florestas do sul do nosso Estado, na forma de madeira nobre, e nos deixam lixo vegetal em uma área que era de campos limpos, no nosso amado e já tão sofrido Lavrado. Danificam os dois. Prejudicam os dois. Alguém se enche de dinheiro com isso, e não é a “tribo do povo”.
Se forem confirmadas as informações, estaremos diante de mais um projeto governamental sem futuro, esse das batatas. Mas, antes de malograr, antes de demonstrar ser o que é, irá encher os bolsos de muita gente, a exemplo do Projeto Rainha e das plantações de dendê ociosas nos municípios do sul de Roraima.
Não são essas batatas para fazer etanol que o povo quer, senhoras e senhores.
O povo quer transpor a montanha e encontrar um vale de abundância e vida digna. Para isso precisamos derrotar os mentirosos, os usurpadores, os manipuladores, os que não têm amor no coração, precisamos derrotar a “tribo dos poderosos”.
Que o povo seja o vencedor.
*Defensor Público———————————————Ninguém nasce ontem – Afonso Rodrigues de Oliveira*“As flores desabrocham para continuar a viver, pois reter é perecer”. (Gibran Khalil Gibran)Ninguém nasce ontem nem amanhã. O dia é hoje. Então vamos viver o dia de hoje como uma comemoração ao nosso nascimento. Isso faz com que vivamos todos os dias de nossas vidas como se fosse o último. Não temos como saber, nem mesmo através dos sonhos, como será o dia de amanhã. Apresente-se, todos os dias, como você realmente é. Não tente, em hipótese nenhuma, mostrar-se como você gostaria de ser. Porque somos o que apresentamos no que somos. E fim de papo. Quando aprendemos a viver não nos deixamos levar por aparências. Pense nisso sempre que se apresentar a alguém. Aprenda a sorrir mesmo sem sorrir. Quando somos reais nas nossas apresentações não iludimos. E só somos reais quando somos sinceros. E nada de preocupação. Mostre-se no que você é e como é. E é por isso que devemos procurar ser o melhor que podemos ser no que somos.
É na sua atitude mental que você vai demonstrar a grandeza de sua mente. Quando somos feliz transmitimos felicidade. E esta é a flecha da grandeza espiritual. Acredite nisso: só há uma maneira de você se sentir feliz: é sendo feliz. Não adianta tentar forçar a barra. O poder que você tem em você é incomensurável. Você só não pode, quando não acredita que pode. Se acredita, pode. Nunca se sinta inferior, nem a nada nem a ninguém. “O reino de Deus está dentro de você”. Mas você tem que acreditar nisso para poder ser realmente feliz, independentemente do que lhe possa acontecer de ruim.
Mantenha-se sempre motivado. Mas nunca procure a motivação fora de você. Quando você desiste do seu futuro está contraindo a derrota. Pode muito bem estar cometendo o erro do atleta que desistiu da travessia no canal de mil metros. Depois de nadar novecentos metros ele achou que não conseguiria mais nadar os cem metros finais. Desistiu e nadou os novecentos metros de volta à praia. Cuidado, porque você pode estar cometendo esse erro, ao desistir dos seus planos. Alguém já nos disse que desistir é uma coisa tão fácil e simples, que qualquer idiota sabe fazer.
Nunca desista dos seus sonhos. É neles que estão seus desejos. E quando desejamos alguma coisa devemos ir sempre em frente, rumo ao horizonte. Porque é lá que está nosso futuro. Buscar o horizonte é como viver a vida: sempre em busca do nosso sucesso. E só você sabe o que é ser bem sucedido na sua vida. E nunca se contente com o que tem. Porque isso é como desistir do que pode estar esperando por você, lá no horizonte. Faça uma reflexão neste fim de semana. Mas sem submissão. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460——————————————–
ESPAÇO DO LEITOR CNH A leitora Carmen Gonçalves encaminhou o seguinte e-mail: “Acompanhei com perplexidade a divulgação dos dados dos motoristas que insistem em dirigir bêbados, colocando em risco a vida da população. Pelo número de infratores em 2014, fora mais de 600 casos. Só neste primeiro semestre já ultrapassa mais de 300. É necessário redobrar o cuidado ao transitar nas avenidas. É por isso que temos registrado um alto índice de acidentes envolvendo principalmente jovens que abusam do álcool e saem na madrugada cometendo diversas infrações”.RELIGAÇÃOConsumidores que buscaram serviços na Eletrobrás relatam que tiveram que esperar mais de um dia para que a empresa religasse a energia de suas casas, enquanto o prazo dado pela companhia energética quando ocorre o pagamento de religação de urgência é de até quatro horas. “De tanto insistir, a atendente me relatou que teria que esperar, pois existiam outras solicitações na minha frente. Acho um absurdo, já que a empresa cobra por um serviço diferenciado e não consegue atender a contento o consumidor”, disse um dos consumidores.RESPOSTA 1Sobre a nota “Água”, o Governo do Estado afirmou que a cor amarelada da água ocorreu em razão de um trabalho de manutenção na rede de abastecimento de água da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), em Rorainópolis, quando alguns resíduos do solo se misturaram na água, resultando no transtorno. “Mas o problema que ocasionou a mudança de cor da água foi solucionado no mesmo dia”, frisou.RESPOSTA 2A nota segue informando que nenhuma reclamação sobre o assunto foi registrada na Central de Atendimento da companhia e que qualquer tipo de problema relacionado com o abastecimento de qualidade da água ou esgotamento sanitário deve ser comunicado imediatamente na agência da empresa em Rorainópolis para que as medidas cabíveis sejam tomadas o mais rápido possível.