Opinião

Opiniao 18 08 2015 1338

Fim de festa – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A felicidade está dentro de nós mesmos; é o estado natural de uma mente bem orientada”. (José Silva) É gostoso a gente rir das besteiras que faz. Isso faz a gente se sentir feliz o tempo todo porque passamos todo o tempo fazendo besteiras. Você, não sei, mas eu passo. Acabei de chegar do supermercado, onde fui comprar meu biscoito favorito. Cheguei a casa, de volta, e comecei a arrumar as três coisas que trouxe do supermercado. Só depois foi que percebi que tinha comprado tudo que não estava no programa, menos o biscoito. Não tive coragem de falar isso pra ninguém, na família, e fiquei com preguiça de voltar ao supermercado. Vou ficar o dia todo com vontade de comer meu biscoito favorito. É besteira ou não é? Aí fiquei aqui olhando para o computador, esperando que ele risse de minha cara. Mas ele não riu e vou mudar de assunto.

Semana passada, lhe falei daquele dia em que passei a noite tomando Coca-Cola com limão e os amigos pensando que eu tomava cuba libre. Mas a festa não terminou no fim da festa. Era uma despedida de solteiro. E havia muita gente presente, inclusive um ex-comandante aposentado da Marinha Mercante, que chefiava um setor do Estaleiro, que ficava numa ilha pequena, ao lado do Estaleiro Mauá. Ali ficava o depósito do almoxarifado do Estaleiro. Logo, o ex-comandante era nosso colega de trabalho. E enquanto eu tomava a Coca-Cola, o ex-comandante tomava sei lá o que. E foi aí que a festa terminou pra mim, quando o ex-comandante já não se aguentava mais de pé. Aproveitei a oportunidade e me candidatei no grupo que iria levar o ex-comandante para casa. Ele morava na ilha.

Depois de muitos preparativos colocamos o ex-comandante no barco, atravessamos o canal e chegamos à ilha. Chegamos à residência, tocamos a campainha. A esposa do ex-comandante nos atendeu. Era uma senhora muito bonita e bem mais, mais moça do que o ex-comandante. Ela nos olhou com cara de maus vizinhos e vendo o marido quase sendo arrastado perguntou, já sabendo o que acontecia:

– Que foi que houve?

– O comandante exagerou um pouco na cerveja e está sem condições de caminhar.

A mulher olhou sisuda para o marido e não deu pra contar quantos segundos ela ficou olhando pro cara. Mas não olhou pra nenhum dos carregadores de embriagados. E como uma chefe de comando, ela esticou o braço apontando, com o dedo e riste, para uma espécie de depósito, e falou quase gritando:

– Ponham essa porcaria ali!

Ficamos atônitos, mas ela nos agradeceu e afastou-se. Levamos o cara pra dentro e o colocamos sobre um sofá velho. Tomamos o barco e voltamos para a festa. Pense nisso. *[email protected]—————————————–  A busca de soluções? – Marlene de Andrade*Hoje em dia, muitas ‘igrejas’ estão abarrotadas de pessoas que não leem a Bíblia, não oram e que só vão à igreja para buscar soluções de seus problemas, a saber: casamento, aquisição da casa nova, aprovação no vestibular ou em concursos, quitação de uma dívida, cura, e entre outros, a compra de um carro.

Outra coisa interessante é que as pessoas pensam que Deus só vai nos ajudar se entregarmos nas mãos do ‘pastor’ uma polpuda oferta dentro dos envelopes, os quais são distribuídos nessas igrejas empresariais no momento dos cultos. Claro que temos que dizimar e ofertar, mas tudo isso deve ser feito espontaneamente e não sob pressão.

Somos peregrinos aqui na terra e por isso devemos conhecer a Deus cada vez mais através de Sua Santa Palavra e isso nada tem a ver com nossos dízimos e ofertas. Nesse viés, é importante destacar que é uma distorção achar que Deus é ‘barganhador’ e que só cura doenças físicas, espirituais e nos prospera quando doamos à Igreja altas somas em dinheiro.

Outra coisa que se deve lembrar é que a Igreja existe para glorificar a Deus e não aos homens, mas infelizmente muitas delas são tão materialistas que chegam até pendurar a foto dos seus líderes à porta do templo honrando o ser humano, em vez de honrar o nosso Criador. Nelas, o foco principal não é Deus e sim o homem, onde os ‘pastores avivados’ determinam tudo e tentam fazer de Deus um servo, e não o Senhor, dos Senhores.

Infelizmente, grande parte das pessoas vai à igreja não para adorar a Deus e sim para buscar satisfação pessoal e até chegam a dizer: “Saí leve do culto”. Se isso acontece, há algo errado nessa história, pois não é para a gente sair leve do culto solene, uma vez que ele deve gerar em nós, através da pregação da Santa Palavra de Deus, a certeza de que somos pecadores e que precisamos de Deus para melhorar nosso caráter cada vez mais. O culto é disciplinador e deve pesar, admoestar e não agradar a nós, pecadores.

