‘Uma foto para calar o mundo’ – Dolane Patrícia*Era um menino sírio que tinha apenas três anos de idade, usava camisa vermelha, bermuda e tênis, parecia pronto para ir a um passeio. Cabelos pretos, penteados, boa aparência. Contemplando de longe, ainda parecia ter esperança.
Ele estava ali deitado na praia turca de Ali Hoca, no vilarejo de Bodrum, passava a impressão que dormia tranquilamente. Lindo! Possuía certa classe. Parecia que algum insensível o havia esquecido ali. Mas já estava sem vida, jazia de bruços na areia fria.
Ele se chamava Aylan Kurdi e buscava juntamente com sua família agarrar-se a uma chance de vida. O sonho terminou na praia, como aqueles castelos de areia que são derrubados pelas ondas do mar. Seu irmão Galip, cinco anos e sua mãe Rehan de 35 anos de idade também morreram na tentativa de sair da Turquia.
Segundo relato do jornal Telegraph, os três estão entre as 12 vítimas que morreram após um acidente com um barco, que os levaria até a ilha grega de Kos.
A cena chocou o mundo, foi o assunto mais comentado em todas as redes sociais onde se discutia a situação apelidada de: “A HUMANIDADE LEVADA SOBRE AS ONDAS.”
O título é o do Jornal Italiano La Repubblica que reproduziu a imagem do menino Sírio no Twitter, intitulando-a “Uma foto para calar o mundo”.
Uma fotografia mostrou o corpo de Aylan na praia, sendo resgatado por um policial, os pintores tentaram reproduzir em tela algo mais do que a imagem da criança morta.
Estamos tratando da maior crise de refugiados enfrentada pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A imagem provocou profunda comoção em todo o mundo! Foi mais impactante que todos os apelos feitos em busca da solução na crise migratória vivida, não apenas pelos sírios, mas também pelos afegãos e árabes. A foto atraiu a atenção para crise migratória foi transformada em um garoto com asas de anjo, perto de uma muralha, nas mãos de Deus e dormindo em seu quarto.
Milhares de pessoas do Oriente Médio e da África morreram na tentativa de escapar das guerras e das perseguições.
De acordo com os jornais locais, a família de Aylan tentava ir para o Canadá. O objetivo da família não era ficar na Europa. Eles tentavam chegar ao Canadá porque lá vivia a irmã de Abdullah, pai de Aylan. O pedido de asilo dos quatro, no entanto, havia sido negado por autoridades do país, segundo a BBC.
O fato foi noticiado por jornais em todo o mundo.
O jornal espanhol El Mundo destacou que a foto “já faz parte do álbum migratório da infâmia.”
O espanhol El País mostra “Uma imagem que estremece a consciência da Europa”, enfatizando que a foto do menino simboliza a dimensão da tragédia diante da escassa resposta oficial à chegada dos refugiados.
A questão é que foi preciso morrer uma criança nas circunstâncias que morreu Aylan e achá-lo jogado naquela praia, para que o mundo despertasse para a forma como estão sendo tratados os refugiados.
“Se estas imagens com poder extraordinário de uma criança síria morta levada a uma praia não mudarem as atitudes da Europa com relação aos refugiados, o que mudará?”, questiona o jornal britânico “Independent”. As fotos são “um forte lembrete de que, enquanto os líderes europeus progressivamente tentam impedir refugiados e imigrantes de se acomodarem no continente, mais e mais refugiados estão morrendo em seu desespero para escapar da perseguição e alcançar a segurança”. G1
Ademais, atravessar o Mediterrâneo é muito arriscado, principalmente pelo do tráfico de pessoas. Mas existem outros problemas enfrentados pelos refugiados, como a superlotação nas embarcações e a falta de segurança.
São relatados casos de crianças e adolescentes que viajam sem os pais, além de idosos que se aventuram em busca de abrigo. No calor, doentes, mulheres próximas de dar as luz, todos em busca de alguém que se compadeça.
Famílias inteiras buscando refúgio contra a guerra e a pobreza, idosos, gestantes, sofrem com extorsão, passando frio e fome.
Foi preciso uma criança morrer e sua foto chocar o mundo para que essas pessoas fossem lembradas e o problema levado a sério em todo o mundo.
Existe a polêmica ainda da exposição da foto da criança, pois a mesma tem seus direitos amparados por Lei.
A Folha Uol publicou que “a divulgação da imagem ou não, não se reflete especificamente sobre o direito dessa criança, mais sim sobre o debate necessário da situação de violência e vulnerabilidade, como é a dos refugiados.”
O jornalista Eder Chiodetto, ex-editor de Fotografia da Folha e curador, defende divulgação.
“Uma coisa seria publicar essa imagem caso o garoto tivesse morrido acidentalmente na praia. Mas aqui se trata de uma situação absurda, em que pessoas aos milhares estão fugindo desesperadamente de sua própria nação por causa de uma situação de opressão, de ameaça à integridade”, disse o jornalista.
É doloroso olhar a foto, não dá para contemplá-la por muito tempo sem encher os olhos de lágrimas, principalmente pelos relatos da tia e fotos que também foram postadas dos irmãos brincando e rindo no sofá da sala.
“Segundo a Gazeta do Povo, a tia dos meninos, Teema Kurdi, é cabeleireira em Vancouver e soube notícia por Ghuson, esposa de seu irmão Mohammad. ‘Ela recebeu um telefonema de Abdullah, e tudo que ele disse foi: ‘minha esposa e meus dois meninos estão mortos’”, disse ao National Post.
