Bom dia!“Vi as democracias intervirem contra quase tudo, salvo contra os fascismos” – André MalrauxJá virou marca registrada. Todos os políticos flagrados como beneficiados pelo esquema da Operação Lava Jato (Petrobras e Nucleobras) têm, até agora, uma desculpa na ponta da língua: “Tudo o que recebi foi para a conta do partido, e é, portanto, doação legal para a campanha eleitoral”.

Eles dizem isto com a cara mais limpa do mundo, mesmo que as liberações dessas montanhas de dinheiro tenham ocorrido no mesmo dia em que contratos bilionários foram assinados. E no caso da Nucleobras, controlados totalmente por um mesmo partido: o PMDB.

Além de darem uma desculpa esfarrapada e com desfaçatez, esses políticos apanhados no contrapé da corrupção mandam seus blogueiros e jornalistas venais espalharem na internet, por meio de blogs, sites e redes sociais, a mensagem de que pedir dinheiro para campanha eleitoral é a coisa mais natural do mundo.

Realmente, quase todos os candidatos, sobretudo os menos endinheirados, quando candidatos, pedem dinheiro de pessoas físicas e jurídicas para financiar suas campanhas eleitorais. A diferença é que estes não têm o poder nas mãos, inclusive o de influenciar para que os doadores recebam contratos bilionários do governo. E este é o tamanho da diferença.

Por outro lado, as evidências de que os partidos são usados como lavanderia para que o dinheiro chegue aos bolsos dos corruptos cretinos é o aumento cavalar dos seus patrimônios e dos que estão à sua ilharga, especialmente filhos, filhas, irmãos e uma verdadeira floresta de “laranjas”.

Os órgãos fiscalizadores só não pegam esse enriquecimento ilícito porque não querem. Aqui vai uma dica: como alguém que nunca bateu um prego em uma barra de sabão, a não ser fazer política, pode ter, em seu patrimônio e de seus apaniguados e familiares, emissoras de rádio e TVs, mineradoras, shoppings, latifúndios urbanos, fazendas, carrões de luxo e mansões espalhadas por vários estados?JUCÁ 1  A assessoria do senador Romero Jucá (PMDB) comentou as notas “Atômica”, “Contribuições”, “Delator” e “Autorização”, publicadas na edição de ontem. Afirmou que o parlamentar apoia qualquer investigação do Ministério Público Federal e que ele está tranquilo quanto a sua postura de não ter cometido nenhum tipo de irregularidade e nem participado de qualquer ato ilegal. Disse que tratou de contribuição de campanha da empresa UTC para a eleição de 2014 dentro do que determina a legislação eleitoral. JUCÁ 2“O próprio empresário Ricardo Pessoa afirma que o senador Romero Jucá não tratou de nenhuma obra pública ou contrato e muito menos de Angra-3”, diz o e-mail ao complementar que encaminhou carta ao MPF solicitando que esses pontos sejam investigados e rapidamente esclarecidos. “Devido à irresponsabilidade do enfoque dado pela matéria da revista Época, o senador Romero Jucá está processando o jornalista e a referida revista”, encerra a mensagem enviada à Parabólica.CONSTRANGIMENTONão foi só a participação do ex-governador Anchieta Júnior (PSDB) na mesa de autoridades, durante a homenagem ao ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que chamou a atenção na sexta-feira passada. Quem estava lá também todo lampeiro era o procurador de contas Paulo Sérgio. O intrigante é que a homenagem era pela estada do mais alto integrante da Justiça brasileira, e o procurador havia sido afastado do cargo de procurador-geral de Contas pela própria Justiça um dia antes da solenidade. INTRIGANTE 1A ida do ministro Lewandowski à comunidade de Maturuca, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, para a instalação do Centro de Conciliação Indígena, resultou na primeira conciliação conforme noticiou a imprensa. Um parente reclamava que outro estava utilizando suas terras para criar gado. Ainda conforme a imprensa, o imbróglio foi resolvido depois que o parente invasor decidiu pagar R$ 1 mil para a comunidade.INTRIGANTE 2O que interessa nessa questão é que, segundo a lei e os ditos costumes indígenas, as terras utilizadas por esses povos são de propriedade da União e o usufruto coletivo dessas populações indígenas. Será que existem parentes demarcando espaços para seu exclusivo e particular usufruto?AGORA É LEIJá está no Diário Oficial do Estado de Roraima a publicação da Lei nº 1008, de 3 de setembro de 2015, que trata do Plano Estadual de Educação 2014/2024 (PEE), o qual incluiu 44 estratégias da Modalidade Educação Escolar Indígena em Roraima. Apesar de o governo ter tentado excluir essa modalidade, o Estado Roraima continua sendo um exemplo de avanço nos direitos dos povos indígenas. A costura para a reinclusão foi feita na Assembleia Legislativa.DIFERENTEA tragédia era anunciada, mas poderia ter sido diferente. O tenente da Polícia Militar que atirou na esposa e foi morto em confronto com a guarnição da PM, na manhã de ontem, já tinha histórico de violência. No passado, ele havia dado tiro contra outra mulher, mas o caso foi abafado e ele transferido para o interior como forma de que o caso fosse esquecido, o que realmente ocorreu.