A pregação deve criar em nós o desejo de frutificar em nossos corações o Fruto do Espírito que é o “amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22). Além do mais, o culto tem que ser sempre confrontador e o confronto dói e traz insatisfação carnal, visto que nossa carne é fraca e tem dificuldade de melhorar suas imperfeições.

Nossa esperança deve estar centrada no transcendental e não nas riquezas materiais que logo passarão. Uma pessoa verdadeiramente convertida a Jesus deixa de ser cidadão terrestre para ser cidadão do céu e por isso passa a buscar em primeiro lugar a Deus e não as riquezas que logo passarão.

“Buscai, assim, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT——————————————O guardião das águas – Walber Aguiar*Conheci um homem submersoQue fez da água seu versoQue fez do verso seu lar…Sonhei que estava debaixo das ingaranas. Que estava com o caboco das águas. Uma história meio Lula, em que assombrações surgem do meio da mata e crianças choram em galhos de árvore. Que índios aparecem boiando de repente, depois de atravessar o rio de um só fôlego. Assim sonhei que estava com o caboco Dagmar, conversando sobre o futuro, sobre a vida e a morte, sobre as águas que corriam sob nossos pés.

Ele falava num grande reservatório de água. Não, não era o da CAER, onde aparece aquela gota caindo. Não era o Rio Branco, uma reserva natural. Também não podia ser a minha caixa d’água ou a sua. Era algo lendário, coisa de Lula mesmo.

Contava o caboco que, em sonho, lhe fora revelado o lugar das grandes águas. Assim tipo o Reino das Águas Claras, de Monteiro Lobato. Uma revelação feita somente aos defensores da natureza, àqueles que amavam a fauna, a flora, os igarapés e buritizais. Por isso, fora confiado ao caboco aquele sonho, aquela revelação.

Durante o sonho, um anjo, desses que vivem deitados à sombra, apontou para uma grande serra, um lugar encantado e misterioso. Ali estava o depósito de água mais rico e denso do mundo, e que o caboco das águas seria o encarregado de guardar esse segredo até o dia em que as águas começassem a escassear sobre a terra.

Depois falamos sobre a preciosidade que ali existia. Pedras preciosas, ouro, diamantes e o maior bem de todos: a água. Por isso o caboco vivia preocupado com a economia, com o desperdício, com o fato de muitos não terem consciência na hora de tomar um banho ou escovar os dentes com a torneira aberta. Daí o caboco e suas campanhas no decorrer de vinte anos em que trabalhou na Companhia de Águas e Esgotos de Roraima.

Ali estávamos nós. Eu, Dagmar e as ingaranas. De repente, assim do nada, seus olhos foram ficando marejados. E o volume de lágrimas foi aumentando, aumentando, até virar um enorme igarapé. O caboco das águas sumira de repente do meu sonho. A mensagem última foi o amor às águas, o desejo de mergulhar, de economizar, de viver submerso.*Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]. 99144-9150—————————————–ESPAÇO DO LEITOR

MERCADOSobre o abandono do mercado Laura Pinheiro, o leitor Orlando Silva comentou: “O mercado Laura Pinheiro Maia foi construído para servir como ponto de venda de alimentos que seriam produzidos no entorno do Cinturão Verde. O projeto não deu certo e os ocupantes do mercado abandonaram o local, que não teve mais nenhuma utilidade. Diante desta situação, os moradores próximos ao local pediram ajuda ao Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), que ajudou na elaboração da recomendação, e assim depois de cinco anos de abandono a revitalização deve iniciar nos próximos 180 dias”, contou.CARACARAÍO internauta José Lira endereçou o seguinte e-mail: “Novamente queremos lembrar sobre a situação da Escola Estadual Presidente Castelo Branco, que está no chão há mais de três anos, a qual foi deixada nesta situação pela administração passada. A placa sinaliza recursos que dariam para construir duas escolas. Acabou o governo anterior e restou somente um monte de entulho, ficando para a gestão atual a responsabilidade na retomada das obras. Nisso tudo os únicos prejudicados são os alunos”.MATAGALLeitores que precisam utilizar as dependências dos 3º e 4º Distritos Policiais relataram a seguinte situação: “A população que recorre a estes dois locais tem percebido o desprezo em que se encontram os dois distritos policiais, que atendem aos moradores da zona Oeste. Os dois locais necessitam de uma limpeza urgente, e isso já aliviaria a situação de abandono em que se encontram”, relatou um morador próximo ao local.PAGAMENTOProprietários de transporte escolar do município de Amajari relataram: “Ainda estamos aguardando o pagamento, conforme combinado, do acerto referente ao transporte escolar em Amajari. Fica difícil arcar com as despesas de manutenção e pagamento de motoristas, uma vez que não estamos recebendo o repasse destes recursos, que são oriundos do Fundeb”, relatou um proprietário, que optou pelo anonimato.