A guerra da Síria já dura quatro anos, somando mais 250.000 mortos e 23 milhões de deslocados.
A revista Exame traz relatos de adolescentes e perguntado para um deles sobre que mensagem que gostaria de mandar para o mundo, o menino respondeu:
“A minha mensagem? Por favor, ajudem os sírios. Os sírios precisam de ajuda já. Parem simplesmente com a guerra. Nós não queremos ir para a Europa. Apenas parem a guerra na Síria, só isso”.
Será que o grito do pai do menino sírio será ouvido no mundo: “escaparam de minhas mãos…”
Ele estava falando da sua família. A tão propagada foto era de Aylan Kurdi, seu filho.
Um menino sírio, vítima da crise migratória em decorrência da persistência da guerra na Síria, que se tornou “O ROSTO DOS REFUGIADOS”.*Advogada, juíza arbitral, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira Twitter@dolanePatricia_———————————————–“O tenente” – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas”. (Confúcio)Você é dos que pensam que a Universidade do Asfalto é uma tolice? Tolice é alguém pensar assim. O importante é você saber viver e viver cada momento como se fosse o último. Para você saber as respostas é necessário entender as perguntas que a vida lhe faz. Você se lembra de coisas importantes que aprendeu na sua infância, sem saber que estava apredendo? Se você tem mais de cinquenta anos de idade deve se lembrar dos seriados a que assistíamos pela televisão, à época. Eu já cuidava dos meus filhos mais velhos, e assistia aos seriados, com eles. Não sei se eles prestaram atenção às coisas que me chamavam a atenção, e que aprendi muito com elas, na sua simplicidade. E o maior erro que cometemos é não prestar atenção à simplicidade. São as coisas simples que nos ensinam.
Década dos sessentas. Havia um seriado cujo título era: “O tenente”. Você, que adora televisão, com certeza assistiu ao seriado. Era mais ou menos assim: durante a Segunda Guerra Mundial, oficiais de alto grau davam assistência, em pequenos aviões, aos dos campos de batalha. Cada um era assistido por um tenente. E foi naquele capítulo que aprendi a lição. Durante o voo o Oficial chamou o tenente assistente e falou severo:
– Vamos descer na cidade “tal”.
O tenente falou:
– Sim, senhor. Vou falar com o piloto.
O Oficial falou ríspido:
– O que você vai fazer não me interessa. O que eu quero é descer na cidade “tal”.
Infelizmente ainda não aprendemos a aprender. Muitas vezes temos que sofrer grosseria na diciplina. O que não deveria ser necessário, mas é. Mas o mais importante é que aprendamos a aprender com as coisa mais simples e naturais que nem sempre nos são enviadas como ensinamento. E foi na época dos pequenos aviões que transportavam oficiais carrancudos, que aprendi aquela lição, com aquela mulher norte-americana. Já lhe falei disso. Voltemos ao seriado “O tenente”. Já percebeu que eu assistia a todos os capítulos do seriado, com meus filhos. Naquele capítulo, o Oficial estava de volta à Base nos Estados Unidos. Desceu no aeroporto e foi ao banheiro. E nesses casos o tenente tinha que acompanhá-lo onde quer que ele fosse. E quando chegaram ao banheiro o Oficial entrou e o tenete ficou postado à porta de saída. O Oficial entrou e dois passos à frente ele parou, virou-se para o tenete e falou sério:
– Tenente… este é o único lugar onde os políticos sabem realmente o que estão fazendo.
Não sei se meus filhos me entenderam, mas dei uma risada gostosa, com a cara que o tenente fez. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460 ———————————————– ESPAÇO DO LEITOR AUDIÊNCIAA respeito da matéria sobre a audiência de custódia, o leitor Wagner Pereira comentou: “Significa dizer que serão 50 bandidos que foram presos e serão liberados para roubar e traficar novamente, porque se não matar ou lesionar, não oferece risco à sociedade. Estamos vivendo tempos em que se beneficia o crime em prol da economia do governo e que se dane a parcela honesta da sociedade”.SEGURANÇAO internauta Guilherme Amorim escreveu que Boa Vista já não oferece a mesma segurança de antigamente. “Foram, pelo menos, na semana passada, dois assaltos de grandes proporções divulgados pela imprensa em que um roubou um carro com duas crianças dentro e, agora, a investida dos bandidos é nos clubes de lazer. Há tempos a onda de assaltos está se intensificando e requer uma ação estratégica dos órgãos de segurança para o constante combate à criminalidade”, frisou.RESPOSTA 1A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado esclarece que o sistema de esgoto na rua Almerindo dos Santos, no bairro Buritis, é de responsabilidade da empresa prestadora do serviço que administra as obras do sistema de tratamento de esgoto. Afirmou que a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) aguarda a finalização dessas obras para passar a administrar o sistema. “Mesmo assim, uma equipe da Caer se deslocou até o local, na terça-feira, dia 8, para verificar a situação e constatou que muitos usuários estão fazendo as ligações inadequadas e fora do padrão correto para as futuras ligações de esgoto”. RESPOSTA 2Sobre a denúncia a respeito da falta de água no conjunto Manaíra, o Governo do Estado informou que a Caer registrou, na segunda-feira, dia 7, a queima de um equipamento e problemas técnicos no painel de controle do sistema operacional, interrompendo o abastecimento nos bairros que abrangem o Centro de Distribuição e Reservação do Pintolândia, atingindo o Manaíra, porém o problema foi solucionado no mesmo dia.